Capítulo 15

3.9K 200 8
                                    

Gente eu sei que eu estou atrasada mas eu só queria agradecer pelas 1K de leituras aqui no livro, vocês não sabem o quanto eu gritei, pulei e me emocionei por isso, obrigada ❤

Gabriel:

Duas semanas se passaram desde que Jéssica teve sua crise, e ela não saia do quarto quase nunca e não falava comigo, só com Rosa e com o Carlos, psicólogo de confiança que eu pedi para que cuidasse especialmente de Jéssica. Luna ficava cada vez mas acostumada com a vida que levava aqui, cada vez mais tentava arranjar intimidade comigo mas a única coisa que eu pensava era em Jéssica e em como ela estava indo com o tratamento. Eu não tinha muitas notícias dela, Rosa não me falava nada e o Doutor Carlos me dizia somente isso "Ela está melhorando", o que de fato me deixava bem. Estava tomando meu café da manhã lendo as mensagens da minha mãe sobre a festa de lançamento quando escutei a voz da Jéssica.
- Oi.
Me levantei rapidamente e fui até ela, fiquei tenso.
- Oi.
Ela ficou calada.
- Como está se sentindo?
- Melhor. Seu psicólogo é muito bom.
Ela andou até a geladeira e eu voltei a me sentar.
- Que bom que gosta dele.
Ela serviu para si um copo de suco e bebeu.
- Jéssica, sei que é uma péssima hora mas a festa de lançamento da coleção é na sexta e bom, geralmente as modelos aparecem.
Ela continuou virada de costas para mim.
- Sei que é muito para pedir em sua atual condição...
- Eu vou.
Dizendo isso ela se virou para mim e sorriu, o que me fez ficar leve.
- Tem certeza? Não é uma presença obrigatória.
- Não quero fazer você passar vergonha pela modelo que você escolheu não ter aparecido na festa. E além do mais, estou precisando sair de casa, o que melhor do que uma festa?
- Parece que está certa - Olhei meu relógio e peguei minha maleta, estava atrasado - Se quiser olhar a montagem e as fotos, estão no meu escritório, Rosa tem a chave. Tenha um bom dia.
- Você também.
Fui para a empresa ainda tenso e quando entrei no meu escritório não melhorou.
- Bom dia senhor, seu pai lhe espera em seu escritório.
- Claro que espera - Eu resmunguei - 2 minutos.
- Claro, e ah, sua mãe também está lá.
Fiquei mais aliviado admito, quando minha mãe está por perto ele fica mais tranquilo. Peguei meu celular coloquei no bolso e fui para o elevador, estava com a cabeça cheia de coisas e ainda vem o meu pai querer me encher mais. Saí no andar de seu escritório e entrei.
- Bom dia, pai. Bom dia, mãe.
Me sentei na cadeira em frente à mesa de meu pai.
- Bom dia querido, como vai?
- Vou bem, mãe. Podemos ir direto ao assunto? Estou cheio de papelada lá embaixo.
- Não seja tão grosso! - Minha mãe começou seu sermão - Precisamos discutir os detalhes da festa e da sua acompanhante.
- Minha acompanhante não é assunto de vocês dois, e sobre a festa eu disse que pode escolher tudo mãe, eu concordo com o que você decidir.
Já ia me levantar quando meu pai começou:
- Temos uma acompanhante para você.
Eu ri de escárnio.
- Não vou ser moeda de troca mais uma vez.
- Querido eu vi a foto dela, é linda demais!
- Não.
- A mãe dela tem uma loja grande, quer comprar um grande lote e seria de grande ajuda se você pudesse... Entreter a filha dela. Do jeito que quiser.
- Pode deixar, pai, vestirei uma roupa de palhaço e farei malabarismo para ela.
- Isso não é brincadeira, Gabriel!
- Eu também não estou brincando! Eu não vou me sujeitar a ser um brinquedo para um investimento seu! Deixe as jóias falarem por si só, a coleção é maravilhosa e se essa moça quiser realmente vender bem vai comprar nossas jóias. Minha resposta final é não! Não vou deixar você corromper minha vida amorosa por uma simples compra.
- Calma, você tem uma vida amorosa!? Eu sou sua mãe e nunca fiquei sabendo disso, quem é ela?
Eu passei a mão no rosto, devia ter ficado quieto.
- Ninguém que você conheça mãe.
Me levantei e dei um beijo em sua bochecha, e vou em direção à porta.
- Traga ela para a festa, e veremos se ela é boa o bastante para o meu filho.
Para a minha surpresa meu pai disse isso e eu não pude deixar de sorrir internamente. Saí do escritório dele e voltei para o meu, me focando somente na papelada e não na minha "acompanhante".

Jéssica:

Depois que Gabriel saiu, fiquei sentada no sofá esperando Rosa, quando a mesma chegou eu a abracei.
- Olá Rosa.
- Ah minha menina, finalmente saiu daquele quarto. Senti falta de você na cozinha comigo, aquela Luna não faz nada além de comer quando fica pronto.
Eu gargalhei e fomos para a cozinha, para mim aquilo era um tipo de terapia, rir com o jeitinho único dela e das piadas sobre o Gabriel e Luna, era como se ela fosse minha melhor amiga.
- E então, você falou com o Gabriel de manhã?
- Sim.
- Só sim? A conversa foi tão ruim assim?
- Foi tensa, só isso... Acho que ele estava esperando que eu quebrasse durante a conversa.
- Gabriel é cuidadoso com aqueles que ele gosta. E até de quem ele não gosta - Ela apontou para o corredor e eu sabia que ela estava falando da Luna.
- Rosa você um dia vai pagar por essa preferência.
- Não tenho culpa que você seja mais educada e simpática que a outra ali.
- Isso não é legal... Mas agradeço pelos elogios.
Ela sorriu de lado para mim e voltou a mexer nas panelas.
- Gabriel me falou que o catálogo ficou pronto, e que se eu quisesse ver eu poderia ir no escritório dele e olhar. Disse que você tem a chave.
- Ah claro - Ela mexeu no bolso, pegou um molho de chaves, separou uma dourada e me entregou - Estão lindas por sinal.
Eu sorri e peguei a chave, e fui caminhando pelo corredor até o final, sabia que porta era só pela fechadura que também era dourada, coloquei a chave e destranquei entrando logo em seguida e trancando. Não queria que Luna entrasse ali e achasse que eu tenho mais privilégios que ela. Comecei a olhar na mesa dele e não encontrei nenhuma foto, procurei nas gavetas e na última encontrei. Olhei a grade que ia para a capa do catálogo, realmente as fotos ficaram muito boas, peguei as outras fotos e as espalhei pela mesa, admirando cada uma delas, até que notei a última foto que eu havia tirado naquele dia, a foto de vestido verde em que eu sabia que estava olhando para ele, e ele também sabia, o que me deixava totalmente sem graça. Guardei todas as fotos onde eu encontrei e saí rapidamente do escritório dele, trancando e indo para a cozinha, dei a chave para Rosa ainda sem graça.
- Você está vermelha, menina. As fotos estão perfeitas não se preocupe.
- Ah sim, com certeza, o fotógrafo fez um ótimo trabalho. Eu adorei todas.
Ela sorriu de lado para mim e cortou a salsinha na tábua.
- Gabriel falou algo sobre uma festa de lançamento...
- Ah sim, toda nova coleção tem uma inspirada no tema das jóias.
- Bom, eu tenho que ir nessa festa.
Rosa largou a faca na tábua e me olhou com os olhos arregalados.
- O que foi Rosa? Se machucou?
- Claro que não! Como ainda não saiu para procurar um vestido!?
- Vestido? Eu comprei alguns, podemos escolher quando você terminar aí.
- Meu Deus, Jéssica, você não sabe nada sobre festas?
Eu a olhei, novamente sem entender nada.
- Faremos o seguinte amanhã, iremos à loja favorita da Senhora Lorson e arranjaremos um vestido para você. Menina tola.
Eu sorri para ela e fui abraça-lá, a mesma retribuiu mas logo me largou dizendo "Tenho que fazer a comida", com isso eu fui para o meu quarto, colocar meu caderninho em dia.

Dou-lhe uma... Dou-lhe duas... Vendida! - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora