Capítulo 35 - Final

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O barulho era ensurdecedor. Na outra vez que isso aconteceu comigo foram poucas vezes, mas dessa vez, o carro, além de capotar repetidas vezes, rodopiou na estrada. Mas então veio mais um impacto, o caminhão estava tentando nos jogar fora da pista. Estávamos presos contra o guard rail. O caminhão estava tomando espaço, mas viria para cima de nós de novo.

— Temos que sair daqui, agora! — Aurora gritou.

Alec chutou furiosamente a porta, conseguindo abri-la. Trian estava acordado, mas seu ombro sangrava muito. Só então percebi que eu tinha um corte na testa.

— Venha — Aurora ajudou Trian a sair, ele fez uma careta de dor, mas não falou nada, Alec me mantinha em seus braços.

— Não posso deixar que te levem de novo! — ele me disse, ele parecia desesperado.

— Não vão me levar! — eu disse com uma confiança que eu não tinha.

— Vamos! — Aurora nos chamou, começamos a correr. Trian se apoiava em Aurora, Alec me mantinha em seus braços.

— Ele está voltando — Aurora gritou, o caminhão vinha para cima de nós de novo.

— Fora da pista! — Alec gritou de volta, pulamos segundo antes do caminhão bater no guard rail. Teríamos sido esmagados, se ainda estivássemos ali.

Rolamos barranco abaixo, um bem maior do que eu tinha caído da outra vez. Folhas e areia arranhavam meu rosto, bati em uma pedra, machucando meu braço esquerdo.

— Júlia. . .anjo. . .— eu ouvi Alec gritar, mas eu estava meio zonza, meu corpo doía e minha visão estava ligeiramente embaçada.

— Vem! — alguém agarrou meu braço e saiu me arrastando dali.

— Não! Me solta! — então minha boca foi tapada por uma mão, eu não conseguia ver Alec. Me debati furiosamente, até conseguir me soltar.

— Você tem que sair daqui! Agora! — Cori falou, parecia um pouco desesperado — Balthazar está aqui! Fuja!

— Não sem Alec! Não sem Trian e Aurora! — eu disse, mas Cori me puxou de volta.

— Não! Eles não são importantes — ele gritava comigo, depois começou a sussurrar — Você procurou a profecia?

— Não tive tempo ainda — eu tentava me soltar dele, precisava encontrar Alec.

— Não! A profecia era o mais importante! Tudo isso é por causa dela!

— O que tem nessa profecia? — eu perguntei.

— Eu não posso falar. . .

— Fale logo ou me largue para eu que possa encontrar Alec! — eu o empurrei. Ele passou a mão nervosamente pelos cabelos, eu me virei e estava saindo, quando ele me puxou de volta.

— Escuta, eu não posso falar. . .mas digamos que ás vezes, duas pessoas podem atrapalhar os planos de outras, mesmo que não saibam que tenham essa capacidade.

— Trian e eu — eu falei — E como faríamos isso?

— Destino, talvez? Ás vezes, está apenas dito isso. Tem gente que está planejando grandes coisas a tempo demais, para deixar que qualquer possibilidade de dar algo errado, aconteça.

— Eu nunca quis nada disso! — eu esbravejei — Aposta que Trian também! Vocês deveriam ter nos deixado em paz!

— Eu nunca quis a Terra, lembra? Balthazar que resolveu isso e ele vai fazer qualquer coisa para. . .— então ele parou de falar, olhava para os lados, parecia com medo — Julia, preste atenção! Corra, o máximo que puder, sem parar! Ele está aqui e está atrás de você!

AngelusOnde histórias criam vida. Descubra agora