Capítulo 11 - O cachorro e a Dama

223 42 4
                                    

Pela janela a luz solar entrou mansamente por entre as cortinas do cômodo. O piso de sinteco pareceu ruiu com a pequena onda de calor natural irradiada pela luz do astro.

A janela ainda embaçada pela geada da noite anterior começava a ser desfeita quando Oliver acordou. Sua mente desnorteada recusava aceitar os fatos que o cercavam. Dois dias antes havia descoberto que era filho de Mikhail Wong, barão em um país chamado Artaxia. Tirando isso, não sabia mais nada sobre a vida do pai ou dos detalhes principais do seu passado.

O corpo pesado pelos quase dois dias intermitentemente acordado ainda oferecia dificuldades para as ações mais simples. Fruto de duas noites mal dormidas e uma viagem turbulenta. Apesar disso, o garoto levantou da cama abandonando o grosso edredom branco. Embora a casa estivesse aquecida, Oliver sentia instintivamente a preguiça típica de um dia de chuva.

Ao pôr os pés no chão, caminhou até a janela. Foi surpreendido pela grandiosidade da propriedade. Ao longe viu alguns alces deitados sobre a grama, que pareciam indiferentes à vida dentro da mansão. E foi nesse momento que se deu conta do tamanho da própria casa.

— Todas as casas da rua cabem nessa mansão — sussurrou para si mesmo.

Procurou por suas malas, mas não as encontrou de imediato, precisou de alguns minutos para perceber que alguém já havia desfeito suas coisas e as alojado no guarda roupa que já contava com algumas peças de roupa simples, como três conjuntos de moletons pretos e dois brancos. Pelo tamanho deduziu que fosse presente do pai ou da governanta para ele.

Sua barriga roncou, estava realmente com fome. Depois de sua higiene matinal desceu usando um dos moletons deixados no quarto. Apesar de ser estranho, sentiu-se bem com a roupa, era larga e confortável o suficiente para se mexer e quente para enfrentar uma noite fria.

Oliver abriu a porta como um fugitivo, olhou para os dois lados do corredor, procurando por alguém no vazio silencioso de paredes de madeira e piso encerado. Depois de se perder algumas vezes, encontrou a escada para o primeiro andar, no momento que pensava em chamar socorro.

 Depois de se perder algumas vezes, encontrou a escada para o primeiro andar, no momento que pensava em chamar socorro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Cruzou com um funcionário da mansão que o encarou como se achasse que aquele não era seu lugar. No fundo também pensava o mesmo, mas não daria ao homem o gostinho de confirmar um pensamento tão hostil.

— Onde encontro a cozinha, senhor?

— Siga este corredor até o final... Senhor. — respondeu o homem de aparência indiana de forma quase ríspida.

— Obrigado.

— Não há de que.

Apesar de espaçosa, a mansão era bem aquecida, o chão de madeira e carpete criava um ambiente luxuoso e ao mesmo tempo acolhedor.

Ao chegar à cozinha, deparou-se com a TV ligada em um programa em francês, e uma senhora branca de cabelos castanhos cobertos que oscilava sua atenção entre a TV e a comida que preparava. A roupa azul era adornada por alguns cordões coloridos.

O Filho do Barão [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora