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- Ele só está com essa cicatriz, mas já não dói mais.- testei meu pé sob o olhar cauteloso de Cedric.

A cicatriz que estava no meu tornozelo cobria um lado inteiro, ela estava meio rosada e protuberante formando uma quelóide que tinha certeza que não iria sumir.

- Bom, a cicatriz é o de menos.- Cedric deu de ombros.- O seu pé ainda está inteiro.

Suspirei resignado e me vesti com o uniforme que Cedric havia encontrado, o meu último estava encardido e eu precisava urgentemente lavá-lo, descemos até os banheiros e levei meu uniforme para lavar durante o banho. Estava à caminho de um dos chuveiros quando encontrei os gêmeos compartilhando um , descobri através de Rony que os gêmeos praticavam incesto.

- Como vai, garoto do Potter?- eles disseram juntos, essa mania de me chamar de "garoto do Potter" era irritante, pior do que falarem juntos.- Junte-se a nós.

- Vocês não sabem falar separados?- bufei, Cedric entrou no chuveiro que ficava à duas cabines longe deles. Entrei na que ficava do lado dos irmãos, infelizmente a única vazia.

Tirei a roupa corando de raiva quando os dois ficaram me olhando sobre a pequena parede que nos separava.
Como eu havia dito, eu conheci todos do bando do Potter, alguns eu queria manter total distância, outros eram legais ou suportáveis. Minha relação com os gêmeos é até que engraçada, e muito, muito constrangedora.

- Parem!- disse irritado. Os dois riram e continuaram me olhando, com o tempo aqui eu ganhei um pouco do peso que havia perdido, mesmo achando que deveria acontecer o contrário, voltando a ter o mesmo corpo de antes. Com curvas um tanto quanto femininas, bunda grande, coxas grossas e cintura larga.

- Ei, Jorge, me ajude com um probleminha?- escutei risadinhas vindo dos gêmeos e os olhei de soslaio.

- Que porra vocês estão fazendo!?- os dois estavam se acariciando enquanto me olhavam.- Deus, vocês são impossíveis!

Eu estava extremamente envergonhado, mas não queria desistir de tomar banho, muito menos de lavar minhas roupas. Não é sempre que se tem cabines vagas.

- Vocês tem algum sabonete sobrando?- perguntei contra-gosto. O idiota aqui esqueceu o dele.- Por favor.

O sabonete que usávamos era uma pedra de ervas, eu acho, de cor escura. Ele deixava a minha pele vermelha e um pouco irritada, mas era a única forma de me deixar totalmente limpo.

Fred ou Jorge, dane-se, me entregou uma pedra de sabão. Esfreguei a minha camisa com força e tentei ao máximo ignorar os olhares nada inocentes dos gêmeos. Quando achei que era o suficiente, enxaguei as roupas e os deixei na pequena parede que nos separava e tomei meu banho. Ao terminar peguei um pano velho, que chamavam de toalha, e me sequei.

- Você não quer ajuda?- um deles perguntou, ele parecia desesperado.- Nós podemos te secar.

- Sim, sim!- o outro continuou.

- Não!- coloquei as minhas roupas e torci as que lavei. Saí do chuveiro dando aleluia e voltei para o meu quarto. Não sem antes ter trombado com um Lúcio assustado e ofegante.

- Desculpa!- disse quando quase o derrubei no chão.- Ei, o que aconteceu?

- Eu- não conte pra ninguém.- minha nuca foi puxada e Lúcio encostou os lábios na minha orelha sussurrando.- Filch é um traidor.

- Traidor?!- sibilei.

- Eu vi, eu tenho certeza do que vi!- ele mexia as mãos que tremiam sem parar.- Eu te-tenho que ir. Desculpe.

- O que voc-

Antes que terminasse a frase Lúcio desceu as escadas correndo. Voltei para o meu quarto e não saí de lá, algo estava acontecendo em Mors, algo muito grande.

APRISIONADO - DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora