Capítulo 18 - Uma Visita Suspeita

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Na manhã seguinte, Oliver ficou recluso em sua suíte. Mesmo a gigantesca mansão com seus muitos quartos parecia sufocante. Próximo a janela, sentado em uma poltrona branca, o jovem observava o vento frio dançando por entre as árvores da propriedade e as montanhas longínquas que cercavam a cidade. Uma paisagem distinta da que estava acostumado, era como ter sido transportado para um outro mundo cheio de belezas exóticas.

Mas ali em uma terra estrangeira, onde as pessoas nas ruas falavam um idioma tão distinto, mesmo cercado pelo luxo, o filho do barão não conseguia conter em seu coração o temor da solidão que o atormentava

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Mas ali em uma terra estrangeira, onde as pessoas nas ruas falavam um idioma tão distinto, mesmo cercado pelo luxo, o filho do barão não conseguia conter em seu coração o temor da solidão que o atormentava.

Pela primeira vez em dias pensou de verdade no pai e nos motivos por trás da tentativa de assassinato. Será que ficaria órfão novamente? Será que depois que seu pai morresse tudo voltaria a ser como era antes?

No fundo Oliver não gostava de sua antiga vida, mas o conforto da previsibilidade enchia seu coração de esperança.

— Oliver! — chamou uma voz feminina no corredor.

Ao reconhecer a voz o jovem levantou instintivamente.

— O que você quer, Maryna? — perguntou o garoto sem abrir a porta.

— Preciso te mostrar uma coisa.

Um pouco indeciso, o jovem abriu a porta.

Apesar da raiva que sentia, não conseguiu conter a pontada de satisfação ao ver Maryna. Seu rosto irradiava uma beleza que o atraía, além disso o perfume que usava já havia impregnado o quarto.

— O que você quer? — perguntou ele, dessa vez um pouco mais calmo.

— Quero te mostrar a escola.

Que diabos ele ia querer da escola. Tantas preocupações.

— É isso?!

— É! — respondeu a filha da governanta um pouco desanimada.

Ao contrário de Oliver, Maryna não foi recebida por Artaxia como se fosse filha de um rei. Ainda lembrava de sua avó e ela com as malas no aeroporto e do desgaste de procurar por emprego após sair da Ucrânia. Depois veio a adaptação a uma cultura diferente e a língua. Só de poder caminhar por uma casa tão grande Maryna já se sentia privilegiada.

Apesar disso havia solidão. A solidão de estudar em um colégio de magnatas quando sua avó é apenas a governanta da mansão de um deles. A solidão de não poder convidar amigos para a casa do barão. Ter alguém da mesma idade na casa, ainda que fosse um filho bastardo do barão, era algo bom, uma mudança após anos de monotonia.

— Desculpe te incomodar, Oliver — se desculpou — Sei que você está preocupado com seu pai e com as coisas que aconteceram ontem.

Maryna fez uma breve reverência, como alguém que fala com um membro da nobreza, virou as costas e começou a caminhar pelo corredor. No segundo passo sentiu o jovem a mão de Oliver segurar seu braço. Ambos se entreolharam e o filho do barão envergonhado parou a ação.

O Filho do Barão [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora