Capítulo 32

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— Isso só pode ser brincadeira! — eu falei.

— Júlia, eu não mentiria para você — ele me disse — Quem tiver essa espada, vai dominar tudo.

— Então por que Balthazar criou uma aliança com Grigore? — eu perguntei.

—Eles não formaram aliança nenhuma, eles se odeiam — ele me disse tranquilamente.

— Como você quer que eu acredite em você depois de tudo o que eu passei?

— Você bebeu do meu sangue, saberia se eu estivesse mentido — ele me respondeu dando de ombros.

— Então Balthazar quer dominar o planeta inteiro?

— Não só esse planeta, mas qualquer plano existente, como o Céu e o Inferno.

— Por que você está me contando isso? — eu perguntei desconfiada.

— Sinceramente? Não vejo porque dominar a Terra, ela é o lar de outras espécies a tanto tempo, não temos porque nos intrometer. Da última vez que um de nós tentou a sorte por aqui, não deu muito certo para ninguém.

— Então você não quer isso? Não concorda com essa "supremacia" angelical?

— Vou te confessar, acho sim que somos mais fortes, mas não concordo em tomarmos a Terra de vocês. Mas até concordo em relação ao Inferno. Se tivéssemos livre acesso lá, facilitaria muito.

— Por que você não diz isso pro seu chefe? – perguntei para ele. Eu ainda não estava entendendo por que ele estava falando tudo para mim.

— Balthazar não escuta mais, quando ele quer algo, fica cego para o resto — ele deu de ombros — Tanto que mandou te sequestrar num lugar que Mortais frequentam. Mas você surpreendeu, uma guerreira. Não deixou barato — ele sorriu para mim.

— Ainda não entendo por que você me ajudou e está me contando essas coisas.

— Nem tudo é o que parece. Só porque eu sou o braço direito de Balthazar, não quer dizer que eu concorde com tudo. Ele te vê como uma grande ameaça, eu não.

— E como você me vê?

— Como uma possível aliada.

Ele sorriu para mim. Ele era muito (muito!) bonito, tinha aquele tipo de olhar que hipnotiza as pessoas e um sorriso encantador. Mas no fundo eu sabia que era errado estar com ele ali, conversando numa boa.

— Alec chegou — Cori falou — Melhor eu sair antes que sobre para mim.

— Você sabe que vou contar para eles tudo o que você me falou, não é?

— Sim, imaginei que você não fosse guardar segredos dele, mesmo que isso desencadeie uma enorme crise entre vocês, já que você bebeu do meu sangue.

— Boa tentativa, mas não vou guardar segredo dele!

— JÚLIA! — eu ouvi a voz de Alec, gritando por mim — JÚLIA! ONDE VOCÊ ESTÁ?

— ALEC — eu gritei de volta. Mas, quando eu tentei ir em direção da onde a voz dele vinha, Cori segurou meu braço.

— Procurem pela profecia! Isso vai explicar porque você e o outro vampiro são diferentes! Tudo isso estava previsto! Procurem pela Profecia da Guerra!

— JÚLIA! — Alec gritou de novo.

— Do que você está falando? — eu perguntei para Cori.

— Não posso falar, mas procurem por isso e vocês vão entender tudo!

Então ele me soltou e dois passos para trás e sumiu. Sim, ele sumiu!

AngelusOnde histórias criam vida. Descubra agora