Oliver sempre soube muito pouco sobre o pai, sua única informação se resumia ao fato dele ser um estrangeiro que engravidou sua mãe e desapareceu sem deixar rastros. Após anos desaparecido seu pai ressurge de maneira inesperada e em um momento de g...
Por alguns segundos as luzes ofuscaram seus olhos e era como se o peso do mundo estivesse sobre seu corpo. Depois foi a vez das vozes invadirem seu espaço, foi quando sentiu um leve calafrio.
Ao abrir os olhos orientais característicos, Mikhail deparou-se com um grupo de quatro médicos ao redor de sua cama, eles observavam cada respostas das máquinas com a atenção de um engenheiro da NASA.
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— Pressão e Batimentos cardíacos normais! — disse um deles.
— O paciente começou a recobrar a consciência — disse outro.
Ainda sem forças, Mikhail disse suas primeiras palavras.
— Onde... Onde está meu filho? — perguntou o Barão com dificuldades.
Percebeu que estava em um hospital. Estava em casa? Estava no Brasil? O que tinha acontecido?
Tudo era uma sequência de flashes. Lembrava de uma arma, um tiro e uma luta, mas ainda era tudo impreciso.
— Ele acordou doutor! — disse uma médica residente de origem nigeriana.
Mikhail olhou para a doutora e sua mente o enganou.
— Lúcia? É... É você Lúcia?
— Doutor... Acho que o paciente está apresentando delírio... — disse a residente nigeriana.
O médico se aproximou correndo, mas foi empurrado para o lado por um homem oriental que aguardava escondido na sala.
— Cassius? É você Cassius? — perguntou o barão.
O Cassius cobriu as mãos do irmão e se ajoelhou chorando.
— Quando você vai parar de arriscar sua vida desse jeito? — perguntou o irmão com a voz embargada — Você já conseguiu sua vingança.
O barão ainda fraco pôs sua mão sobre a de Cassius.
— Eu... Eu encontrei, irmão!
— Encontrou?
— Eu encontrei meu filho!
Cassius sorriu.
O barão voltou a fechar os olhos, como se o peso do mundo tivesse atingido seu corpo outra vez.
— Senhor, não se preocupe, seu irmão apenas está dormindo. Em breve ele vai se recuperar.
— Certo — respondeu Cassius — Qualquer mudança clínica me avise.
— Sim, Senhor Wong — respondeu o médico.
Cassius saiu do quarto com o rosto ainda coberto de lágrimas. Pelo vidro da porta viu os médicos fazendo seu trabalho. No corredor, sua esposa Anna e Maximiliano, o braço direito de Mikhail, o aguardavam.
Anna era poucos anos mais nova que Cassius, o cabelo negro até os ombros estavam em uma sintonia quase perfeita com os olhos verdes e postura confiante. Era um pilar de confiança para o CEO do Wong Bank, um dos homens mais ricos da Ásia. Ao lado dela, Maximiliano vestia seu tradicional terno preto, um contraste digno de Artaxia.
— Boa noite, Barão! — saudou Maximiliano.
— Boa noite, Tenente-Coronel! — respondeu ele.
Os dois homens se entreolharam, indicando que aquela conversa teria continuação.
— Como seu irmão está? — perguntou a esposa.
— Ele ficou lúcido por alguns instantes e depois voltou a dormir.
— E o que ele falou? — perguntou Max.
Cassius olhou atentamente para Maximiliano.
— Wǒ de míngxīng (minha estrela — chinês), poderia me trazer um pouco de café? — pediu Cassius.
Anna assentiu e se retirou, sabendo que mais tarde o esposo contaria sobre a conversa. Talvez, não tudo. Desde o casamento ela sabia que havia algo na vida dos Wong que eles escondiam como se fosse um segredo de Estado. Qualquer outra mulher teria movido montanhas para descobrir, mas Anna estava na burocracia estatal tempo suficiente para saber que existiam coisas que era melhor não saber.
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Os dois homens ficaram sozinhos no corredor silencioso do hospital militar.
— O que tem para mim, Tenente-Coronel? — perguntou Cassius, retirando uma barra de cereais do bolso.
— O escritório do seu irmão pegou fogo. Acredito que tem alguém tentando apagar os rastros do ataque. Já solicitei ao gabinete real apoio para resolver esse problema. Mas parece que tenho enfrentado problemas para acessar certas informações.
Cassius apenas concordou com a cabeça.
— Max, embora você tenha recebido a permissão de ser um oficial superior dentro de Artaxia, você continua um estrangeiro.
— Então o que eu faço, senhor?
A expressão facial do rosto do Barão do Monte Sikaram mudou.
— Vou começar minha própria investigação, em alguns dias vou entrar em contato com você para falar sobre o resultado. Quando isso acontecer vou precisar que tenha uma equipe pronta com os agentes mais confiáveis que você tiver.
— E depois?
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— Depois vamos pegar esses cretinos antes que eles fujam... Ou pior que isso... Que meu irmão acorde. Não quero que meu sobrinho veja a pior face do meu irmão... Não agora que estamos prestes a salvá-lo.
— Não acha que está na hora do seu sobrinho te conhecer? — perguntou Max.
Cassius sorriu para o militar.
— Não quero tomar um lugar que pertence ao meu irmão...