Capítulo 16

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- Quem era? – Alec perguntou antes mesmo de eu desligar o celular.

- Minha irmã, meu irmão não está bem, ela está com medo – eu tive um mau pressentimento.

- Onde estão?

- Numa balada, na mesma onde eu e você nos conhecemos. . .

- Vamos!

Ele pegou minha mão e me levou para o carro. Ele estava sério, em alerta. Dirigiu muito rápido, eu nem sabia que ele ainda lembrava do endereço daquele lugar. Chegamos em sete minutos. . .sim, eu contei! Tinha gente na frente, maioria bêbada, provavelmente estavam indo embora. Quando chegamos na porta o segurança veio nos barrar, mas foi necessário apenas um olhar do Alec para liberar nossa entrada. Mesmo sendo quase de manhã, o lugar estava lotado. Andamos lá dentro, procurando pelos meus irmãos, sem que, em nenhum momento, Alec soltasse minha mão.

- Ali – apontei para um canto, em uma mesa.

Meu irmão estava sentado numa cadeira, minha irmã de pé do seu lado, ela falava alguma coisa, parecia desesperada. Ele tentava se levantar, ela tentava impedir.

- Raquel- eu cheguei até ela – o que houve?

- Julia! Que bom que vocês chegaram! - ela me abraçou, parecia estar a beira das lágrimas.

- O que está acontecendo? – Alec estava sério, ele observava tudo.

- Eu não sei, estávamos numa boa, bebendo e dançando. Aí o Hugo ficou estranho, primeiro achei que ele estava bêbado, mas é diferente.

- Como assim? – perguntei. Hugo resmungava coisas, mas ainda estava sentado.

- Ele ta agressivo, queria arrumar briga. E tem uns caras aqui, eu nunca vi nenhum deles, eles deram em cima de mim e das meninas. Mas são estranhos. . .- Raquel não conseguia falar, estava muito nervosa.

- Onde estão as outras? – eu perguntei.

- Eu mandei embora, o André acabou de levar todo mundo, mas o Hugo não quer sair daqui. Então eu não podia ir sem ele. . .

- Calma- eu disse – Hugo, vamos embora!

- Eu não. . .porra nenhuma que eu vou. . .ainda tenho que me acertar com aquele cara. . .- ele resmungava.

- O que você tomou? – Alec perguntou para Hugo.

- Eu não sei o que ele tomou – Raquel respondeu depois que percebemos que Hugo não ia falar, ele só resmungava que não era da conta de ninguém e coisas assim. Não sei como Alec manteve a calma, eu queria socar o meu irmão! - estávamos bebendo cerveja, ele saiu com uns amigos e eu fiquei com as meninas dançando. Quando vi ele já estava assim, querendo arrumar confusão... Ju, eu nunca vi o Hugo assim, parece que não é ele. É como se ele não me reconhece-se!

- Levanta - Alec disse para Hugo, que ficou resmungando - Mandei levantar! - Alec puxou meu irmão, bruscamente, pelo braço, fazendo-o ficar de pé.

- Quer brigar também? - Hugo tentou empurrar Alec, que bateu nos braços dele. Quase que meu irmão caiu, se ele caísse, eu ia chutar ele!

Alec ignorou os desaforos do meu irmão, ele parecia estar o examinando. Verificou os olhos e depois a garganta.

- Me dá um soco - Alec disse para Hugo.

- Seu namorado é louco! - Raquel disse pra mim.

- Vamos, você não queria me bater? Está aí sua oportunidade! Me bate! - Alec empurrou Hugo, o provocando.

Hugo estava numa situação lamentável, seu olhar não parecia se focar em nada, ele não tinha a menor ideia do que estava acontecendo. Ele não parecia estar se aguentando em pé, mas quando foi provocado, virou outra pessoa. Como um touro raivoso. Aquilo me assustou. Raquel também, tanto que ela tampou os olhos.

AngelusOnde histórias criam vida. Descubra agora