138.2: Hope, 1965

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While I'm far away from you, my baby.

I know it's hard for you, my baby.

Because it's hard for me my baby.

And the darkest hour is just before dawn.

- 'Dedicated to the one I love', The Mamas and the Papas.

"Você nunca foi uma garota muito inteligente, Hope."

"Não, mãe." Hope olhou para sua xícara de chá. Sem leite, apenas uma fatia de limão, servido em uma xícara de chá adequada com um pires que tinha um design de folha de rosa combinando. Ela deveria ter recebido um conjunto de porcelana semelhante quando se casou, mas Lyall não queria trouxas na recepção.

Sua mãe resmungou alto.

"Eu sempre disse que ele não era bom. Homens assim - sem família, sem igreja. E você nunca explicou exatamente com o que ele trabalhava."

"Ele trabalhava no governo local." Hope respondeu. Ela colocou a xícara de chá na mesinha de canto da sala de estar de sua mãe.

"Gabinete?" Sua mãe perguntou, animando-se um pouco, "Bem, isso é alguma coisa. Ele não deixou nenhuma pensão? Nada mesmo?"

"Só um pouquinho. Mas eu quero guardar para Remus. "

Sua mãe resmungou novamente. Ela achava que era um nome bobo. Hope havia tentado se comprometer, e deu ao filho o nome de seu pai também - mas Remus John soava ainda pior, de acordo com sua mãe.

A Sra. Jenkins preferia fingir que o filho de Hope não existia, mesmo quando ele estava dormindo no quarto do andar de cima. Hope queria ir ver como ele estava - dar-lhe um abraço - mas não se atreveu a levantar-se; sua mãe diria que estava o mimando demais e Hope não queria discutir. Ele estava dormindo muito – o que provavelmente era normal para crianças de cinco anos.

Porém, Remus não era um menino normal de cinco anos, não mais.

Uma dor atingiu Hope no fundo de seu peito; seu coração parecia estar sendo partido. Ela abaixou a cabeça, deixando o cabelo cair para a frente, fechou os olhos e deixou as lágrimas correrem por seus cílios. Fungou. Eu preciso de você, Lyall. Como você pôde fazer isto comigo?

"E o que você planeja fazer em relação a dinheiro? Eu não posso te bancar, não na minha idade."

"Achei que poderia voltar para a Central." Hope disse, quase um sussurro. "Gethin disse quando eu saí que eu poderia voltar se quisesse. Eles sempre precisam de operadores."

"Ele sempre teve um fraco por você, se me bem lembro." Disse sua mãe. Ela parecia pensativa; não estava realmente falando com Hope agora, estava planejando. Hope estava bastante familiarizada com o modo como a mente de sua mãe funcionava, sempre maquinando, organizando e suavizando as coisas. Fazendo correções. Os últimos seis anos foram um erro - que logo seria corrigido.

Isso não era nada novo para Hope; outras pessoas tomaram decisões por ela durante toda a sua vida. Primeiro sua mãe, que a aconselhou a deixar a escola mais cedo e conseguir um emprego na Central Telefônica. Depois, Lyall, a quem havia decidido seguir para dentro de um mundo completamente diferente. Agora ele se foi, e ela estava de volta à sua mãe. Você nunca foi uma garota muito inteligente.

Ela nem mesmo foi questionada sobre o funeral. Tudo havia sido resolvido por seu povo - homenzinhos estranhos em mantos que podiam arrumar qualquer coisa com um aceno de suas varinhas. Eles foram muito gentis com Hope, mas a trataram como uma criança - uma particularmente estúpida. Um deles pegou todas as coisas de Lyall - seus livros e sua varinha. Ela foi autorizada a ficar com a casa, mas lhe aconselharam a pôr à venda.

All The Young Dudes [Livros 1 e 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora