Capítulo 17

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Já entrou numa água tão gelada, que sentiu até sua alma congelando?

Era assim que eu me sentia. Eu tentava imitar Alec, ele aparentava estar tão despreocupado e pouco se importando, que eu quase acreditei que ele não entendido o que aquilo que Sly tinha dito, significava. Mas ele segurava fortemente a minha mão, aquilo me dizia que estava ali e estava comigo.

- Aonde você ouviu isso? – Alec perguntou.

- Há rumores por aí – Sly disse com um movimento da mão – Isso me preocupa.

- Preocupado com rumores, Sly? Deveria estar mais preocupado com o que acontece dentro desse seu clube – Alec falou com ironia.

- Como o que? Nada acontece aqui sem que eu saiba- Sly falou com confiança.

- Então você sabia que Sordiduns estão frequentando o seu clube e envenenando outros? – Alec disse debochando.

- O que? – Sly se levantou tão furioso que eu me assustei – Sordiduns? Aqui? Nunca!

- Diga isso para aquele rapaz que está inconsciente no chão, lá embaixo. Só o deixei vivo, porque achei que você fosse querer ter uma conversinha com ele – Alec disse como se aquilo não fosse nada. Ele simplesmente não tinha matado o cara, pro Sly poder fazer isso. Porque, pela cara do Sly, ele ia mesmo fazer isso.

- Você deve estar enganado – Sly estava puto, mas ainda não queria acreditar.

- Diga isso para o rapaz desacordado lá fora. Ele foi envenenado com o sangue sujo que esses Sordiduns bebem. Mas foi em pequena quantidade, pelo menos.

Meu irmão tinha sido envenenado?

Filhos da puta!

Alec devia ter matado mesmo!

- Eu vou resolver isso. . . E depois você ainda se alia a vampiros. São eles que dão o sangue para esses viciados de merda! – Sly disse para Alec, mas olhava pra mim.

- E eu tenho cara que saio distribuindo o meu sangue por aí? – perguntei levantando a sobrancelha, imitando Alec.

- Não sei, não te conheço. . .

- Então não fale do que você não sabe – eu disse. Alec sorriu pra mim de um jeito orgulhoso.

- Nossa, ela é muito parecida com você – Sly disse surpreso, depois sorriu – Desculpa aí, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo.

- Tudo bem – respondi, eu ainda mantinha pose, mas estava petrificada por dentro.

- Precisamos ir – Alec disse – mais alguma coisa Sly?

- Alec, por que eu sinto que você está metido no meio dessas coisas?

- Porque, provavelmente, eu esteja – Alec deu de ombros.

- Cara. . . Sei que não somos melhores amigos, mas você tem noção da loucura que está se metendo? – Sly passou a mão no rosto, ele parecia preocupado.

- Não se aflija Sly, não vai respingar em você – Alec disse sério.

- Não é isso. . . cara, se precisar de alguma coisa, eu. . .

- Estará lá por mim? – Alec perguntou irônico – Sly, você seria um aliado muito poderoso, mas enquanto ficar preso no seu medo do conselho e do que eles podem fazer, não me será de muita ajuda.

Nossa, essa doeu até em mim!

- Agora temo que ir, já está amanhecendo – Alec apontou pra fora, pela janela. O céu já mudava de cor. Sly apenas concordou com a cabeça.

AngelusOnde histórias criam vida. Descubra agora