The Target 2

Recovery

17
EVE BASTEN POV

Eu despertei do sono que eu estava de um jeito súbito quando levei um susto ao escutar o barulho de um trovão alto que parecia ter caído muito próximo de mim, cheguei a ofegar quando levei minha mão até meu peito enquanto procurava acalmar a minha respiração, que estava ainda irregular devido ao susto.

Retirei o cobertor de cima do meu corpo para então poder me levantar da cama e caminhar até a janela, a qual eu havia esquecido de fechar antes de ir dormir e agora permitia que o som da tempestade que estava acontecendo lá fora entrasse de uma forma mais alta para dentro do meu quarto. Eu observei a força com que a água da chuva caía ao chão e o clarão que surgia no céu quando relampejava para em seguida fazer um estrondo, o vento frio que bateu contra o meu corpo fez com que minha pele inteira se arrepiasse. Não tinha nenhum relógio comigo para que eu soubesse que horas eram mas julgando pela forma como o céu estava em um tom preto mais claro eu podia jurar que já estávamos no fim da madrugada, o que me indicava que eu tinha mais tempo de sono pela frente.

Estiquei meus braços para fechar a janela de uma vez para então poder voltar a dormir mas quando fechei os vidros e o barulho da tempestade foi abafado eu pude ouvir um som alto vindo de dentro da casa, um som que se assemelhava à alguém gritando palavras que eu não conseguia entender com clareza e eu franzi o cenho antes de me aproximar da porta do quarto na ponta dos pés, abrindo apenas uma fresta da mesma para colocar a cabeça para fora e checar a origem do som que ainda não havia cessado.

Eu estranhei ao ver que o corredor estava vazio mas o barulho ficou mais alto para mim, e eu arregalei os olhos ao distinguir aquela voz como sendo a voz do Justin. Mordi o lábio inferior em puro nervosismo quando saí do meu quarto, andando pelo corredor do segundo andar da casa em alerta até que parei bem na frente da porta do seu quarto vendo que era de onde os gritos estavam vindo. Não pude segurar a minha curiosidade quando resolvi encostar minha orelha na madeira da porta para ver se eu conseguia escutar as coisas melhor e tentar descobrir se ele estava falando com alguém mas então pude constatar que só havia mesmo a sua voz dentro daquele quarto, Justin estava falando sozinho.

— NÃO FAÇA ISSO! — ele parecia estar perturbado ao gritar em plenos pulmões. — MATE À MIM, PORRA! — e eu tive que engolir em seco ao notar o desespero em sua voz, eu balancei a cabeça e girei a maçaneta para tentar entrar dentro daquele quarto e procurar o acalmar de alguma maldita forma mas a mesma estava trancada, aquilo aumentou meu nervosismo e me forçou a bater naquela madeira, rezando para que Justin me atendesse.

Eu podia sentir minhas mãos suarem frio enquanto batia naquela madeira sem me importar se aquilo fazia minha mão doer, precisei bater de forma insistente por algum tempo até que finalmente pude escutar o som da maçaneta sendo destrancada e um suspiro aliviado escapou dos meus lábios quando o Justin abriu a porta, me provando que ele estava bem fisicamente. Meus olhos atentos o observaram dos pés à cabeça e eu engoli em seco ao ver o seu estado, seus cabelos estavam molhados pelo suor que até se acumulava em sua testa, seus olhos avermelhados me passavam uma sensação de angústia e suas olheiras estavam em um tom arroxeado enquanto seu peito subia e descia em uma respiração ofegante.

Justin estava tendo um pesadelo.

Ele coçou seus olhos com certa brutalidade antes de voltar a me olhar como se quisesse garantir que eu estava mesmo em sua frente e quando se certificou disso ele expirou uma lufada de ar pela boca de uma forma aliviada e me pegou de surpresa quando suas mãos tocaram minha barriga com certa urgência por cima da minha camisola de seda, como se quisesse garantir que o Jake estava bem também, relaxando seus ombros ao sentir seu filho chutar de maneira leve através da minha barriga. Eu não precisei de mais do que a sua reação para saber que o seu pesadelo tinha relação comigo e com o nosso filho, o que fez um arrepio ruim subir pela minha espinha.