Lembrando aqui que os comentários e votos de vocês são de extrema importância ok? Boa leitura.Não sei quanto tempo se passou, mas meu estômago estava doendo de fome e meu tornozelo latejava de dor, muitas vezes tive que morder a minha mão para que eu não gritasse.
- Eu comeria qualquer coisa agora. - Blásio reclamou, senti um arrepio percorrer a minha espinha, sabia que quando ele se referiu á qualquer coisa é qualquer coisa mesmo.
Grunhi segurando a minha barriga e me curvei, eu não estava sofrendo só de fome, eu estava suando e sentindo frio, sendo que em Mors, ninguém sabe o que é frio.- B-Blásio?- escutei um sussurro fraco e pensei estar delirando. Era Rony.- Blásio?
- Rony?- percebi que Blásio levantou assustado e foi até a grade.- O que você está fazendo aqui no escuro?
- Potter...- pela voz do ruivo deduzi que ele havia chorado.- Ele me mandou trazer água pra vocês.
Me levantei tateando as paredes e cheguei até a grade me encolhendo quando sem querer encostei em Blásio.- Você não tem luz.- o maior respirou fundo quando ouviu o ruivo soluçar.- Eu juro que quando sair daqui eu-
- Tudo bem, eu não estou machucado.- Rony o acalmou.- E o Draco?
- Aqui.- minha voz estava tão fraca que fiquei surpreso quando Rony ouviu.
- Eu tentei trazer o remédio pra você mas não tive tempo.- senti a mão de Rony me procurando e a segurei, ele me deu uma garrafa de água aberta e bebi a metade em um gole só.- Eu sinto muito.
- Relaxa.- sorri mesmo sabendo que ele não veria.- E obrigado.
- Aconteceu alguma coisa enquanto estou fora?- deixei que os dois conversassem e voltei para o meu lugar levando a garrafa.
- Não. Na verdade...Potter está meio estranho.
Comecei a prestar atenção quando ouvi o nome do cacheado.
- Ele meio que está mais impaciente, se você pisar um centímetro fora da linha...
Eu sabia o que aquele silêncio significava, se antes Potter já era um carrasco de mão cheia não imagino como isso possa ter piorado.
- Já sei o por que.- não consegui ouvir mais pois eles começaram a sussurrar. Mesmo se tentasse chegar mais perto não seria silencioso.
Bebi mais um pouco da água molhando as mãos para passar no meu rosto. Mesmo assim ainda senti a febre aumentar, se continuasse assim, daqui a pouco iria começar a alucinar.
- Não saia do quarto se não for necessário. Promete?- escutei Blásio dar as últimas ordens antes do ruivo sair.- Eu nunca achei que fosse pedir isso, mas fique com o Krum até eu voltar. Diga que se ele não aceitar eu arranco o outro olho dele. Entendeu?
- Sim.- os barulhos dos beijos deles indicava que eles estavam se despedindo.
- Droga.- Blásio voltou a se sentar perto de mim.- Ainda tem água?
Murmurei um sim, parecia que para mexer um dedo do pé eu tinha que fazer uma força gigantesca.- Guarde, não sabemos quando ele vai voltar.- Blásio bebeu um pouco da sua água e bufou entediado.- Não morra. Gosto da minha cabeça aonde ela está.
- O que?- engoli a saliva e senti como se farpas atravessassem a minha garganta.
- Foi isso o que você ouviu.
Depois disso Blásio ficou em silêncio. Tentei cochilar várias vezes mas meu tornozelo doía como o inferno. Eu já tinha tirado o tênis com a ideia de que a dor diminuiria mas foi o contrário, ela só aumentou.
Quando fechava os olhos, flashes da minha família me atingiam como um soco, eu vi a minha irmã, minha mãe e meu pai. Nós estávamos felizes mas então a cena mudava e ficava tudo branco, quase me cegando.
Eu esticava a mão tentando alcançar a luz, mas era como correr contra a maré de um mar de ressaca. Minha mão estava esticada, eu senti a luz, eu vivi a luz. Mas então algo me puxava para trás e eu voltava para o escuro.
Eu não quero o escuro, a luz é tão quente.
- Acorda!- senti algo pressionar meu peito.- Respira!
A pressão no meu peito era muito forte, eu ia e voltava, como em um balanço. Engasguei com o ar na minha garganta e tossi tão forte que achei que meus pulmões fossem sair pela minha boca.
- Isso. Respira.
Blásio? Me virei de lado e o ar entrou com mais facilidade. Senti um gosto metálico misturado com um azedo na minha boca.
Engoli com fervor a água que foi colocada na minha boca, parei de tomá-la quando meu estômago reclamou.- B-Blásio?- chamei com a voz rouca de tanto tossir.
- Você me assustou como o diabo! Escutei você engasgar aí toquei seu ombro e você começou á tremer.
Gemi com o esforço de me sentar e agradeci pela água. Eu ainda não sabia como lidar com a bondade do Blásio, era estranho porque antes ele parecia que queria me matar e agora me "salva".
- Acho que já foi o suficiente, Potter!- Blásio berrou.
Escutei estrondos ocos e grunhidos de Blásio, ele estava se descontrolando. Tentei me encolher mas minha perna não me obedecia, Blásio estava gritando palavrões e socando a grade.
- Ei, ei, ei!- escutei a voz de um outro homem e uma luz fraca se aproximar.- Se controle, tubarão!
- Cadê o Rony?!- Blásio se descontrolou mais quando percebeu que quem tinha vindo nos entregar água não era o ruivo.
O homem não respondeu, escutei as garrafas serem jogadas na cela e ele se afastando. Blásio gritou mais alto e começou a bater na grade tentando derrubá-la.
- Blásio!- consegui gritar.- Para!
Ele não me ouvia, peguei a garrafa vazia que estava do meu lado e joguei no escuro. A cela ficou em um silêncio assustador, apenas escutava a respiração pesada do homem que há poucos minutos estava surtando.
- Se acalma, tudo bem?- por pura sorte a garrafa o acertara.
- Eu quero o Rony.- escutei um soluço alto, ele estava chorando?
Se fosse um desenho meu queixo estaria no chão agora. Blásio chorava como uma criança que havia perdido o seu brinquedo favorito, e eu não sabia o que fazer para acalmá-lo.
Eu estava em uma situação completamente inusitada, se alguém me contasse que Blásio estava chorando como um bebê, eu riria da cara da pessoa e a mandaria se tratar. Mas ele estava ali... desprotegido, chorando porque Rony não estava lá.
- Ah... não chora?- tentei confortá-lo mas saiu como uma pergunta.- Bem... ele vai voltar.
Seu choro continuou e não tinha ideia do que fazer. Além de chorar ele parecia socar as grades que nos prendia. Com muito esforço consegui me arrastar até chegar em Blásio; antes que pudesse abrir a boca senti o maior tropeçar no meu pé e cair com um estrondo.- Ai meu deus!- o choro parou de repente e apenas ouvia o maior fungando.- Você 'tá legal?
Eu fiquei parado com medo de que Blásio se revoltasse e me atacasse. O silêncio se estendeu pelo que pareceram horas, então fiz algo que poderia me fazer perder a mão. Apalpei o chão até encontrar a cabeça de Blásio, ele continuou parado quando encontrei seu cabelo e o afaguei cauteloso.Pigarreei e murmurei uma melodia baixa e suave. Blásio continuou parado e sua respiração foi se acalmando lentamente.
- Se você contar pra alguém eu te mato.- me ameaçou com a voz sonolenta, mas no fundo eu sabia que ele estava blefando.
Deitei no chão duro ao seu lado e fechei os olhos, eu estava sem sono algum, mas tentei ao menos relaxar. Isso tudo que aconteceu era muita coisa pra minha cabeça.- E Draco? Obrigado.
Eu estou delirando, com certeza estou.
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APRISIONADO - DRARRY
FanfictionDraco fez aquilo para proteger a sua irmã. Ele não teve culpa. Mas ninguém o ouviu. Levado para o meio do deserto do Arizona, Draco é colocado em uma "prisão" subterrânea. Agora ele terá que se proteger dos monstros que governam aquele lugar. Um del...