Capítulo 58

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Jéssica:

Acordar sem o Gabriel na cama era incomum e estranho, me sentei na cama e olhei para o relógio, eram dez e meia, olhei para o meu lado e algo me chamou atenção em seu travesseiro, um papel escrito Jéssica, eu peguei e algo dentro de mim já dizia que não estava certo, quando eu li as duas primeiras linhas as lágrimas vieram.

"Não tem muito tempo que eu fiz a melhor decisão da minha vida, entrei como ajudante da polícia em um caso de extremo risco para mim e fiquei contente em ajudar. Garotas vieram e foram, e assim eu fui me divertindo enquanto a certa não chegava, até que de supetão um leilão surpresa acontece e eu vou sabendo que só posso ajudar duas meninas... Lá dentro eu vi cada uma delas avaliei e pensei nas hipóteses mas todos os meus cálculos se foram quando aquela luz se acendeu e você estava no centro, eu não sabia o porquê só sabia que precisava ter você..."

Eu parei de ler por um instante só para limpar minhas lágrimas e continuei.

"Com aquela descrição que tocava piano e cantava, sabia que precisava de você, sem motivo aparente nenhum eu dei o maior lance possível e ainda tive competição mas não me interessei. A única coisa que eu não previa era que por essa garota, linda e completamente imprevisível eu iria me apaixonar. Eu sabia que não me deixaria vir nessa missão, e que se eu viesse você iria vir junto não importa o que eu dissesse, mas eu fui mesmo assim, quero olhar para o bastardo e ter certeza que ele não vai machucar ninguém, Jess. Mas pelo menos ele me trouxe você, algo que eu nunca irei dizer à ele mas agradeço por ter me dado o motivo de felicidade das minhas manhãs.

Eu tenho certeza que estou bem e talvez já voltando para casa, para você. Se eu não voltar, isso vai para outra carta, a qual eu já deixei com o meu advogado. Eu te amo. Pra sempre seu.

Gabriel Lorson

Eu larguei o papel na cama e minhas lágrimas não paravam de cair, ele havia ido, ele foi até o Jordan exatamente como ele havia pedido, como um tolo! Eu havia perdido Gabriel, ele poderia estar morto agora mesmo e eu estava dormindo, tentei me levantar da cama para falar com Rosa mas vi tudo preto e eu caí, e ali eu fiquei, colei minhas coxas ao meu peito e chorei. Meu coração doía, minha cabeça latejava, minha garganta estava fechada e sentia que tinha algo dentro dela, que não saía por nada. 

Eu li a carta de novo e de novo, esperei e esperei, não sabia quando ele havia saído, não senti ele se mexer para levantar, meu primeiro pensamento foi ir até Rosa e mostrar a carta mas isso  iria piorar tudo, talvez ela tivesse um infarto e aí seria minha culpa por ter falado alguma coisa. 

Até que surgiu uma luz na minha cabeça, se Gabriel foi, quer dizer que Ondero também foi e que se os dois foram James não iria deixar eles dois sozinhos, e daí eu me lembrei que Luna, era a fonte de informação mais próxima que tínhamos, eu esperava que ela como eu tivesse recebido uma carta de adeus ou que não soubesse de nada sobre o pedido de Jordan e mais ainda esperava que ela me ajudasse nesse plano louco que eu tive.

Coloquei a minha calça jeans, uma camiseta qualquer e um casaco, meu tênis estavam no quarto da bagunça então eu peguei meu celular coloquei no bolso e corri até o quartinho amarrando meu cabelo e em seguida calçando meu tênis.

Não podia pedir à Lorenzo para me levar porque ele iria querer falar com o Gabriel antes e se Gabriel não atendesse, ele saberia pelo meu pedido que algo estava errado e daí Rosa ficaria sabendo, então eu fiz a primeira coisa que meu cérebro pensou, peguei uma das chaves do Gabriel e entrei no carro, não parecia ser difícil dirigir e eu já tinha começado a minha autoescola de qualquer forma, liguei o carro e pisei na embreagem, saber o básico eu sabia por prestar atenção no Gabriel dirigindo, fora que o mesmo já havia tentado me ensinar sobre marcha, freio, acelerador... Tentei me lembrar do que ele disse e então saí da garagem, devagar, com muito cuidado para não bater me nada e então assim que podia ver os carros esperei e segui a rua, olhei a hora no painel e então a adrenalina do meu sangue me fez pisar mais forte no acelerador, passei alguns sinais vermelhos e então as curvas começaram e não foi nada difícil, quando eu vi o prédio da delegacia o alívio sobre mim era claro. Entrei no estacionamento e parei o carro de qualquer forma saí do carro e então corri para dentro, meus olhos se moveram para ver se achava alguém que me levasse á Luna mas nada, alguns policiais me deram bom dia e eu nem os respondi como sempre faziam. Estava indo até os alojamentos até que eu vi o irmãozinho de Luna em um dos corredores. 

Dou-lhe uma... Dou-lhe duas... Vendida! - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora