— Alasca? – Kenma disse para si mesmo, surpreso ao ver a tela do computador.
Ele tinha ido direto da sua casa para seu ''escritório'', que não passava de uma mesa cheia de monitores e dois computadores em um quarto vazio na casa de Miguel. Passou o resto do dia, até pouco mais de seis horas da tarde, rastreando Kuroo nesses últimos cinco anos. Não foi fácil, Kuroo sabia bem como deixar seus rastros escondidos, mas Kenma sabia cada truque do moreno. A localização atual era no Alasca e parecia que ele estava lá a mais de seis meses.
Kenma desligou os computadores, saindo do escritório e o trancando em seguida. Desceu pelo elevador da grande mansão, o que ele realmente achava útil, se despedindo dos homens e empregados que encontrava pelo caminho. Não tinha nenhum serviço em especial hoje, então teria a noite pra você, assim como tinha dito.
Ele estava feliz, era algo inevitável. Mas ainda sim, além de passar a tarde procurando pelo melhor amigo, pensou em cada coisa que poderia dar errado. Todas as possibilidades possíveis e no final, alguém sempre acabava morto, sendo você ou Kenma. Sempre foi pessimista demais. Apenas em poucos cenários vocês saiam vivos, então Kenma seguiria conforme esses cenários que pensou.
Ele sempre estava certo quando se tratava dessas coisas.
Sentia-se culpado também, como nunca. Kenma era egoísta, não sabia disso sobre si mesmo até supostamente morrer, durante o tempo longe da antiga vida, sentia-se aliviado, mesmo que a saudade fosse mais forte do que qualquer coisa. Alívio por não ter uma cidade pra tomar conta. Alívio por você ter se livrado dele e estar segura, mesmo que não estivesse bem, estava viva e segura longe dele.
Se achava um grande filho da puta egoísta, mas não era como se ele tivesse controle sobre os próprios sentimentos. Eles apenas estavam ali, o máximo que podia fazer era se sentir culpado.
— Kozume! – foi chamado por Miguel, que estava dirigindo um de seus carros, Kenma flexionou os joelhos pra ficar na altura da janela. – Amanhã tem que estar aqui às oito. Reunião com Ukai antes dele ir embora.
— Ele acabou de chegar.
— É um homem ocupado, não tenho o que fazer. Eu sei que não aguenta mais ficar aqui, mas paciência, sim? – ele deu risada. – Até amanhã, sem atrasos!
— Sim, senhor.. – resmungou, suspirando em seguida.
O céu estava alaranjado, deixando o fim da tarde assim. Kenma gostava dos fins de tarde em Bogotá, eles eram sempre bonitos e coloriam o que sobrava do dia, ainda deixando um clima agradável com uma brisa gostosa de verão e não aquele sol que ardia a pele.
Fez o mesmo caminho de sempre, atravessando o restaurante e subindo o pequeno morro até onde morava. Olhou pra sua casa, ainda tudo apagado, então talvez não tivesse voltado. Você avisou que sairia, tinha que comprar algumas coisas e provavelmente levaria o dia nisso e como dito, realmente tinha levado, já sendo quase sete da noite e não tendo chego ainda.
Ele deu de ombros, entrando em casa e indo direto tomar uma ducha rápida. Pegou o Nintendo, que ficara carregando o dia todo e o maço de cigarros, indo até a sacada e se sentando na cadeira dali. Apoiou os pés no guarda corpo de alumínio, acendendo um cigarro e ligando o jogo.
Longos minutos depois e já quase no fim do maço, o jogo perdeu a graça. Kenma se lembrava dos dias que ficava mais de oito horas seguidas jogando sem parar, agora mal conseguia ficar meia hora. Bufou frustrado, jogando o aparelho em cima da cama, ainda sentado na sacada. Acendeu outro cigarro, dando um longo trago e soltando.
— Eu parei de fumar por você! – ele deu um pulo ao ouvir sua voz, te vendo na sua sacada.
— Sério?
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𝐃𝐎 𝐍𝐎𝐓 𝐅𝐎𝐑𝐆𝐄𝐓, kozume kenma
Fanfictionarte pertence à @hye_.xa no instagram! A vida de [Nome] nunca foi tão pacata assim. Sempre lugares novos, pessoas novas e aventuras novas. O que não esperava é que não teria um dia de sossego depois que o meio loiro entrara em sua vida, o que já era...