Capítulo 6

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Tira a máscara que cobre o seu rosto
Se mostre e eu descubro se eu gosto
Do seu verdadeiro jeito de ser

A casa ficava entre altos muros e um grande portão de ferro. Algo claro no meio de tanto verde. No muro havia uma câmera e um interfone, Alec teve apenas que baixar o vidro da janela para que, imediatamente, o portão fosse aberto. Ele tinha a expressão séria e concentrada.

Comecei a sentir uma ansiedade sem tamanho. Antes meu contato com o sobrenatural tinha se resumido a um vampiro tarado e um Anjo (muito) gostoso. Agora esse mundo se abria pra mim.

- Fique aqui - ele disse para mim - Ja volto para busca-la!

Então ele saiu do carro, juro, qual o problemas dele com despedidas?

Fiquei observando em volta. Alec tinha parado o carro em frente a porta da tal casa, mas do meu lado se estendia um grande gramado. Havia algumas pessoas nele. Uma menina que aparentava uns dezesseis anos estava sentada, encostada numa arvore, lendo. Um casal tocava violão. Três mulheres pintavam quadros. E no canto, tão longe que eu quase não vi, algumas pessoas treinavam, o que eu tinha quase a certeza ser, Krav Maga. . . Oi? Krav Maga?

Que lugar é esse?

- Julia- Alec chegou do nada me dando um susto que me fez pular- Você está bem?

- Sim, você me assustou! Quer me matar do coração? - coloquei a mão no peito, mas meu coração não estava acelerado, mesmo depois do meu quase enfarto. Alec não conseguiu segurar e riu da minha cara.

- Você não vai morrer do coração, Anjo. Teoricamente, você já está morta - e ele riu mais ainda da minha cara de choque- Venha, vamos entrar, Edgar vai nos receber.

- Quem é Edgar? - durante o caminho entre o carro e a porta, longos cinco passos, Alec praticamente me carregou, ficou segurando um boné na minha cabeça e tentou esconder meu rosto com meu próprio cabelo.

- Ele é o meu amigo que te falei.

- Isso eu notei, quero saber o que ele é - eu tentava não me afogar em meu próprio cabelo que Alec segurava contra o meu rosto.

- Ele é outro Anjo Caído, caiu antes de mim - ele disse abrindo a porta e me empurrando para dentro - Como você está? O sol te incomodou? Sente alguma dor? Ardência? Alguma. . .

- Estou bem! - eu disse o empurrando- Pare de ser neurótico!

- Não estou sendo neurótico, estou sendo precavido. Não podemos correr os risco de . . .

- Alec! - uma voz masculina gritou e nós dois nos viramos para ver seu dono. Descendo as escadas, vinha um homem, ruivo, alto e sorria abertamente- Acho que tive alucinações, achei ter ouvido você rir lá fora!

- Não seja estúpido Edgar- Alec respondeu com um leve riso na voz.

- Sim, achei mesmo que fosse uma alucinação. Você rir seria o ultimo sinal dos fim dos tempos.

Edgar era um pouco mais alto que Alec, mas era Alec era claramente mais forte. Edgar sorria o tempo todo e parecia ser brincalhão, tão diferente de Alec.

- E quem é essa? - Edgar me analisava - Sei que sua missão era recuperar uma joia, mas achei que fosse no sentido literal da palavra, não no sentido figurado.

- Sou a Julia - respondi antes que Alec falasse algo, ele tinha estreitado os olhos para o amigo.

- Julia. . . Belo nome, mas não tanto quanto a dona. Me diga, mia bella, o que está fazendo com esse ogro? Existem muitos anjo melhores no mercado.

AngelusOnde histórias criam vida. Descubra agora