Maratona 2/3 💕
Gabriel:
Durante a sessão de fotos, ela estava linda, ela tinha talento para isso, não parecia traumatizada nem vítima, era ela ali. Uma das meninas que trabalhava na montagem do catálogo veio até mim.
- Parabéns por mais uma coleção incrível Gabriel. Sei que vamos arrasar nas vendas.
- Ah o trabalho foi todo da equipe de produção e da equipe de design, eu só financiei - Ri um pouco.
- Claro, mas essa modelo que você conseguiu, nossa as fotos dela ficaram perfeitas, quando colocarem no catálogo ela que se prepare para receber diversas ligações, agende ela para a próxima coleção ok?
Eu sorri e a menina se afastou, comecei a pensar se Jéssica iria querer seguir nisso, se ela tinha gostado e essas coisas. Eu tinha ficado irritado pelo que ela chegou a pensar, mas tudo isso foi embora, ela foi se trocar e eu pedi que deixassem a calça e o cropped para ela, e me lembrei de avisar Lorenzo para buscar Rosa e vir para cá.
- Oi.
- Oi.
Ainda não tinha tirado a maquiagem e o cabelo ainda estava ondulado, perfeitamente.
- E agora?
- Esperamos o pessoal da montagem completarem o catálogo e aí disponibilizam no site e começam as propagandas. Marketing e essas coisas.
- Legal.
- Seu cheque está sendo preparado agora, então é só esperar aqui.
- Oi? O que? Meu cheque?
- Sim, você achou que ia trabalhar de graça?
- Sim, já que isso foi um acordo nosso, sabe? Amigos e essas coisas.
Ela sorriu sem graça e aquilo me agitou.
- É, bom, todas as modelos recebem e seria meio estranho você não receber pelo trabalho - Ravier,contador responsável pelo pagamento de todos aqui, chegou silencioso com o papel nas mãos e logo me entregou, saindo de perto como chegou - Aqui - Eu estendi o papel para Jéssica e ela assim que olhou, arregalou os olhos.
- Isso é sério? Gabriel isso é muito dinheiro!
- Salário normal para uma modelo, agora você vai ter que esperar uns 20 minutos até a Rosa chegar.
- A Rosa vem para cá?
Começamos a andar até o elevador e eu chamei.
- Sim, vocês farão compras. Eu disse isso mais cedo.
- Mas não me avisou que seria hoje.
- Bom, Rosa tem o meu cartão e se preferir usá-lo do que o seu dinheiro, pode utilizá-lo da forma que melhor achar.
- Acha que eu sou o tipo de garota que fica contente gastando milhões em roupas e acessórios? Como a Luna?
O elevador chegou e nós entramos, apertei o 13, já que precisava ir acompanhar a montagem e depois o 2, área de descanso.
- Não disse nada relacionado à isso, simplesmente a informei.
- É, bom pareceu que você quis dizer nesse sentido.
- Tudo bem, Jéssica, somos amigos e isso é legal, pois não tive esse contato com muitas das meninas que ajudei, agora isso não lhe dá o direito de falar comigo como se eu fosse o cara malvado - Respirei um pouco e o elevador parou no meu andar - O segundo andar é o de descanso, fique lá e Rosa vai te encontrar.
Eu precisava sair de perto dela antes que eu perdesse a calma e dissesse algo irreversível, então eu fiz, me foquei no trabalho que é a melhor coisa que eu faço. Editar as fotos e fazer a grade é uma coisa fácil se você entende de arranjos e combinação de fotos.
- Mark, quero as fotos de fundos verde bem aqui, fundo rosa em cima junto com as de fundo branco ok?
E comecei a selecionar as fotos, a minha favorita é a que a Jéssica está com o vestido florido, pois eu sei que ela estava olhando para mim. Minha equipe sempre trabalhava bem, em menos de 3 horas aquilo estaria pronto para o setor de propaganda começar a publicar, íamos colocar em outdoors, anúncios na TV e na internet, toda aquela coisa chata de lançamento, mas de acordo com a minha mãe a festa estava toda concluída e seria à fantasia, coisa mais clichê, já que o tema era esse. Meu telefone tocou e vi que era Lorenzo.
- Alô.
- Senhor, estou levando as duas, total segurança.
- Cuida delas. Por favor e me mande o endereço ok?
- Sim senhor.
Fiquei mais tranquilo e voltei ao meu trabalho.-- Quebra de tempo --
Eram umas 18:00 quando eu finalmente consegui terminar de assinar todos os contratos e finalizar todos os pagamentos, junto com Ravier, conferimos as finanças, pagamentos, salários, entre outras coisas. Estava esperando Lorenzo na porta da empresa quando Lorie, que trabalhava na parte de desing chega perto de mim, sei que as vezes você tem que manter o nível patrão-empregado mas eu não consigo.
- Oi Lorie, o que faz aqui ainda?
- Problemas com a revisão do bracelete de folhas, o Luke não viu que havia uma lasquinha em uma das últimas então eu tive que reparar, demorou mais do que eu esperava.
- Bom, me lembre disso na próxima checagem com os setores, falarei com o Luke.
Ela sorriu e um carro se aproximou de nós, de dentro saiu um cara alto e aparentemente forte, chegou perto de Lorie e a puxou para perto dele.
- Oi amor, demorou.
- Eu sei. Quem é ele?
- Prazer, Gabriel Lorson.
Estendi minha mão para ele e o mesmo não a apertou, vi que Lorie ficou constrangida e então dei um sorriso para os dois.
- Boa noite, Lorie e...
- Carlos.
- Carlos, ótimo. Boa noite.
Os dois foram para o carro, Lorie parecia ter ficado preocupada quando o carro deu partida e se foi. Pouco tempo depois Lorenzo chegou, entrei no carro já abrindo meu terno e retirando o mesmo.
- Perdão senhor, mas tive uma emergência.
- Algo com a família?
- Não, com a senhorita Jéssica.
- O que houve?
- Acho melhor o senhor perguntar para ela, não é assunto meu sabe?
- Corre com o carro Lorenzo. Por favor.
E assim ele fez, 10 minutos depois estou subindo pelo elevador e nervoso, minhas mãos suavam, minha cabeça estava pensando mil coisas erradas que poderiam ter acontecido com a Jéssica, quando as portas finalmente abriram, fui correndo até o quarto de Jéssica, encontro ela deitada de lado com Rosa acariciando seu rosto.
- Olá.
Jéssica se virou rapidamente e Rosa também.
- Gabriel, vamos conversar na cozinha por favor - Rosa disse com um tom de raiva e virando para a Jéssica - Querida, pode ficar sozinha um minuto? - Um aceno com a cabeça - Já volto.
Rosa foi comigo e começou a falar.
- O que quer que tenha dito para aquela menina, atingiu em cheio Gabriel Lorson, ela está frágil, mesmo que tenha achado ou dito coisas erradas - Pelo menos a parte dela ela assume - Você não tinha o direito de tocar nessa parte dela, ela pode sorrir e rir comigo na cozinha e você vê isso mas o trauma é infernal, fora o sequestro, ser vendida, abandonada pelo pai e mãe...
- Espera, como assim abandonada?
- Ah então ela não te contou? A garota não lembra da mãe, a mesma a abandonou quando era pequena demais para entender a letra "B", e o pai a negligenciou, ela cresceu por si só, sabe o quanto isso atinge?
Eu coloquei a cabeça entre as mãos.
- Desculpa.
- Ainda não terminou, estávamos fazendo compras, ela comprou tantas coisinhas lindas e incluindo um celular para ela, sem o seu dinheiro, o que por sinal foi uma coisa bem errada já que para a senhorita Luna você autorizou tudo né? Enfim, ela estava numa arara e eu em outra procurando shorts do tamanho dela, quando vi a garota estava ajoelhada no chão, em prantos. Teve uma crise de ansiedade radical, e ficou calada desde que chegamos aqui, já dei um remedinho para ela, vai dormir em breve, as roupas estão guardadas e tudo organizado, agora sobre você.
- O que tem eu?
- Está voltando a ser aquele garoto? Rude, não se importava com ninguém, dava má resposta... Gabriel, sabe que eu te amo certo? E que nada muda isso, mas suas atitudes tem que acompanhar suas palavras filho, mudanças são ações.
- Sim Rosa, e eu realmente mudei mas é que ela me tira do normal.
- Sei o que é isso. E você vai descobrir por conta própria daqui há um tempo, por agora vá até lá e peça desculpas antes que ela durma.
Caminhei até a porta do quarto dela e entrei, tinha medo das palavras que podiam sair da minha boca naquele momento mas não liguei muito. Me aproximei de sua cama e coloquei as mãos nos bolsos.
- Oi.
Sem resposta.
- Queria pedir desculpas pela forma como falei com você mais cedo, na verdade, por tudo.
De novo, nada.
- Sinto muito, Jéssica.
Quando estava indo para a porta ouvi a voz dela, rouca e baixa.
- Me desculpa.
- Pelo que exatamente?
- Meu pânico.
- Você não tem que pedir desculpas por algo que não controla, e pelas palavras de mais cedo, tudo perdoado. Espero que melhore.
Ela não respondeu pois seus olhos já estavam fechados, então saí do quarto fechando a porta e indo para o meu. E me trancando lá.
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Dou-lhe uma... Dou-lhe duas... Vendida! - CONCLUÍDA
RomanceEm um cidade pequena e sem supervisão nenhuma do governo, um homem chamado Turner cuida de toda a máfia do lugar, ele é um grande traficante e ninguém sabe como conseguiu chegar até esse patamar, só o que sabemos é que ele trafica mais do que drogas...