Ao anoitecer o jovem casal estava na sala rodeado por Patrick, Clara e por Renato. Ainda muito sentida com a descoberta dos abusos cometidos pelo padrasto Laura encolhera os joelhos para abraçar seu corpo, tentando encontrar seu próprio apoio.
Eu e Laura não vamos mais precisar daquela casa.
- Vamos fazer alguma coisa e agora por favor - implorava Laura em prantos - minha mãe precisa saber a verdade sobre o homem que ela casou.
- Oi filha que bom que chegou - Lorena foi recepcionar a filha e o genro mas não esperava que tivessem companhia - quanta gente.
Vinicius surgiu da cozinha, ironizando.
- É uma comitiva é?
Laura começa a falar
- Eu vou contar tudo o que fez comigo. Eu era só uma menina. Uma menina e brincava no tanquinho de tartarugas, lembra?
- Lembro - responde Vinicius
- Vou contar tudo que fez comigo.
- Tudo o que?
Laura revela ainda sentindo muita dor.
- Eu era só uma menina, mas você me agarrou. Quando eu brincava com as tartaruguinhas. Me molestou. Ele é pedófilo. Eu resgatei minha memória. Ele me agarrou. Não uma, mas muitas vezes naquele lugar. Era no quintal. A faxineira ficava mais dentro de casa, ele provavelmente dizia que ia brincar comigo ou ela não queria ouvir meus gritos, meu choro.
Para seu espanto, Laura é repreendida pela mãe que defende o marido.
Você era uma menina rebelde, briguenta, fugia dele. Não aceitava o amor.
Laura rebate, no fundo ela queria gritar mas por enquanto se segurava.
- Não era amor. Era sexo.
Rafael entra no meio da conversa, questionando a sogra.
- Lembro que um dia comentou comigo sobre as marcas roxas no corpo dela quando ainda viviam naquela casa.
Lorena responde com tranquilidade.
"É porque era muito traquina, ficava boa parte do dia sozinha. Ela se machucava sozinha
- Eu tinha marcas, manchas roxas, ferimentos, porque ele abusava de mim. Você, Vinícius, você. Eu nunca gostei de você e sempre tentava descobrir motivos objetivos pra não gostar. Buscava palavras que expressassem meus sentimentos. Dizia que era mandão. Que era um rei dentro de casa. Mas não, não, não. Eu não te suportava porque, quando era uma menina, você me agarrou e me ameaçava de morte enquanto eu brincava com as tartaruguinhas. É um monstro!
- Não sou esse monstro que está falando!
Vinicius explodiu diante e antes que pudesse dar um passo e confrontar a enteada, Rafael a impediu de avançar.
Lorena começou a sentir desespero,
-Ele não é um monstro! não é um monstro!
Laura foi abraçada por Rafael. Implorando a mãe que entendesse.
- Precisa acreditar em mim!
Lacrimejando, a mãe de Lorena esbravejava. Sem se importar com o sofrimento insuportável da filha que faltava gritar, Laura não conseguia acreditar no que estava ouvindo da boca da própria mãe que deveria defende-la.
- Isso é mentira! o seu pai me deixou, você era pequena. Eu tinha uma filha pra criar. Vinicius nos acolheu. Ele cuidou da gente, nos deixou uma casa! ele deu uma vida pra gente!
Laura só conseguiu gritar uma frase antes de ir embora:
- Você é louca!
- Por que tá fazendo isso filha?
- Não vou ficar mais um segundo aqui!
Laura girou o calcanhar andando apressadamente para fora da casa,
Clara e Patrick a aconselham e a incentivam a denunciar Vinicius.
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A História de Laura e Rafael
Lãng mạnPrimeira história que descrevo (do meu jeito) , durante a reprise da novela O OUTRO LADO DO PARAISO, eu senti muita vontade de repassar por escrito a história desse casal tão lindo e que teve seu merecido final feliz.