Capítulo 18

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Gente desculpa pelo atraso mas a internet aqui em casa está péssima, ficou caindo o dia to Vou recompensar vocês com mais capítulos eu juro. Boa leitura❤

Maratona 3/4 ❤

Jéssica:

Depois da conversa que tive com o Gabriel, fiquei bem mais tranquila e consegui tomar um banho e ir dormir, acordei às 7 e já escutava o barulho de panelas na cozinha, sorri e pensei em Rosa. Abri a porta do meu quarto e segui para a cozinha e para minha surpresa encontrei Gabriel.
- Bom dia.
Ele estava concentrado, provavelmente procurando alguma panela e nem me ouviu.
- Bom dia!
Ele se virou rapidamente e sorriu.
- Bom dia, dormiu bem?
- O melhor que pude, mas um barulho chato que alguém muito chato fez me acordou.
Ele riu um pouco e sorriu.
- Me perdoe por isso, estava procurando uma panela para fazer panquecas.
Eu fui até o armário na parede do lado esquerdo e peguei a frigideira para ele.
- Aqui está. Eu e Rosa reorganizamos tudo isso aqui, estava uma bagunça.
- Parece que temos ratinhos da madrugada.
- Luna. Ela não janta conosco então vem aqui e faz sei lá o que. De manhã a Rosa que lava a louça que a princesinha deixou.
- Hum, pelo que eu conheço da Rosa ela deve adorar...
- Reclama que é uma beleza.
Ele gargalhou e eu o acompanhei.
- Amanhã é a festa.
- Pois é.
- Se não se sentir bem, não precisa ir.
- Eu quero ir, vai me fazer bem. Nunca fui muito sociável e não é todo o dia que aparece um convite para uma festa de riquinhos mimados. Quero ver como seu mundo é, pelo menos uma vez.
- Bom, seu nome está correndo por aí, quem sabe não te oferecem mais um job como top model? Com uma ótima referência vinda da LS, você com certeza faria muito sucesso.
- Nunca pensei em seguir nessa carreira, na verdade nem chegava a pensar em carreira nenhuma - Eu suspirei ao lembrar do quanto eu trabalhava para pagar as dívidas do meu pai - Com tanto trabalho, eu nunca nem pensei em fazer faculdade.
- O que você gosta de aprender?
- Tudo. Mas tenho um grande fraco por literatura. Eu também adoro música.
- Boa escolhas de vida.
Eu sorri.
- Adoro música, toco piano e costumava tocar violão mas tive que vender ele para pagar as contas de casa.
- Entendi. Eu tenho um violão.
Eu olhei para ele surpresa.
- Você toca?
- Não, foi presente de uma tia que não me conhecia nada bem. Vou ver se Rosa não colocou no depósito quando voltarmos da rua.
- Ah é, esqueci completamente disso.
- Tem que ser um vestido de marca e bonito. E ah, vai chegar algumas peças da coleção e vc terá que usá-las amanhã.
Eu engoli seco.
- Ok.
- Ok? Só isso? Achei que estaria mais animada para usar as jóias mais lindas do mundo.
- Essa coleção é seu xodó né?
- Sim, cuidei dela como cuidaria de um filho meu.
Eu sorri.
- Talvez eu tenha cuidado melhor dela do que eu cuidaria de uma criança mas...
Eu gargalhei e fui até a geladeira, peguei uma garrafa de suco e coloquei um pouco para mim em um copo.
- Quer?
- Não obrigada.
Bebi um pouco e fui me sentar numa das banquetas que ficam perto do balcão.
- E a sua mãe? Não sabe nada dela?
- Ela foi embora de casa muito cedo, a única coisa que meu pai disse sobre ela foi que ela me quis muito mas algo aconteceu com eles dois e ela acabou me deixando com ele.
- Ah me desculpe por perguntar sobre isso.
- Não tudo bem, é passado, não completamente superado mas ficou no passado. E você? Como é a sua relação com seus pais?
- Bem, é boa, queria que meu relacionamento com o meu pai fosse melhor. A minha mãe é maravilhosa, digo gosta de se intrometer na minha vida quando ela não tem nada para fazer, mas ela é ótima. Meu pai... liga só para os negócios e imagem, tudo que pode agregar à imagem da família.
- E aquele garoto que veio aqui gritando e falando que te amava?
- Ele não falou que - Eu arquiei uma sobrancelha - Tudo bem, ele é como um irmão para mim, conheço desde que eu consigo me lembrar da infância, ele sempre estava lá. Sempre. Quando crescemos não foi diferente, assim que assumi o cargo de segundo no comando da empresa, coloquei ele para trabalhar lá. Nunca nos separamos.
- Só agora.
- Pois é, está durando mais do que eu pensei. Mas agora não estou com tempo para isso. Temos compras para fazer, vai se arrumar.
Reparei que ele estava de calça jeans, tênis e uma camiseta branca, me levantei e fui para o meu quarto, peguei um short jeans e uma camiseta preta, coloquei a camiseta por dentro do short e calcei um tênis preto prendi o cabelo em um rabo de cavalo e voltei para a cozinha.
- E a Rosa?
- Só chega para o almoço hoje.
- O que? Mas ela disse que iria comigo... - Eu olhei para a carinha dele e entendi tudo - Ah foi armação... Entendi. Tá depois eu me acerto com aquela traidora, não ajudo mais ela na cozinha.
Ele gargalhou e pegou a chave do carro dele.
- Você vem? Porquê se não vier, vou escolher seu vestido e aviso meu gosto é bem espalhafatoso.
Eu sorri de canto e fomos para o elevador.
Assim que as portas se fecharam eu quebrei o silêncio.
- Você é irritante demais.
Ele riu um pouquinho e depois me olhou.
- Por que eu seria irritante?
- Seu jeito, de ser, de falar.
- Vai se acostumando.
As portas se abriram e entramos na garagem, ele foi até um Range Rover preta que logicamente eu amei.
- Nossa que carro maravilhoso.
- É a Blair.
- Blair? Dá nome aos carros?
- Lógico. Agora vamos, o tempo não para e imagino que vá demorar bastante.
Eu entrei e coloquei o cinto e ele fez o mesmo, ligou o carro e saímos da garagem. Fazia tempo que não saía de casa, via as pessoas andando, fiquei olhando a rua.
- Gosta de ver o que as pessoas estão fazendo?
- Tendo a ser um pouco curiosa nesse quesito.
- É uma boa qualidade, nas horas certas.
- Nunca ouvi o ditado? "A curiosidade matou o gato".
- Já, e você por um acaso é um gato?
- Não, eu sou uma gata.
Eu respondi sem pensar e ele começou a gargalhar.
- Bom disso eu não posso discordar.
Eu sorri e voltei a me concentrar na rua, ficamos em um silêncio bom até que ele avisa que estávamos chegando, comecei a ver um edifício gigante que julguei ser um shopping, entramos no estacionamento e ele desligou o carro. Saí já me sentindo deslocada, o estacionamento estava cheio de carros de luxo, que valiam mais que a minha vida e a de todas as pessoas da minha cidade.
Continuei avaliando os carros quando ouvi Gabriel me chamando.
- Jéssica, vamos?
- Claro.
Caminhamos até a entrada do shopping e fomos até a escada rolante, quando chegamos no primeiro andar eu comecei a contar as lojas, Gucci, Versace, Louis Vuitton, Chanel, Ralph Lauren, Dior... fui ficando cada vez mais impressionada com aquilo.
- Meu Deus...
- O que foi?
- Essas lojas tem roupas que custam os olhos da minha cara, talvez o meu corpo todo. Tem certeza que precisamos de um vestido de marca?
- Claro, se perguntarem o que você está vestindo não pode dizer Riachuelo ou C&A.
Eu bufei e ele pegou minha mão e começou a me puxar para entra na loja da Dior.
- O que? Para que vamos entrar aqui?
- Você sabe se maquiar?
- Mais ou menos.
- Não era o que eu esperava ouvir. Você precisa de maquiagens e um perfume forte.
- Ah então você acabou de me chamar de feia e fedida. Que maravilha de amigo eu tenho.
- Você não é nada dessas coisas então eu nunca poderia falar isso para você.
Finalmente entramos na loja e ele me levou até o final, havia um homem de terno de costas digitando algo no computador, o que me fez travar e lembrar do Decker...
- Ei, está tudo bem, é um amigo meu.
Ele pegou minha mão e eu despertei das minhas lembranças.
- Vamos, confia em mim.
Andamos até o homem e Gabriel começou a falar com ele.
- Alexandre, como vai?
- Oh, Gabriel! Quanto tempo meu amigo - Gabriel soltou minha mão para abraçar o amigo, quando se soltaram ele olhou para mim - Ah você é a Jéssica Harding! Parabéns pelo anúncio as fotos estavam lindas, você é mais bonita pessoalmente.
Ele sorriu de canto e passou a me analisar.
- Ahn, obrigada. Prazer, Alexandre.
- Sempre, querida. Então Gabriel o que trás vocês aqui?
- Precisamos de um maquiador disponível amanhã para  senhorita aqui. E o perfume J'adore por favor.
- Certo, para que horas?
- Às 17 horas.
- Ah é para a festa de amanhã?
- Exato.
Alexandre me analisou novamente.
- Feito. A sua sorte é que eu sou seu amigo, porque muitas influencers, modelos e mulheres importantes já vieram marcar com 3 semanas de antecedência.
Gabriel riu e sorriu para o Alexandre.
- Por isso eu sou seu amigo. Pode pegar o perfume e colocar na conta.
- Como sempre. Um momento.
Ele saiu entrando numa sala e eu não vi mais nada.
- Algum problema?
- Não. Só achei ele meio estranho.
- Ele é excêntrico, mas inofensivo.
- Não tenho tanta certeza disso. Ele me olhou como se fosse me comer hoje.
Gabriel gargalhou.
- Eu adoro como seu vocabulário vai de "obrigada, prazer"  à um "me comer". Você é tão...
- Esquisitamente engraçada?
- Sim, essa definitivamente seria sua descrição.
Nós gargalhamos alto no meio da loja cheia e as pessoas encaravam a gente.
- Por que todos estão olhando para nós?
- De duas uma, porquê a sua risada estridente assustou a todos ou porquê acabaram de notar que Gabriel Lorson está na loja.
- Ah...
Foi aí que eu toquei que Gabriel não era um cara comum, era rico, popular e todo mundo queria ele. Fiquei pensando nisso até que o Alexandre chegou com o perfume colocou numa sacola e Gabriel se despediu. Nem preciso dizer que meu alívio foi bastante notório.
- E agora?
- Agora? Vestidos.
- Ah não.
- Ah sim.
Ele me arrastou por várias lojas, nunca provei tanta roupa na vida, e todos os vestidos que eu provava ele tinha algum comentário engraçado para fazer.
- É muito verde, te faz parecer uma planta.
Coloquei outro vermelho com babados na saia.
- Um morango só que muito pequeno. Qual a sua altura mesmo? Precisamos de um salto.
Bufei e ele decidiu que iríamos em outra loja. Versace. O vestido iria custar meu rim e eu logo reclamei com o Gabriel mas ele insistiu.
Ele foi olhando as araras de vestidos, pegou vários e me deu.
- É sério? Você parece o melhor amigo gay daquelas meninas ricas dos filmes.
- O meu bom gosto não me faz homossexual e se fizesse não teria problemas com isso, a hora está passando.
Eu bufei novamente e fui para o provador, uma das atendentes me olhava feio, e logicamente era por eu estar com o Gabriel, resolvi ignorar e entrei em um provador. Vesti o primeiro vestido e já me preparei para a zoação. Assim que saí, Gabriel nem disse nada só começou a rir o que me fez voltar na hora. Tirei o vestido e o coloquei no cabide, coloquei outro e a mesma coisa aconteceu. Ele riu até não pode mais. Coloquei o terceiro vestido e saí, e eu nunca havia visto o Gabriel tão calado.
- O que foi? Acabaram os comentários engraçadinhos?
Ele parecia em choque.
- Gabriel? Está tudo bem?

Gabriel:

Ela estava linda. E pronto. Eu fiquei deslumbrado, todos os vestidos ficaram legais nela, lógico ela era perfeita para qualquer um deles, mas esse destaca ela inteira.
- Você está linda.
Ela sorriu e se virou para se olhar no espelho, foi quando eu vi que aquele vestido destacava realmente tudo.
- Nossa eu adorei, mas esse detalhe não vai deixar eu usar nenhum colar.
- Anéis e pulseiras ficarão ótimos, tenho certeza disso. Podemos escolher o sapato agora? Quanto você calça?
- 36.
Fui até uma atendente, e pedi para trazer saltos de número 36 que combinassem com aquele vestido. Agradeci e voltei para perto de Jéssica.
- Está se sentindo bem?
- Sim - Ela encarou algo atrás de mim e falou - Aquele garota ali está super dando em cima de você. Devia ir lá falar com ela.
- Ah não.
- Por que não?
- Não faz meu tipo.
Jéssica deu ombros e se virou para o espelho.
- Tem certeza que está bom?
- Absoluta.
A atendente trouxe os sapatos e Jéssica começou a experimentar cada um, no final ela escolheu um que não a machucava tanto quanto os outros. Para a minha surpresa ela andava maravilhosamente bem de salto.
- Esse sapato não me faz querer morrer. É esse.
Ela tirou os saltos e foi para o provador retirar o vestido, fui até  o caixa e pedi para a atendente colocar na minha conta.
- Meu nome é Patrícia.
- Prazer.
- Sou muito fã das suas jóias sabia? Acho elas lindas. Eu queria saber se você não queria...
- Voltei. Aqui está o vestido.
Jéssica chegou antes que a Patrícia pudesse completar a fala. Ela registrou tudo e eu peguei o vestido e Jéssica os sapatos.
- Tcha, obrigada.
- Vamos para casa? Rosa já deve ter terminado o almoço.
- Certo.
Fomos para o estacionamento, estava tudo tranquilo até que eu vi um flash e depois uma sucessão deles. Peguei a mão de Jéssica e a guiei até o carro rapidamente fazendo a mesma correr, entramos no carro e eu liguei, saí dali rapidamente.
- Quem eram eles?
- Paparazzis. São bem chatinhos. Já pode se preparar com as manchetes "Gabriel está com garota nova".
- O quê? É sério?
- Seríssimo, minha querida.
- Não me chame de querida.
- Por que?
- Você provavelmente chama todas as suas peguetes assim.
- Não querida, eu não as chamo assim.
Dizendo isso me foquei no caminho de volta para a casa e Jéssica não comentou mais nada. Nem mesmo ao chegarmos no edifício, ou quando entramos no elevador, ela só disse algo quando entramos no apartamento quando ela viu Rosa e as duas começaram a discutir o que me fez rir muito. Fui para o meu quarto, mas antes deixei as coisas da Jéssica no quarto dela, fiquei no meu quarto vendo TV até pegar no sono.

Dou-lhe uma... Dou-lhe duas... Vendida! - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora