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EVE BASTEN POVEstava sentada de maneira desleixada na poltrona da sala de estar enquanto observava a forma como Chaz e Tracy brincavam com o meu filho como os tios babões que eles eram. Os dois estavam sentados no sofá mais próximo de mim, Chaz tinha o Jake deitado sobre suas pernas enquanto o bebê movia seus braços no ar de forma agitada e Tracy soltava algumas risadas com ele.
Já faziam mais de três semanas desde que Theo apareceu na porta da mansão para dar ao Justin um prazo máximo para que ele me entregasse de bandeja, longos dias se passaram desde então e só serviram para me deixar ainda mais apreensiva e incerta sobre a situação em que nos encontrávamos. Theo estava quieto desde aquele dia, ele não entrou mais em contato ou deu as caras e isso me parecia como uma forma de tortura porque eu vivia todos os dias com medo de ele finalmente aparecer para trazer o caos, parecia que ele só estava esperando que a gente começasse a se acalmar para então jogar a bomba em cima da gente. Naquele caso, seu silêncio era mil vezes pior do que o seu barulho.
E durante esse tempo nós continuamos trabalhando duro para tentar encontrar uma luz no final do túnel, não achamos nenhuma brecha funcional no contrato que pudesse invalidá-lo então nós começamos a tentar encontrar uma outra forma de escapar dessa enrascada. A equipe intensificou ainda mais o trabalho com o tráfico de armas, nós precisávamos nos manter importantes e úteis para não sermos fáceis de sermos descartados, o que era possível daquela forma já que éramos a única gangue que conseguia colocar armamentos para dentro do estado graças ao acordo que Justin tinha com Lance Weston.
E, além disso, em nossa busca para manter algumas alianças nós acabamos entrando em contato com Harry Johnson, ele era alguém muito influente na Europa e nós tínhamos algum crédito com ele já que Chaz o deu o seu tão sonhado dispositivo. A verdade era que agora nós não estávamos podendo negar alianças ou sermos muito seletivos, nós precisávamos ter o maior número possível de pessoas ao nosso lado que não acabariam se voltando contra nós depois que todo o rolo do contrato viesse à tona.
— A cada dia que passa ele fica mais parecido com o Justin. — Tracy chamou minha atenção de volta para ela ao fazer aquele comentário sobre o Jake e só então eu reparei no quão distante o meu pensamento estava antes.
— Fala sério, ele se parece muito mais comigo. — falei um pouco ofendida ao me remexer na poltrona e tentar me distrair daqueles pensamentos anteriores, Chaz virou seus olhos em minha direção e ergueu uma única sobrancelha ao abrir um sorriso implicante.
— Nem mesmo você acredita nessa mentira, Eve. — ele implicou antes de soltar uma breve risada quando me viu revirar os olhos e então voltou sua atenção para o bebê agitado em seu colo. — Está vendo isso, cara? Sua mãe é uma comédia. — cantarolou a última parte para o Jake enquanto o meu filho o olhava com toda a atenção do mundo.
— Tomara que ele golfe em cima de você. — desejei ao cantarolar como ele fez antes em forma de deboche e pude escutar sua risada logo em seguida.
— Palavra de mãe tem poder, Chaz, cuidado. — Tracy também colocou pilha e eu soltei uma risada pelo nariz ao ver a forma como Chaz olhou desconfiado para o meu filho.
A porta principal que ligava a parte externa da casa à sala de estar foi aberta e então Justin entrou na casa junto com Willa e Ryan, os três conversavam de forma alvoroçada até que Willa avistou o Jake e abriu um sorriso largo antes de ir saltitante pegá-lo dos braços do meu melhor amigo. Ela era a tia mais babona e sempre falava com ele forçando uma voz de bebê, eu achava aquilo um pouco engraçado porque nunca pensei que um dia veria a Willa tão rendida assim por uma criança.
— Acho que você terá que arrumar uma criança para vocês também, Ryan. — Chaz brincou ao ver a forma como a Willa babava em meu filho e Justin soltou uma risada baixa antes de empurrar de leve o seu amigo ao seu lado pelo ombro em implicância.
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The Target 2
FanfictionO mundo dá voltas. Quem antes colocava alguém em sua mira, se tornou a mira de alguém. Após a sua fuga, Eve começou a sentir em sua pele como era estar do outro lado da moeda, no lado do alvo. Vivendo como uma fugitiva, ela não contava que o mundo...