Conversas e Armadilhas

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— Cara, é uma ideia louca, tipo, muito louca. — Jasper falou indignado.

— Mas é pelo bem da Charlotte. — Argumentou Henry. — Eu preciso da sua ajuda, não vou conseguir fazer isso sozinho.

— O Schwoz já está trabalhando nisso, Hen. Ele é um cientista muito inteligente, vai conseguir fazer alguma coisa a tempo. — Negava com a cabeça, desaprovando totalmente aquela ideia.

— E se não conseguir? A Scarlet já sabe o que tem que fazer, pelo menos até o Benjamin voltar com a cura. — Implorou. — Cara, a Charlotte tá naquela situação por minha culpa, preciso tirar ela dessa.

— Primeiro, não é sua culpa e de nenhum de nós. Segundo, isso me parece uma armadilha, e olha que não sou o mais inteligente aqui. — Contava nos dedos.

— Eu estava lá embaixo agora, o Schwoz acabou de dizer que não consegue mantê-la viva por mais tempo. Precisamos fazer isso. — Henry implorava. — Se quiser, posso me ajoelhar aqui. Sabe que eu não consigo fazer nada sem a ajuda de vocês.

— Não é para tanto. — Jasp saiu de trás do balcão para impedir que o amigo ajoelhasse. — Vamos fazer isso, tá? Se você acha que isso vai dar certo, então eu também acho. Mas deveríamos contar isso a alguém.

— E vamos contar.

Os dois se encararam, o ex-baldeleiro esperando a continuação da resposta.

— Vamos ter que chamar a Piper. — O Hart falou temeroso.

— Teria mais fé no seu plano se chamássemos uma pessoa sã. — Revirou os olhos.

— Não é tão ruim assim. Além de que precisamos de carona até o ponto de encontro. — Já pegava o celular para ligar para a irmã.

— Não fala assim, parece que vamos comprar drogas.— Jasper resmungou.

Não gostava nenhum pouco dessa ideia, era uma loucura total, mas se seu melhor amigo estava confiante nisso, iria ajudá-lo. Ou ele poderia ter enlouquecido com a toda a pressão dessa situação. Isso faria mais sentido do que fazer um acordo com a vilã que, por sinal, começou toda essa confusão.

— Piper, onde você tá? — Henry perguntou assim que sua irmã atendeu a chamada.

— Acho que você se esqueceu que temos pais. — A garota respondeu com raiva. Ele tem certeza que escutou um buzina de fundo, torcia para que sua irmã não conversasse no celular e dirigisse ao mesmo tempo. — Tenho que inventar uma desculpa para eles e para as mães da Charlotte. Elas estão pirando por não escutar a voz da filha a dois dias, mesmo eu dizendo que ela está na casa do Jasper.

— Talvez elas estejam assim justamente por ter dito que estamos na casa do Jasper.

— É uma boa justificativa. — Piper concordou com a cabeça, mesmo que o outro Hart não visse. — Então, o que te tirou de seu coma sentimental?

— Não foi bem isso que- Deixa para lá. — Se interrompeu antes que perdesse o rumo da conversa. — Você tem que voltar para a Bugigangas.

— Sai daí faz alguns minutos. — Bufou irritada. — Jasper não facilitou minha saída.

O loiro olhou para o melhor amigo, que mexia tranquilamente em seu celular, atrás do balcão. Quando percebeu estar sendo observado, o Dunlop sorriu e acenou, fingindo que havia escutado o que Henry não havia dito.

— Certo. Não preciso saber dos detalhes dessas suas brigas bobas. — Não podia prolongar aquela conversa. — Só preciso que venha até a Bugigangas, mas você não pode entrar na loja.

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