Capitulo 17

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💠▫️EVELLYN▫️💠


Em hipótese alguma, eu realmente quis entrar na vida do crime, eu roubava apenas para sobreviver, e tudo foi chegando feito uma avalanche, porque quando você entra nesse mundo, é como o mundo das drogas, começa com algo leve, e quando você percebe está fodido. Eu sempre quis apenas uma vida simples, meu coração ficava agonizando quando eu via meus pequenos saindo para roubar comida, ou dormindo em péssimas condições, queria que nós todos tivéssemos uma vida normal, uma casa, um adulto para nos sustentar, estudo... Mas eu não poderia ter arrumado família melhor, jamais reclamo dos meninos, porque eles não tem culpa alguma de terem sido abandonados, assim como eu.

Com o passar dos anos, os pequenos furtos foram aumentando, até que chegou o dia que Ludmilla foi presa, nesse dia, eu prometi que eu realmente queria sair dessa vida, e nós tínhamos realmente conseguido. Eu me casei com Yris na ilha, foi uma cerimônia simples, em frente ao mar, apenas com nossos amigos, Ludmilla e Brunna nos deram o Iate delas de presente de casamento, depois todos eles seguiram rumos diferentes, ficou apenas eu e Yris na ilha, era como um sonho, cada dia, cada beijo, cada noite que fazíamos amor a luz da lua. Yris me fez ter não a vida que eu sempre quis, Yris me fez ter a vida que eu nunca sonhei que seria possível ter.

Agora estamos aqui, minha esposa com uma arma na mão defendendo os amigos, eu dentro de um carro que não tenho muita ideia de como dirige, com Ludmilla com o pé machucado, indo buscar Patrícia no meio de uma chuva de tiro pois está baleada. O mundo é realmente uma montanha-russa, cheia de altos e baixos, espero que a gente consiga sobreviver a essa rodada.

Ludmilla tirou um revólver de dentro do porta luvas, conferiu a quantidade de balas, e ficou com a arma na mão, quando estávamos quase saindo de dentro da mata verde, eu percebi que tinha alguns ramos de árvore presas por todas as partes do carro, espero que Yris não fique muito brava comigo, já que ela que tá andando nesse carro.

- Evellyn vamos fazer o seguinte, eu comando as machas, quando eu pedir pra você pisar na embreagem, você pisa rápido, e afunde o pé no acelerador, se não passarmos ao menos em 120 nós vamos morrer no meio desses tiros.

- Ludmilla, eu não vou conseguir!

- Vai sim, vamos, pise esse pé no acelerador, coloque esse carro pra correr, vamos fazer Yris ter um orgasmo só de ver você pilotando esse carro a 120 por hora.

- Se a gente morrer, eu te amo Ludmilla, você é muito especial para mim...

- Não vamos morrer Ruivinha, eu te amo obrigada por tudo que fez por mim e pelos outros, agora pise esse pé no acelerador Evellyn, vamos pegar aquela idiota da Cristina, ela precisa tá viva pra levar bronca da Brunna comigo.

Eu amo o relacionamento da Ludmilla com a Brunna, é incrível como Ludmilla morre de medo da aquela loira, Brunna fala um "a" Ludmilla já fica de quatro, literalmente.

Eu pisei o pé no acelerador, Ludmilla me encorajava a ir cada vez mais rápido, o carro saiu em alta velocidade da mata, eu rapidamente já vi Patrícia a alguns metros perto da cabana, tinha ao menos uns 15 corpos de policiais pelo chão, outros estavam indo embora com os carros, e uma parcela de uns 10 continuava tentando nos vencer. Um dos homens viram o carro, e atiraram contra a gente, um tiro pegou no vidro traseiro, explodindo imediatamente o vidro do carro, eu gritei de susto, Ludmilla baixou o vidro do lado dela, e disparou alguns tiros em direção aos homens.

- Não pare Evellyn, vamos, vamos...

Ludmilla tentava me encorajar, mas eu tava me tremendo de medo, parei o carro ao lado de Patrícia, me joguei no chão e fui me arrastando até ela, Ludmilla continuava no carro trocando tiro com os caras, decidi que eu tinha que ser rápida, senão essa idiota vai virar uma peneira cheia de balas.

- O que aconteceu com Ludmilla? - Patrícia falou quando cheguei do lado dela.

- Prendeu o pé em um ramo e torceu o pé!

- Mas é uma burra mesmo. - Patrícia tentou rir, mas acabou soltando um gemido de dor.

- Vamos sair daqui Cristina , eu vivi pra te ver tão vulnerával e precisando de minha ajuda.

- Eu te forneci minha melhor amiga senhora Evellyn Araújo, agora me tire daqui, Yris deve estar exitada te vendo conduzir um carro.

- Você e Ludmilla são igualzinhas, parece até que saíram do útero da mesma pessoa.

Me levantei e ajudei Patrícia a se levantar, ela segurou no meu ombro eu ia servindo a ela como apoio, Patrícia foi pulando até o carro com dificuldade, abri a porta e ela se jogou lá dentro, dei a volta no carro e girei a chave.

- Obrigada Ludmilla... - Patrícia falou do banco de trás.

- LUDMILLA? POR QUE LUDMILLA? EU QUE TE RESGATEI!

- Feriu a honra dela Patrícia. - Ludmilla falou e as duas começaram a rir.

- Idiotas!

Girei a chave do carro e cantei pneu daquele lugar, fui em direção aos matos novamente, era o local mais seguro por hora. Assim que percebi que tínhamos se afastado o suficiente, estacionei o carro e respirei aliviada.

- Ludmilla? - Ouvi Patrícia falar baixo.

- Oi? - Ludmilla respondeu sem se virar para ela.

- Tire essa bala da minha perna por favor, eu não tô aguentando de dor.

- Patrícia eu não sou médica! - Dessa vez ela se virou.

- Você e Brunna fizeram um parto de duas crianças, você pode tirar uma bala da minha perna.

- Corrigindo Brunna fez o parto de duas crianças, eu só segurei o primeiro que pulou pra fora.

- Como assim Brunna e Ludmilla fizeram o parto de duas crianças? Santo Deus, que perigo! - Falei inconformada, quem foi essa doida que deixou Ludmilla e Brunna fazer o parto dos filhos meu Deus?

- É uma longa história Evellyn. - Ludmilla respondeu e Patrícia gemeu agoniada atrás.

- Me da sua faca Ludmilla. - Pedi e a negra me olhou, parecia assustada.

- Tá... - Ludmilla tirou uma faca da bota e me entregou. - O que você vai fazer?

Eu não a respondi, desci do carro e abri a porta do banco traseiro, dessa vez Patrícia quem pareceu assustada percebi pelo tamanho dos olhos dela.

- Isso vai doer um pouco, se precisar, morda sua mão. - Me aproximei dela e rasguei o local da calça que tinha sangue. - Você teve sorte Cristina, só pegou de raspão.

Aproximei a faca da coxa dela, encostei a faca e fiz um pequeno corte.

- Acho que eu não vou gostar de ver isso né? - Ouvi Ludmilla do banco da frente.

- Continue Evelyn, tire a bala!

Enfiei minha mão no pequeno buraco que eu tinha feito na perna de Patrícia, a morena gritou de dor no momento que senti o metal na perna dela, enterrei mais ainda meus dedos, Patrícia gritou mais alto ainda, eu enterrei meu dedo por baixo da bala e a puxei para fora.

- Acho que ter filho é mais fácil. - Patrícia falou com uma respiração desregulada.

Depois que removi a bala de uma maneira nada agradável, rasguei a camisa dela, e amarrei em volta da perna para ela não perder muito sangue.

- Obrigada Evelyn!

- Eu estou com medo de você Evelyn... - Olhei para Ludmilla, ela tava branca, tive medo dela desmaiar.

Limpei minha mão suja de sangue na calça, e sai para fora do carro, me sentei no capô e fiquei esperando pelos outros, eu rezava internamente para todos estar vivos e bem. Agora já tínhamos duas machucadas por tempo indeterminado, a polícia está na nossa cola, e continuamos na mesma, sem nem ao menos ter notícias do paradeiro de Kevin.

A delegada (G!P) ✔🚔 2°Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora