14.Aliado

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- Ethan. - chamei.

E então eu o achei, deitado um pouco inconsciente.

- Ah Ethan.

Corri até ele e coloquei sua cabeça sobre meu colo.

- O que está acontecendo com você? - perguntei.

- Minha força não está das melhores hoje, peço desculpas por isso Anne. - ele tenta respirar, mas parece que até para isso ele tem dificuldade.
Desvio o olhar, não consigo ver ele dessa forma.

- Eu que me desculpo, mas eu precisava de respostas.

- Tudo bem. - ele disse, quase desmaiando, mas seus olhos se mantiveram entreabertos.

- Você é o Rei?

- Não sou rei de mais nada Anne, não consigo ser rei nem do meu próprio corpo mais. Mas respondendo a sua pergunta, sim, eu já fui rei a muito, muito tempo.

Isso doeu, o fato de ele não ter regra nem sobre seu corpo fez meu coração afundar em meu peito em um aperto doloroso.

- Ok, então, você quer minha ajuda.

- O que? - ele perguntou confuso.

- Você quer minha ajuda, não foi por isso que fez comunicação comigo? Para ter uma aliada?

- Por Estia! Claro que não. - ele respondeu, indignado.

Por Estia? Ele conhece Estia?

E se não é isso, então por que ele me procurou?

- Então...

- Eu só precisava te ver, foi tolice, eu sei, mas não preciso da sua ajuda, preciso apenas de uma coisa, e quero que você prometa isso para mim.

Precisava me ver... por que isso aqueceu tanto meu peito, e me deu uma faísca de felicidade?
Eu não deveria me concentrar nisso.

- Eu mal te conheço, por que te prometeria algo? - perguntei.

- Por favor Anne, preciso que se mantenha segura, apesar de não se lembrar de nada, você agora ainda é tudo que me resta, por favor, se mantenha segura.

Então ele gemeu, e se levantou do meu colo, mas cambaleou até uma árvore, cuspindo sangue, e tremendo.

O mundo começou a tremer, como se estivesse em sincronia com seu corpo, que também tremia de fraqueza.

Cheguei perto dele e toquei seu ombro delicadamente, e deixei que ele se apoiasse em mim.

- CHEGA! O que vocês querem mais?! - ele gritou, e tudo estremeceu.

Ele acabou caindo no chão, me levando junto, mas eu apenas me levantei rápido e tentei ajudar ele.

- Eu preciso ir, Anne.

- Apenas se me prometer uma coisa. - eu disse.

- E só prometo qualquer coisa a você, se você prometer para mim que vai ficar segura. - ele tentou dar aquele sorriso irônico, mas a única coisa que conseguiu, foi tremer mais.

- Eu prometo.

Me sinto como se tivesse acabado de assinar algum tipo de contrato de responsabilidade afetiva com ele, mas não me arrependo, eu quero isso.
Se for para cuidar dele, eu aceito qualquer coisa.
Ele precisa de alguém, e eu posso ser esse alguém.

- Então, pode me fazer prometer o que quiser.

- Que vai fazer contato mais vezes.

Isso é muito idiota da minha parte, eu nem sequer o conheço, mas eu sinto como se estranhamente ele fosse uma parte de mim, e eu preciso conhecer isso, preciso conhecer ele. Eu posso ser o alguém dele.

A rainha das almasOnde histórias criam vida. Descubra agora