Capítulo 130: Sétimo ano: Castor

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Era mais fácil não pensar, pelo menos nos minutos seguintes. Remus não diminuiu a velocidade ou se cansou tão rápido quanto de costume - até mesmo seu quadril havia parado de doer. Apesar da lisonjeira culpa beirando a superfície, ele não se sentia tão bem em meses. O cheiro se tornava mais forte conforme a floresta ficava mais densa, e uma penumbra de escuridão caiu, lançando sombras estranhas que pareciam se mover pelos cantos de seus olhos.

Ele não pensou. Era tarde demais para pensar; estava muito longe.

Puta merda, uma voz em sua cabeça surgiu do nada, quando você vai em frente, você realmente se joga de cabeça, não é, querido?

Grant. Remus não queria fazer isso agora. Cale a boca, disse para seu cérebro.

Oh, charmoso! A voz de Grant gargalhou, aqui estou, apenas tentando ajudar. Não tento sempre ajudar?

Eu não preciso de ajuda.

Se você não precisasse, eu não estaria aqui. A voz de Grant rebateu. Eu poderia ser outra pessoa, se preferir? Muitas pessoas sensatas para escolher. Eu tenho Ferox aqui, quer conversar com ele? Ou Lily, embora ela seja um pouco reclamona, se quiser saber minha opinião... Dumbledore? Nah, um idiota. Ooh, e quanto ao seu menino riquinho? Eh, 'Moony'?

Cale a boca. Remus repetiu, andando mais rápido, respirando com mais força.

Sim, a voz de Grant concordou, maliciosamente, posso ver por que 'cê não gostaria de falar com ele, depois do que acabou de fazer.

Eu precisava. Insistiu. Nenhum de vocês entenderia.

Bem, agora que eles não vão, seu lunático.

Remus ignorou a voz. Não havia tempo para isso; ele apenas teria que lidar com as consequências mais tarde. Sabia que não havia como voltar agora, não realmente.

Espero que você goste da floresta, Remus. Grant estava sussurrando agora, porque ninguém vai querer você de volta à civilização depois dessa bagunça.

Cale a boca, cale a boca, cale a boca. Remus se enfureceu dentro de sua cabeça, como um louco; como alguém perturbado. Talvez tenha sido um erro vir sozinho. Talvez ele realmente tivesse se perdido e seus amigos estivessem apenas tentando mantê-lo seguro...

Não. Sentiu o cheiro novamente, e isso mexeu tanto com suas entranhas que era como se estivesse sendo conduzido; arrastado para frente, incapaz de resistir. Era uma sensação que, antes, só havia associado às transformações. Não estava mais sob controle, da mesma forma que o lobo não interferia quando estava em sua forma humana. Era ele - o outro lobo, em algum lugar lá fora. Remus tinha que encontrá-lo, ou então ... bem, não tinha certeza, mas nem valia a pena considerar.

Algo se moveu, bem à frente, e Remus congelou. Os diferentes cheiros da floresta começaram a se acumular, teve de se concentrar para identificar e categorizar cada um. Havia magia. E havia um tipo diferente ... não era o lobo; era uma fêmea - ou, pelo menos, um cheiro feminino, e absolutamente nada lupino.

Ele caminhou em direção ao cheiro, confuso. Estava muito perto, mas não conseguia ver nada. Remus se viu em um bosque de bétulas prateadas - árvores finas e fantasmagóricas com troncos como casca de papel que brilhavam na escuridão da floresta. O cheiro era forte, mas ainda não havia nada - e ele havia perdido o rastro do lobo.

Impaciente, Remus puxou sua varinha e lançou um feitiço revelador.

"Aparecium.'' Sua varinha pareceu pular em sua mão, a força de sua magia estava muito forte.

All The Young Dudes [Livros 1 e 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora