Angelus

Capítulo 1

Sem revisão, tá?

Aproveitem!

:*

- Vamos? - Minha irmã para do meu lado, tamborilando os dedos no balcão que estou separando uma pilha de panfletos.

- Calma! To acabando! - Respondo para ela, minha irmã, Raquel, tem 19 anos, 3 a menos que eu, mas parece um velha chata às vezes.

- Seria mais rápido se você fosse menos desastrada, é a terceira vez que tem que arrumar isso aí - ela aponta pros panfletos que acabei de arrumar. Porque, sim, tenho a sorte de trabalhar no mesmo lugar que ela. Ta, foi minha culpa, ela estava terminando o ensino médio e meu pai passava o tempo inteiro brigando com ela, dizendo que ela tinha que arrumar um emprego de verdade e escolher uma faculdade que desse futuro e blablabla.

Na época eu já fazia estágio aqui e abriu uma vaga de recepcionista, como estava com dó dela, consegui que ela ganhasse o emprego. Agora eu trabalho aqui na administração da academia e ela na recepção por meio período e no outro da aulas de dança, sua verdadeira paixão.

Acabei encontrando minha paixão aqui também, lutas! Me apaixonei por lutar, pratico todas que posso, desde o Muay Thay até defesa pessoal. Já até decidi fazer Educação Física depois de terminar a de Ciências Contábeis, porque, convenhamos, isso não é nem um pouco a minha cara!

Ficar presa num escritório o tempo todo, cercada de papel e com aquela rotina marcada não tem nada a ver comigo. Só fiz Contabilidade pra orgulhar meu pai, que é contador, mas não deu muito certo.

- Eu não sou desastrada, só muito azarada!

- Isso você é mesmo! - Raquel riu e eu tentei me fazer de brava, mas é sério, eu sou mesmo. Muito! - Agora precisamos nos trocar.

Raquel me empurra para fora do balcão, a uns meses atrás fiz a besteira de convence-la a fazer Muay Thay comigo, mas ela colocou como condição que eu fizesse alguma dança com ela. Aceitei porque achei que ela não fosse aguentar muito tempo, deu pra perceber que eu estava errada?

- Calma Quel! Eu ja to indo - eu falo, mas nessa hora Annelize, uma das donas, vem direto na minha direção.

- Júlia, eu sei que já deu seu horário, mas você pode ir na padaria pra mim? Só quero um suco de laranja e um bolo de cenoura integral, por favor - ta vendo meu azar? Se aqueles panfletos estúpidos não tivessem caído DUAS vezes, eu já estaria nos vestiários me trocando.

- Claro Ane- respondo com um sorriso amarelo, ignorando o olhar de "eu-te-avisei" da minha irmã, pego a nota que Anne me estende e saio correndo antes que ela peça mais coisas.

Eu já estava voltando para a academia, faltava apenas alguns metros, mas eu tinha que me apressar, se não eu perderia a aula e minha irmã me mataria.

Eu andava tão rápido, que, quando virei a esquina, não olhei direito pra frente e dei de encontro com uma parede musculosa, que teve que me segurar para que eu não caísse.

- Desculpa! Eu...eu... Merda!- eu já estava envergonhada, mas quando vi quem era, aí sim quis morrer de vergonha.

A quase dois meses fui numa festa que teve em uma balada nova. Fui com a Alice, minha amiga, a Raquel e a Fernanda, amiga da minha irmã. Lá eu esbarrei num cara lindo, muito lindo. Alto,forte,cabelos e olhos escuros. Mas não pudemos conversar. Passamos o resto da noite nos olhando de longe, mas aí as meninas ficaram bebadas e eu tive que leva-las embora. E qual não foi minha surpresa quando, uma semana depois, vejo esse cara andando na rua da academia que trabalho! Achei que, pela primeira vez, o destino tivesse sorrido pra mim, nesse meio tempo nos encontramos por acaso várias vezes, ele devia morar ou trabalhar por perto, já até tínhamos evoluindo para sorrir, quando nos víamos pela rua e até alguns "Oi" ja tínhamos trocado.