capítulo 8

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NEYMAR

Outro sonho. Outro desespero, outra vez relembrando a dor.... Mas ela estava aqui quando acordei... Ela veio me ajudar... Seu cheiro... As framboesas frescas no emaranhado de cabelo ainda está aqui no meu nariz... O abraço quente... As palavras... Mas ela fugiu. Assim que me recuperei ela fugiu.
Porque? Eu vi a luta nos olhos dela quando a pedi para ficar.
Eu não estou gostando da sensação que a menina tem despertado em mim, e essa barreira que ela criou só me faz querer mais derrubar .....

Não dormi novamente. Não pude. Esses dias não tomei remédio e não consegui dormi uma noite se quer. E saber que ela está no quarto ao lado piora a situação. Aqui dentro ela me ignora, ou me trata feito o patrão. Lá fora ela ativa o modo atriz e seu olhar é como se me quisesse mais que qualquer coisa nessa vida. Eu estou tão confuso. Não quero sentir as coisas que sinto. Mais também não quero mais que ela mantenha essa barreira entre nós.

Desço para o café da manhã e Marcos está na sala.

- Bom dia Ney. Tenho mais algumas instruções e preciso da sua atenção. Cadê Ana? - logo cedo e já com ordens. Reviro o olho antes de responder.

- como eu vou saber cade Ana? No quarto dela - subo as sobrancelhas num sinal de que não é óbvio?

- Bem. Todo mundo vai para a boate hoje. Por favor se comporte. Ela é sua namorada para todos os efeitos e isso mais que nunca precisa ser mostrado. É uma chance e tanto para voce.

Eu sei bem o que ele quer dizer. A boate é um lugar conhecido por todos do time, principalmente por mim. É onde mais aprontei nos últimos tempos. Sempre ficava junto com Alisson e Gabi quando íamos. Os únicos solteiros. Eles são um tipo contra qualquer relacionamento, e sempre me incentivavam a biscatear principalmente lá. Eu já entendi o recado. Tudo vai acontecer como o combinado, eu espero.

Ana desce as escadas num modelito que é novidade para mim. Uma legging justa preta abraça seu corpo. E uma camiseta na altura da linha da cintura deixa os quadris bem a mostra. Pronta para alguma atividade física.

- Bom dia Senhores. - se apresenta formalmente. - senhor Marcos precisa de mim?

- não por agora Ana, mais de noite vocês - aponta para nós dois - tem compromisso. Já adiantando, o namoro de vocês está precisando de um empurrão. Pensei que seria um bom momento para um beijo em público.

Ela empalidece. Os lábios se formam em um tipo de "óh" e a garganta se move nervosa. A notícia atingiu menina. Não posso negar, me atingiu também. É um contato maior, e eu não consegui quebrar nem a barreira que ela impôs entre nós.

Resolvo que é hora de subir. Estou com a cabeça a milhão. Estou com medo dos sentimentos que a menina ter despertado em mim e isso tem me deixado louco. Subo as escadas. Chegando a porta do quarto, lembro que deixei meu celular lá embaixo. Volto pelo corredor e quando chego na escada o que eu escuto me deixa mais intrigado ainda.

- Não posso beija-lo senhor Marcos - ela sussurra - não posso...

- não só pode como vai. Já estão especulando que você tenham apenas uma amizade. Precisamos tornar esse namoro real minha querida Ana, ainda que ele não seja!

- Mais... Mais... Eu não sei como fazer isso.

- Como assim? - Marcos questiona num tom de obviedade - é só um beijo

- É que... Bem é que... Eu nunca fiz isso.

- Para tudo tem uma primeira vez Ana. Então essa será a sua.

Silêncio. Fecho meus olhos e me sorvo das palavras. Ela nunca beijou. Não posso fazer isso com ela. Tem que ser especial. Não simplesmente a trabalho.

Concretizo que isso não está dando certo. Não está. Foi uma péssima ideia. Eu não vou e nem quero me amarrar a ninguém e não posso simplesmente fazer isso com ela.


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