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Meu corpo estava totalmente dormente. No fundo da minha mente eu sabia que eu deveria estar sentindo uma dor infernal, mas eu estava entorpecido.

Eu deveria estar morto. E talvez eu realmente esteja.

Abri os olhos e me dei conta da minha situação, eu estava em uma maca, e reconheci a área do Crabbe. Levantei a cabeça e vi várias faixas enroladas em mim. Tive a mínima impressão de que eu estava me tornando amigo próximo dos curativos.

O assustador foi perceber quem estava ao meu lado. Potter. Ele tinha uma feição serena e pela primeira vez aparentava ser jovem.

Ele estava dormindo com o braço direito servindo de apoio para a minha cabeça. Sua boca estava meio aberta e rosada, suas bochechas tinham um tom levemente e alguns fios de seu cabelo negro caiam pelo seu rosto. Ele dormia com o rosto encostado no meu pescoço e sua respiração fazia cócegas na minha pele.

Será que ele nunca fica feio?

Apenas Potter estava comigo. Nem mesmo Crabbe estava lá.

Potter se mexeu ao meu lado e fechei os olhos fingindo estar dormindo. Escutei o maior bocejar e tentei ficar o mais parado possível.

Foi difícil ficar com os olhos fechados quando Potter grudou sua boca na minha e sugou meu lábio inferior lentamente o mordendo.

- Eu sei que você está acordada, princesa.- estremeci e abri os olhos vendo a imensidão verde na minha frente. 

- O que-o que aconteceu?- minha voz saiu em um sussurro. 

- Minha princesa foi brincar lá fora e se machucou. Mas ela sabe que o que aconteceu não chega nem perto do que vai acontecer agora. 

Minha respiração ficou presa na garganta quando Potter abriu enorme sorriso e gargalhou escandalosamente.

- Você vai me...matar? 

- Matar? Não, claro que não. Eu não mato coisas belas; mas eu vou fazer com que você nunca se esqueça disso. 

Potter era capaz de fazer coisas imprevisíveis e isso me deixava com mais medo ainda por não saber o que esperar vindo dele.

O pior era que eu não conseguia me mover.

- Mas você não pode se mover agora, por hora eu irei deixar você descansar.- ele se levantou e caminhou até a porta - de costas - sem tirar os olhos de mim.- Durma bem, anjo. 

Quando ele saiu eu soltei a respiração que nem percebi que havia prendido. Tentei mexer a minha mão mas a única coisa que senti foi um formigamento, e eu só conseguia mover a minha cabeça. Seja lá o que Crabbe me deu, entorpeceu todo o meu corpo.

Depois que o efeito disso passasse, Potter iria fazer algo comigo, como uma punição. Eu realmente espero que o efeito disso demore bastante.

Eu estava sem sono algum, então fiquei encarando o teto. A sala de Crabbe estava bem mais iluminada que antes, que era uma luz fraca e amarelada. Agora muitas lâmpadas iluminavam o lugar mostrando tudo o que Crabbe escondia nos potes.

Não me demorei olhando os potes, cada um tinha uma coisa pior que a outra. Parecia um laboratório maluco.

Eu estava ficando agoniado, não podia me mexer e estava sozinho, nem mesmo Crabbe, que é o doutor, estava aqui. Tentei mover meus pés, mãos e até o dedinho do meu pé.

Nada.

Eu estava suando de tão concentrado que estava. Vez ou outra deixava um gemido irritado sair.

- Está se divertindo sem mim?- Potter entrou com um prato fundo nas mãos. 

Parei de me mexer - tentar - sentindo minhas bochechas queimarem. Potter se aproximou e quase gritei quando ele sentou na minha cintura com uma perna de cada lado do meu corpo e colocou um travesseiro na minha cabeça para deixá-la inclinada.

APRISIONADO - DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora