Capítulo 12

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Aviso:
Eeee voltamos ao normal (mais ou menos) ainda estou sem Wi-Fi mas o 4g pelo menos melhorou um pouco. Este capítulo está só amorzinhos e os próximos 2 também estão. Espero que gostem e sim eu vou parar de botar esses avisos antes do capítulo, deve ser chato para vocês. Enfim, boa leitura ❤

Gabriel:

Eu estava louco, ela tinha o que? Uns 16 anos? E eu estava querendo ela, isso não era possível que eu estava querendo uma criança, sendo que sou 10 anos mais velho que ela!
Deixei tudo organizado na cozinha e fui correndo para o meu quarto mas dei de cara com a Luna.
- Ah, oi Gabriel - Ela disse se animando - Estava indo fazer um lanche agora, quer?
- Não, muito obrigada. Sua consulta foi marcada para amanhã às 13 horas, antes disso meu motorista irá levá-lá para comprar algumas roupas para você tudo bem por você?
- Sim. Mas por que você não vai comigo, digo, me acompanhar e essas coisas? Achei que ficasse perto de todas as suas resgatadas.
- Não tenho muito apego e nem contato com elas, e ainda mais que eu tenho meu trabalho, a partir da próxima semana vocês duas já terão liberdade para decidirem o que querem fazer, trabalhar ou não, ajudar na investigação ou não. Vocês que sabem.
- Ah sim, entendo. Obrigada.
Ela seguiu seu caminho para a cozinha e eu fui para o meu quarto, ainda surtando internamente por estar desejando uma menor de idade.

Jéssica:

Meu coração estava acelerado demais e minhas mãos suavam, ele era sim alguns anos mais velho que eu, e isso perante à lei seria considerado pedofilia, sim, mas se tudo tivesse meu consentimento? Não! Jéssica Harding o que você tem na cabeça? Merda só pode, ele tem 26 anos e eu 17! Se bem que, faltam apenas 2 meses para o meu aniversário de 18 anos, eu poderia esperar até essa data e... Não! Jéssica você está ficando louca, ele provavelmente só vai ficar comigo e jogar fora, isso é o que ele faz, mas e se ele mudou como a Rosa disse? Ele está sendo tão gentil e compreensivo que é difícil acreditar que o babaca que eu via nas revistas era ele mesmo. Comecei a me acalmar o suficiente para colocar isso tudo no papel, meu caderninho secreto virou um refúgio para mim nesses dias, é quase como um diário que eu costumava ter quando pequena, meu pai havia me dado de presente quando eu fiz 13 anos, disse que era presente de uma conhecida e que ela queria que eu escrevesse todas as minhas experiências naquele diário, claro que muitas delas não foram nada agradáveis por conta do meu pai, porém aquilo me ajudava bastante. Continuei escrevendo até escutar uma batida na porta, fiquei instantaneamente nervosa pensando ser o Gabriel, antes de qualquer coisa escondi o caderno atrás da cabeceira e abro a porta.
Era ele mesmo. Usava uma camiseta branca e uma calça de moletom cinza, nunca tinha o visto tão normal.
- Oi.
- Oi.
- Posso entrar?
- Ah, claro.
Ele entrou e ficou perto da escrivaninha e eu me sentei na beirada na cama de frente para ele.
- Alguma coisa errada?
- Recebi uma ligação do Robin, algo nada bom.
- O que houve? - Cruzei meus braços e minhas pernas para não demonstrar o tremor de nervoso que se espalhou no meu corpo, ele me encarava enquanto eu fazia isso - Turner, vendeu todas as meninas.
Longos minutos de silêncio se estenderam entre nós.
- E aí? O que a gente faz?
Ele passou a mão no cabelo bagunçado demonstrando sua frustação em não saber o próximo passo.
- Eu não sei, sinceramente, tem dois anos que trabalho para que Turner perca as forças e isso vem me desgastando dia após dia em saber que meninas pequenas e indefesas estão sendo vendidas e eu não posso ajudar nenhuma delas - Ele estava começando a surtar, eu por impulso me levantei e fui até ele e segurei seu rosto o fazendo olhar para mim.
- Ei, nada disso é culpa sua. Você fez o melhor que pôde, e ainda está fazendo, mas você é uma pessoa ainda Gabriel, é permitido cometer erros - Ele movimentou o rosto nas minhas mãos fazendo com que acidentalmente eu fizesse um tipo de carinho nele, o que me fez tirar a mão - Nós vamos pensar em alguma coisa. Tem que ter alguma coisa que possamos fazer para impedir a próxima venda... - Eu me afastei dele novamente e comecei a matutar em ideias - Você poderia me devolver - Ele me olhou assustado - Alegar que eu não me comportei bem, uma das enfermeiras me disse que é possível e se - Eu dei uma longa pausa em pensar em voltar para aquele lugar, mas valeria a pena se pudesse recolher mais informações e se ficasse lá sozinha talvez pudesse obter ajuda da Joana com o caso - Joana, a enfermeira poderia me contar as coisas, eu poderia investigar mesmo que isso me faça voltar para lá, isso tem que parar Gabriel.
Ele me olhou incrédulo.
- Você nunca mais vai pisar lá, nem que eu esteja sob sentença de morte ou que precisássemos de qualquer informação de lá - Ele se afastou da escrivaninha e veio até mim segurando meu rosto - Eu te prometi isso, e descumprir coisas não é algo típico dos Lorson.
Ficamos nos olhando por um bom tempo até que eu resolvi falar:
- Pode não haver outro jeito de fazer isso.
- Ah, tem. E eu vou achar esse jeito nem que eu precise morrer para isso.
Ele se afastou de mim e se sentou na cadeira que eu me sento para escrever.
- Gostaria de saber mais sobre você, Jéssica Harding.
- Eles não te deram uma ficha com as minha informações durante o leilão?
- Na verdade não. Tive que pedir ajuda do Robin nisso, mas sua ficha é técnica, tipo sanguíneo, QI, altura, peso, alergias - Ele suspirou e continuou - Idade... Mas estou querendo conhecer você melhor, o que gosta, o que não gosta, essas coisas.
- Tudo bem.
- Assim tão fácil?
- Se você responder as minhas perguntas sobre você também.
- Feito. Eu começo: Gosta de ler?
- É meu segundo passatempo favorito. E você?
- Raramente tenho tempo para uma boa e demorada leitura mas sim, eu adoro.
Sorri.
- Minha vez. Seu livro favorito?
- Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban.
- Boa escolha - Ele curvou a cabeça e sorriu bem convencido - Meu livro favorito é... Não consigo decidir. Amo muitos.
- Me recomende um então.
- Os Instrumentos Mortais.
- Cassandra Clare... Vou procurar ler.
- Não acredito que não tenha lido durante a adolescência - Eu disse chocada - É tipo uma das maiores sagas de fantasia do mundo!
Nós somos e a conversa fluiu por muito tempo, eram umas 2 da manhã, e estávamos deitados na cama encarando o teto e falando besteiras.
- É impossível não gostar de cinza!
- Eu acho que se for para usar uma cor clara que seja branco e não cinza!
- Você é completamente pirada.
Eu o olhei com cara feia e ele tocou meu nariz me fazendo piscar e voltar a olhar para o teto.
- Gabriel, quando é seu aniversário?
- Nove de Maio.
- Você já sabe o meu.
- Sim, 10 de outubro. Vai querer uma festa?
- Ah não não, definitivamente não. Acho que nunca tive uma festa de aniversário e nem quero ter.
- Como assim você nunca teve uma festa de aniversário?
- Ah - Eu me sentei - Meu pai ficava muito ocupado com os negócios que ele fazia e quase sempre esquecia do meu aniversário mas está tudo bem, mágoa superada.
- Tive todas as festas de aniversário dos anos que fiz até agora.
- Isso é legal, eu nunca fui muito chegada à público nem tinha muitos amigos para comemorar então nunca quis nada de aniversário ou festinhas, ficava lendo ou cantando...
- No leilão a sua descrição foi...
- Não diga por favor, não estou pronta para ouvir isso ainda e sim eu canto desde pequena.
- Posso ouvir?
Eu sorri envergonhada e quando eu ia começar o meu solo da vergonha o telefone dele toca, em plena madrugada.
- Me perdoa - Ele pegou o celular e atendeu - Gabriel aqui. O que? - Ele olhou para mim e ficou ouvindo a voz do telefone, eu fiquei preocupada achando que podia ser mais uma notícia ruim sobre o caso das meninas - Não, eu já sei quem pode fazer. Te passo o nome dela em 10 minutos. Sim ela vai topar. Boa noite.
Ele desligou e jogou o celular do meu lado, eu o peguei curiosa, era um iPhone, um dos mais recentes, nunca tive celulares caros, tinha um LG para falar com o meu pai e o meu chefe e só isso, e admito era muito bonito.
- Quem te ligou?
- O agente que cuida das modelos para as fotos de catálogo da empresa.
- Ah, achei que fosse sobre as outras meninas.
- Ah não, só temos um problema relacionado à isso.
- Entendi - Deixei o celular de lado e Gabriel pôs a mão no meu queixo, virou minha cabeça para a esquerda, direita, para cima e para baixo e depois me soltou - Ok, por que essa análise repentina?
- Gostaria de ser uma das modelos?
- O quê!?
- Você me entendeu. Vamos lá, você tem o pescoço e as mãos bonitas o suficiente para isso, fora que você é linda - Coloquei a mecha de cabelo atrás da orelha e levantei já nervosa.
- Eu nunca conseguiria ser modelo ainda mais da sua coleção - Comecei a mexer na minha medalinha de anjo, um hábito compulsivo que tenho desde pequena também - Sem chance Gabriel.
- Por favor, a sessão de fotos é na terça, amanhã é segunda e a maioria das modelos é agendada com 1 mês de antecedência.
- O que aconteceu com a sua modelo?
- Intoxicação alimentar.
Admito me deu um pouco de pena, e Gabriel começou a fazer cara de cachorrinho que caiu da mudança.
- Por favor, é um pedido como amigo.
- Somos amigos agora?
- Claro, eu te salvei do leilão e você me salva de ficar sem o catálogo pronto no prazo certo - Ele estendeu a mão para mim - Fechado?
Eu olhei para ele com raiva e ele mais uma vez disse por favor, só que em um tom que eu não consegui decifrar então eu apertei sua mão e disse: Fechado e algo me mostrou que eu iria me arrepender disso.
- Isso! - Ele levantou da cama feliz e me deu um beijo no rosto - Boa noite, super model.
- Vai sonhando! - Gritei enquanto ele saía do quarto, me joguei na cama e da última vez que olhei o relógio eram quase 3 da manhã.

Dou-lhe uma... Dou-lhe duas... Vendida! - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora