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3 anos após a fuga

Fred pov

Ultimamente Jorge anda bem estranho, mais do que o normal. Ele está meio evasivo, deixou de fazer piadas, e passa horas dentro do banheiro com a porta trancada, e quando eu ou Simas perguntamos o por que da demora ele simplesmente muda de assunto.

Confesso que estou preocupado, talvez seja depressão por causa da maldita montanha. Por causa disso Dino está com a atenção redobrada, não só em Jorge; na hora do banho ele inspeciona cada centímetro da nossa pele à procura de cortes. Ele pensa que não percebi por isso decidi ficar quieto.

- Ei, Jorge.- beijei sua nuca e ouvi seu resmungo sonolento.- Simas já saiu.

- Uhum.- revirei os olhos e levantei da cama.
Sem paciência para esperá-lo para tomarmos banho juntos. Eu entrei no banheiro e fechei a porta. Eu já estava nu, o que agilizou meu trabalho.
Após o banho relaxante não encontrei nenhuma toalha á vista então fui procurar no armário. Fiquei bem surpreso ao tocar na tábua e encontrar um tipo de fundo falso.

A surpresa maior veio com o conteúdo daquele pequeno esconderijo.

- Calcinhas

Jorge p.ov

Algumas horas antes

Me olhei no espelho e suspirei com o que vi, a calcinha de renda rosa coube perfeitamente e era totalmente sexy. Passei a mão pelos meus fios lisos e não senti falta alguma das tranças que costumava usar. Agora meus cachinhos ruivos cresciam livremente e eu estava feliz com isso.

Dei mais uma volta de frente pro espelho e fiquei mais tempo olhando para o meu bumbum que ficava perfeitamente redondo na peça delicada. Não pude segurar um suspiro ao imaginar as mãos fortes de Dino apertando-o ou Fred me acariciando.
Mas eles não podem saber. O que vão pensar se souberem que gosto de usar essas coisas? Ou então que ultimamente anseio por toques suaves?

Eu não sou delicado, não posso gostar disso.

Mas eu me sinto tão bem.
Meus olhos arderam e empurrei os pensamentos negativos pra longe. Meu segredo está bem seguro e guardado num maldito fundo falso no armário do maldito banheiro.

- Amor?- escutei a voz forte de Simas e tirei a calcinha o mais rápido que pude, xingando baixinho quando tropecei e caí de joelhos.

- E-eu já vou!- guardei tudo no esconderijo e vesti a minha cueca, fiquei irritado porque o tecido parecia machucar a minha pele. Totalmente diferente das calcinhas.

Abri a porta e encontrei Simas com uma sobrancelha arqueada, o cabelo escuro que ele costumava raspar crescia desordenadamente, dando uma ar de preguiçoso mas ao mesmo tempo sensual, o encarei e a pergunta estava estampada em sua cara.

- Eu tava me depilando.- ri envergonhado.- Sabe como é né, pêlos e essas coisas.- cocei o pescoço evitando fazer contato visual.

- Claro.- ele cruzou os braços e seus bíceps, cobertos de tatuagens, saltaram enviando um arrepio pela minha espinha.- Jorge, nós precisamos conversar. E quando digo conversar é sem mudar de assunto ou inventar um compromisso que não existe.
Engoli o bolo que se formou na minha garganta e olhei para os meus pés.

- Tudo bem.- sussurrei.

- Ei, anjo.- ele segurou meu rosto fazendo com que o olhasse.- Seu irmão e eu estamos preocupados com você. Nós te amamos e seja lá o que está acontecendo nós estamos aqui.

- Eu te amo.- não consegui segurar o choro e o abracei deixando que meu medo saísse junto com as lágrimas.

- Eu estou aqui, nós estaremos aqui pra você. Sempre.- ele me pegou no colo e deitamos na cama comigo apoiado eu seu peito.- Quer contar o que se passa?

APRISIONADO - DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora