Primeira sessão

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A primeira sessão foi marcada o quanto antes na casa de Clara, onde no espaçoso quarto dela podiam ficar mais a vontade como terapeuta e paciente. 

- Vamos Laura? - Adriana encontra o olhar da irmã - se importa de esperar aqui? 

-Não, de forma alguma. 

Para tornar a sessão mais confortável e agradável a luz do quarto estava apagada, apenas a luz do sol refletida no espelho da janela deixava o cômodo um pouco iluminado, apenas o tom profissional de Adriana podia ser escutado. 

- Você vai respirar e exalar 3 vezes. - Se concentrando em algum ponto fixo Laura seguia cada instrução, com Adriana do seu lado. Repousando a cabeça no encosto da poltrona ela apenas ficava atenta a voz que lhe instruía. - Você sabe que existe uma porta. - nesse instante Laura se viu num jardim cheio de flores semelhantes a margaridas, diante da porta estava seu eu criança. - Você está mais forte agora. Você tem força para enfrentar seus medos. 

A porta estava aberta, parecia um portal negro, pronto para dar acesso ao outro lugar. O que no caso era subconsciente da filha de Lorena. 

Adriana continua a entoar, som poético e objetivo. 

- E você caminha com passos fortes em direção a porta porque agora você tem coragem. O que você vê? Um tanque com  tartaruguinhas, então você ouve passos. Não demorou muito para ela ver com uma perfeição de detalhes o rosto da pessoa que mais odiava: o padrasto. 

- Ele.. - Laura começa a chorar. 

Adriana ajeita uma mecha de seu cabelo para tentar acalmar o tormento que aquelas imagens lhe traziam.

- Ai você volta... Vai voltando... - A filha de Lorena continua a se concentrar na sessão que dura mais tempo porque Laura desperta da hipnose, inclinando seu corpo de dor, agonia e pavor. As mesmas sensações de quando tentava ter relação sexual com o marido. 

Adriana passa pelo quarto como um vulto, descendo as escadas até a sala:

- Clara, vem aqui por favor. Laura precisa de você. 

Quando vê a cena Clara a acolhe nos seus braços e Adriana explica o que houve. 

- Ela reviveu a dor. 

Depois de chorar um tempo Laura revela. 

- Foi ele. Foi ele que me fez mal. Eu era só uma menina. Só uma menina. Foi ele, o Vinícius. Meu padrasto. E eu era só uma menina.

Clara indaga perplexa:

- Seu padrasto? O delegado?

- Eu lembrei de tudo, tudo. Eu era uma menina, ficava muito tempo sozinha em casa e ele... Ah, Clara, eu estou toda mexida por dentro. Sinto dor, medo, vontade de chorar. 

Clara então a abraça

- Chora Laura, põe pra fora toda essa dor.

Rafael vai a casa de Clara a pedido da mesma, ao saber do ocorrido começa a esmurrar a parede: 

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Rafael vai a casa de Clara a pedido da mesma, ao saber do ocorrido começa a esmurrar a parede: 

- Quero matar esse cara cara! quero matar esse cara! 

- Quando a porta se abriu, vem uma avalanche de memórias. Uma avalanche. Não foi só uma vez, nem duas. Foram muitas.

Revoltado e prestes a chorar pela causa do trauma dela Rafael questionou:

- Tua mãe não percebia?

- Não sei como não percebeu. Ele me agarrava... 


A História de Laura e RafaelOnde histórias criam vida. Descubra agora