Capítulo 7

6.3K 307 73
                                    

Jéssica

Eu estava na minha casa.
- Pai? Eu voltei.
Eu entrei e procurei em todos os cômodos e ele não estava lá.
- Pai cadê você? - Perguntei mais para mim e meu pai apareceu na porta magicamente na porta, corri para o seu abraço.
- Pai, sua dívida foi paga e agora? Vai melhorar não vai?
Eu o olhei e vi o Turner, me afastei rapidamente e ele sorriu para mim, com aqueles dentes amarelos horríveis. Achei que ele viria até mim mas a figura mudou novamente e lá estava o Gabriel, de terno e com as mãos nos bolsos e ficou me encarando, até que chamou meu nome.
- Jéssica.
- Gabriel?
A figura foi se afastando e eu o chamei novamente.
- Gabriel!
Ouvi meu nome sendo chamado várias vezes: "Jéssica, Jéssica, Jéssica". 

Eu abri meus olhos e lá estava ele, segurando meus braços, eu dei uma olhada ao meu redor e eu estava num quarto amplo com muitas janelas, o que me deu uma sensação de paz, ao olhar e ver a noite estrelada e os prédios com luzes acesas, melhor do que estar presa. 

- Jéssica, foi só um pesadelo. Você gritou o meu nome. 

- Quem é você? 

- Eu já lhe disse, Gabriel.

- Não falo sobre seu nome, digo...Como? Por que? Você não nos maltratou, você cuidou de nós. Por que?

- Você vai descobrir - Ele se levantou e fio em direção à porta - Que eu não sou um velho tarado, eu sou um jovem tarado.

Eu me assustei com a frase e claramente ele percebeu.

- Péssima hora para piada né? Descanse, amanhã eu irei explicar tudo a vocês.

Ele saiu do quarto e eu passei a admirar a vista , como a clássica garota do interior que nunca havia ido para a cidade grande, eu admirei tudo, as luzes, os sons e o sono acabou batendo depois de um tempo, e pela primeira em muito tempo eu dormi com uma sensação de paz.

Gabriel:

Saber que a Jéssica está tendo pesadelos não me deixou nada tranquilo, eu deveria chamar logo ajuda médica para as duas e verificar se elas estavam em boas condições físicas, e mentais, apesar de saber a resposta da segunda parte. Meu celular começou a tocar e eu fui atender.

- Alô.

- Robin falando. Temos um problema.

- Ah não mais um.

- Keith.

- O que tem ele?

- Está na sua casa.

- Isso é impossível, eu teria escutado o - O grito de Keith chamado por mim não me deixou terminar a frase - Como ele passou do portão? Eu ativei a segurança. 

- Ele sabe o código. Cuide disso e não deixe ele saber das meninas.

- Mas eu - Robin havia desligado e Keith chamava meu nome na entrada do apartamento.

- Gabriel Lorson!

Respirei fundo e fui até a cozinha, pegando um copo d'água.

- Você sempre entra na casa dos outros gritando no meio da noite?

Ele me olhou e percebi que estava furioso. 

- Só quando eles me largam em um lugar desconhecido e somem.

- Você tem uber no seu celular. 

- Seja menos babaca uma vez na sua vida, Gabriel. O que você foi fazer?

- Nada que seja da sua conta, Keith.

- É da minha conta porquê por causa disso você me deixou num lugar qualquer!

- Primeiramente, abaixe o tom de voz - Eu disse friamente - E segundo, você tem um ótimo senso de direção, você iria se achar. Eventualmente.

- Não faça piadas agora. Eu realmente estou irritado com você.

- Resolva seus problemas longe de minha casa.

- Qual é o seu problema!? 

- Nenhum. 

- Somos amigos há anos e você nunca me escondeu nada, por quê isso agora?

- Nós não nascemos grudados! Eu posso ir onde eu quiser, quando eu quiser e fazer o que eu bem entender, assim como você também pode! Você se tornou possessivo demais, eu não pertenço à você, Keith. Sim você é meu melhor amigo e eu te considero o meu irmão, mas isso não te dá o direito de interferir nos meus assuntos pessoais, e vice-versa.

Keith estava com o rosto vermelho, e queria chorar, eu sabia que queria, com um fora daqueles quem não? O problema é que desde o ano passado, Keith se tornou ciumento e obcessivo, desde que...

Narrador Alternativo

E foi aí que Gabriel percebeu, que seu amigo de longa data nutria sentimentos diferentes dos dele. Não gostava quando o mesmo pegava alguma garota ou o deixava sozinho sem avisar onde ia. Esse tempo todo, ele só queria um amigo e Keith queria um namorado, tudo isso por causa de uma única transa.

Flashback: 

31/12/2018 - Um pouco antes da 00:00...

"- A gente não deveria ter entornado tantas assim.

- Fale por você, eu estou maravilhoso, vendo estrelas se posso dizer isso. 

- Não, você não pode. 

Os dois riram, dois bêbados, sozinhos em casa, falando exatos 5 minutos para o início de 2019, os dois se olharam, e ficaram nisso por um bom tempo, já sabendo o que isso resultaria. Há certo tempo, Gabriel queria saber como era beijar um homem, e quem melhor do que seu melhor amigo para entender suas vontades e concordar com elas? 

- Keith preciso te contar uma coisa, que eu quero muito fazer, mas se você não quiser eu vou entender.

- Gabriel, eu não vou buscar heroína para você, nem pensar, você não pode sequer pensar que eu - Ele foi interrompido. Por um beijo. Simples e gostoso do jeito que só Gabriel sabia beijar. 

Logicamente, Keith parou o  Gabriel , e eles se encaram e voltaram a se beijar, até que deu 00:00 e Gabriel desmaiou no sofá em que estavam, deixando Keith sozinho ouvindo os fogos."

Gabriel:

- Desde quando você gosta de mim, Keith?


Dou-lhe uma... Dou-lhe duas... Vendida! - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora