Capitulo 19

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🔸🔶Brunna Gonçalves 🔶🔸

Voltamos todos pra casa do senhor Simon, Ludmilla e Patrícia estavam deitadas em uma cama, alguns tavam comendo, e eu tava sentada em uma pedra do lado de fora olhando todos os corpos jogados no chão. Não pude evitar a lágrima que escorreu pelos meus olhos, me perguntava no que eu estava me tornando, muitos desses corpos foram mortos pelas minhas mãos, pais de família que estavam apenas trabalhando.

— Eu sei em que você está pensando. Mas antes eles do que a gente Brunna. – Larissa se sentou do meu lado.

Permaneci em silêncio, Larissa também observava os corpos assim como eu.

— O que faremos agora? – Ela quebrou o silêncio.

— Agora nós achamos Kevin...

— Patrícia e Ludmilla estão impossibilitadas de fazer qualquer coisa por hora. – Disse Larissa e eu olhei para ela.

— Ótimo! Já percebeu que todas as confusões elas duas que estavam no meio? Vamos ver se temos paz com elas aleijadas.

Larissa soltou um riso nasal e ficou em silêncio.

— O que faremos com esses corpos? – Larissa quebrou o silêncio novamente.

— Devolver a família deles.

Durante o resto do dia, recolhemos os corpos de 22 homens e colocamos em um velho caminhão que o senhor Simon tinha, ele nos deu um endereço de onde poderíamos ficar, era uma casa de campo, próximo ao centro de Brasília.

Ao anoitecer seguimos caminho, Yris foi no velho caminhão com os corpos, ela ia deixar abandonado perto da prisão, e Evellyn foi em um carro com Ethel pegar ela. O velho Simon se negou a nos acompanhar, falou que ia se virar por aqui mesmo, e nós fomos embora.

Chegamos na casa de campo sem nenhum problema, era uma linda casa, todo rodeada de árvores e grama, uma piscina, campo de areia, a casa era aconchegante. Eu não pensei duas vezes em ir direto para o quarto com Ludmilla tomar banho e dormir, eu estava completamente exausta, não dormia bem a dias.

— Tá brava comigo novamente? – Ludmilla falou ao se jogar na cama, completamente suja, me dando realmente razões para ficar pistola com ela.

— Como machucou o pé? – Não fiz questão de responder sua pergunta.

— Tava correndo no mato para pegar o carro, meu pé prendeu em um ramo.

— Viu quem atirou em Patrícia?

— Sim, foi Maycon...

Eu soltei uma longa respiração, inferno, então Maycon estava realmente no comando dessa missão.

— Vou te ajudar a tomar banho Oliveira, tire a roupa.

Fiquei andando de um lado para o outro no quarto, tentando pensar no que eu faria, mas eu não tinha a mínima ideia, pela primeira vez na minha vida, eu fiquei sem uma saída, eu não podia me mover, não tinha como avançar, não tinha pistas de nada, estávamos literalmente em um mato sem cachorro.

— Brunna! Pare de ficar andando de um lado para o outro, está me deixando nervosa.

Olhei em direção a Ludmilla, ela estava sentada na beira da cama, continuava vestida me observando.

— Tire essa roupa de uma vez Oliveira!

— Meu Deus mulher, o que diabos você tem?

— Você é uma idiota Ludmilla!

— O que eu fiz agora? – Ela cruzou os braços em baixo dos seios me observando.

— Atirou naquele homem, eu... Eu... – Tentei falar, mas acabei caindo no chão chorando esgotada, eu tava cansada, frágil, e assustada.

Ludmilla levantou da cama e veio pulando com um pé só até onde eu estava. Ela se sentou no chão e me puxou para seus braços.

— Eu te amo...

— Eu quero sumir, eu odeio Kevin por ter nos metido nisso, eu odeio você por ser tão cabeça de vento, eu odeio Patrícia que não para de ter ideias idiotas, eu me odeio por ter matado aqueles homens, eu odeio Larissa e Mário por não terem me parado, eu tô desesperada Ludmilla.

— Por que atirou neles pra matar?

— Eu fiquei desesperada quando vi eles atirando contra você. Eu não podia te perder, não de novo, droga Ludmilla, eu não queria te amar, mas eu te amo inferno, e você só me traz problemas.

— Desculpa, desculpa amor, eu sou muito impulsiva, eu não consigo me controlar, e as confusões parece que me procuram.

Eu fiquei em silêncio apreciando o calor do abraço dela, as lágrimas ainda desciam pelos meus olhos, mas eu me sentia segura quando Ludmilla estava comigo, Ludmilla era meu remédio, ao mesmo tempo que era minha dor de cabeça.

— Eu também te amo! – Falei depois de um longo e constrangedor silêncio.

— Mesmo eu sendo cabeça de vento?

— Mesmo você sendo cabeça de vento. – Confirmei.

Eu me deitei no colo de Ludmilla, peguei o braço dela, e fiquei circulando as várias tatuagens que tinha ali. Eu conhecia cada detalhe de cada uma, talvez eu observasse muito ela, principalmente quando estava dormindo depois do sexo, a pele nua coberta de riscos, o cabelo Moreno, os olhos fechados tão inocentes, mas quando abertos cor de chocolate Ludmilla era uma obra de arte, que enfeitava o meu museu.

Eu soltei um sorriso bobo, eu era boba por ela.

— Assim que a gente encontrar Kevin, eu quero me casar com você Ludmilla, pode ser até mesmo Patrícia a fazer a cerimônia, a Ethel pode ser a daminha de honra, mesmo sendo um mulherão, até mesmo Emilly, ela engana qualquer um com aquela cara fofa, mas foda-se, eu só quero poder te chamar de minha esposa, que esteja em papel ou não.

— Quer casar agora? – Ela falou e eu sorri, me sentei olhando pra ela, Ludmilla  pegou imediatamente na minha mão. — Brunna Gonçalves, você aceita Ludmilla Oliveira como sua legítima esposa?

Eu sorri pra ela, Ludmilla era tão idiota, mas as vezes era tão boba e romântica.

— Sim, prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida.

— Já podemos pular pra lua de mel? – Ludmilla falou e nossas risadas ecoaram no quarto. O romantismo nunca durava muito tempo mesmo.

Empurrei Ludmilla no chão, ela caiu deitada, eu subi em cima dela e beijei seus lábios, nossas línguas dançavam em sincronia, um beijo com uma pintada de amor, e um milhão de pitadas de safadeza. A mão boba dela circulava todo meu corpo, era tentador, sempre que eu a beijava, eu queria parar na cama.

— Precisamos tomar banho esposa! – Falei e Ludmilla fez uma careta.

— Você é tão chata Brunna, poderíamos tomar banho só depois que você gozasse. – Ela deu uma mordida no meu lábio inferior.

Eu pulei de cima de Ludmilla e me levantei. Ajudei ela a se levantar, tirei sua roupa e fomos para o banho. Não posso negar que talvez, a gente tenha terminado isso em baixo do chuveiro.

Antes de dormir, fiz uma massagem no pé dela e coloquei uma compressa com gelo, o pé estava um pouco inchado, Ludmilla tomou um antiinflamatório para dor, e eu não pude acreditar, quando enfim fechei meus olhos e dormi.

A delegada (G!P) ✔🚔 2°Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora