Capítulo 10

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Aviso:
Oi pessoal espero que estejam gostando bastante.
Este capítulo vai ser um pouco longo, porque eu vou ficar sem internet, e não sei quando vou conseguir postar um capítulo novo então aproveitem bastante esse aqui porque felicidade dura pouco ksksk beijos, boa leitura.

Gabriel:

Luna apareceu na cozinha pouco tempo depois que Jéssica havia ido para o quarto dela.
- Olá, Luna.
- Oi.
- Está tudo bem?
- Sim, só estava com fome.
- Ah, bom a cozinha tem tudo o que precisar, tem alguma idéia do que quer fazer?
Ela deu um meio sorriso.
- Sei fazer ótimas panquecas, sempre faço para o meu irmãozinho no café da manhã - Ela fez uma pausa e pareceu se lembrar dos recentes acontecimentos - Isso antes de... Você sabe.
- Sim, eu sei. Luna pode confiar no que eu digo, nada daquilo vai acontecer com você.
- Eu confio em você.
Eu fiquei surpreso com aquela afirmação e resolvi explicar tudo que contei à Jéssica, sobre o meu trabalho com as meninas, ela apenas concordou com a cabeça e eu resolvi não empurrar mais o assunto.
- Ótimo. Ah, como eu disse antes nos armários devem ter os ingredientes necessários para a sua panqueca. Boa noite.
Abri a geladeira e peguei minha garrafa de água especial, era do Harry Potter, Rosa me deu de presente de aniversário, é térmica e simples porém é especial para mim de qualquer jeito. Fui para o meu quarto ainda pensando no que deveria ter dito à Luna, e se deveria ter dito algo daquilo agora ou se devia ter esperado mais um pouco... A conversa com a Luna na cozinha foi bem básica, chata na verdade, não que eu esteja comparando as meninas, porém Jéssica tende a ser mais ousada em questão de saber dos seus direitos, coisa que Luna não parecia querer saber. Talvez ela só não queira se envolver nisso, também não consigo imaginar os traumas que elas sofrem lá. Fiquei matutando isso até que o sono por tanto tédio chegou e eu finalmente fechei meus olhos.

Jéssica:

O sol começou a aparecer e eu ainda nem havia dormido direito, cochilei por 2 horas e foi o máximo que consegui pregar o olho, comecei a mexer nas gavetas para ver se conseguia achar algum papel e caneta, nada de sorte até mexer no armário e encontrar um tipo de caderno aparentemente sem uso nenhum junto com um estojo cheio de lápis e canetas, me sentei na escrivaninha do quarto, abri logo a metade do caderno e fiquei escrevendo, desenhando e rabiscando coisas, acabei botando coisas pessoais naquele caderno então resolvi escondê-lo, procurei um lugar que achava que ninguém fosse procurar ou limpar, atrás da cabeceira me pareceu um lugar muito bom então foi lá que deixei. Resolvi sair do quarto quando o sol estava forte o suficiente para se dizer que eram 7 da manhã, o calor já havia começado a se manifestar e então algum ar-condicionado começou a fazer efeito na casa e logo ficou fresca. Fui até a sala e ninguém estava lá, mas quando me virei para a cozinha vi que havia uma mulher arrumando algo nos armários embaixo da pia.
- Bom dia.
Ela deu um gritinho quando me viu.
- Ora, bom dia.
- Meu nome é Jéssica, precisa de alguma ajuda?
Ela parecia muito surpresa com a minha pergunta e então depois de um tempinho falou:
- Estou precisando do liquidificador mas não consigo me abaixar como vocês jovens, pode pegar para mim?
- Claro - Eu me abaixei e peguei - Aqui - Eu me levantei e entreguei para ela.
- Obrigada, querida. Meu nome é Rosa, gostaria de me ajudar a preparar o café?
- Claro, eu vou adorar.
Ela sorriu calorosamente e eu me senti confortada, e comecei a pegar tudo que ela me pedia, cortar morangos, pegar leite, gelo e abacaxi.
- Agora corte o abacaxi e coloque tudo isso no liquidificador e bata para mim por favor - Ela disse enquanto mexia na frigideira e na panela ao lado.
- Isso é bom? Essa mistura toda?
- Ah é a vitamina preferida do Gabriel, toma desde pequeno.
- Ele é excêntrico - Eu gargalhei um pouco e fiz o que ela mandou, quando tudo pareceu homogêneo deixei de lado e ela me pediu para olhar a omelete na frigideira - Você é a mãe dele?
- Oh não não, sou só a cozinheira, mas considero ele um filho meu já que cuido dele desde que ele nasceu.
- Deve ser legal, ter alguém como você por perto - Eu virei a omelete com a espátula.
- Ah querida, você e sua mãe não cozinham juntas?
- A minha mãe foi embora antes de eu sequer pudesse dizer "mama". Morei somente com o meu pai a vida toda.
- Ah, desculpe. Seu pai deve ser um herói para você não é?
- Não exatamente.
Ela deixou a colher e a pequena bacia que ela mexia de lado e me olhou, parecia me analisar e então ela exclamou.
- Você é uma delas não é?
- Delas?
- Gabriel comprou você.
Eu abaixei a cabeça e desliguei o fogo antes que a omelete queimasse, comecei a remexer a borda e coloquei no prato.
- Eu sinto muito se não deveria ter falado contigo.
Ela não disse nada somente me abraçou. Ficamos assim por um bom tempo e as lágrimas vieram como chuva nos meus olhos.
- Oh querida, você foi a única que sequer falou comigo enquanto esteve aqui. Foi educada o bastante para isso.
Ela resolveu me soltar e pude notar que eu era pouco mais alta que ela, ela secou as minhas lágrimas.
- Não deixe que caiam na comida por favor, já coloquei sal o suficiente.
Eu sorri assim como ela e ganhei mais um abraço. Me senti realmente acolhida naquela casa, nos soltamos e eu consegui parar de chorar. Ela cozinhava com maestria e a bacia que ela mexia tanto era massa para um bolo de chocolate que ela serviria para sobremesa com morangos, coisa que eu prometi ajudar antes que ela começasse o almoço.
- A omelete é sua meu bem.
- Ah o Gabriel não come isso? - Eu me sentei na banqueta que tinha de frente para o balcão em que ela mexia a bacia e comecei a comer, me deliciando e elogiando a comida - Está uma delícia, Rosa.
- Ele não é muito chegado não, mas nunca recusou comida, sempre ensinei que é pecado. Ele não teve muito afeto vindo dos pais então boa parte eu consegui suprir, mas alguma coisa dentro dele eu acho que só um... - Ela parou de falar assim que olhou para o corredor, eu me virei e vi que o assunto tinha levantado e se aproximava do balcão.
- Bom dia, moças.
Ele deu um beijo no topo da cabeça da Rosa e se apoiou nos antebraços do lado dela no balcão piscando para mim enquanto enfiava o dedo dentro da massa de bolo recém mexida e colocou na boca. Rosa viu e eles começaram uma discussão muito engraçada, me diverti enquanto terminava de comer, vi que ele se serviu da vitamida e eu finalmente pude perguntar.
- Como você mistura abacaxi com morango?
- Já provou?
Eu neguei com a cabeça e ele me estendeu seu copo.
- Bebe.
Eu olhei para ele desconfiada mas peguei o copo e dei um gole.
- É bom.
E tomei um pouco mais.
- Ah não, não, sirva a sua.
Ele tomou o copo da minha mão e eu reclamei.
- Ei, devolve aqui.
- Pega um copo para você, ue.
Ele bebeu do, agora, meu copo e eu consegui roubar de volta, virando todo o resto.
- Venci.
- Ai ai, vocês dois... Comam agora enquanto está quente, Gabriel, sua panqueca está na geladeira, bem fria como você gosta - Nesse meio tempo ela me serviu mais uma omelete e eu peguei mais da vitamina recém descoberta boa e me sentei na banqueta mais uma vez. Quando vi ele estava sentado do meu lado, comendo e me encarando enquanto comia. É, foi um bom começo de dia.

Dou-lhe uma... Dou-lhe duas... Vendida! - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora