𝐟𝐨𝐮𝐫𝐭𝐞𝐞𝐧

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oi gente!!

queria agradecer mtooo pelos +700K!!!!! juro, é incrível a proporção que a fic tomou e todo o amor que vocês me dão, muito obrigada, vocês são tudo pra mim!! viram as novas capas das fics?? o que acharam??

enfim, boa leitura, amo vocês!


Encarava o café enchendo a xícara, sua cabeça quase tombava de tão pesada que parecia estar. Não dormia fazia quase há três dias, resolvendo tudo o que precisava do trabalho. Pagamentos atrasados, papelada fora de ordem, arquivos bagunçados e tudo o que tinha pra dar errado.

Óbvio que ele sabia que isso aconteceria quando ele voltasse, sendo a mente do lugar, cinco anos sem ele realmente poderia causar estrago, mas não estava tão ruim quanto ele pensou. Com Kuroo ali poderia estar melhor, apenas Koutaro não dava certo, afinal, sempre foi preciso dos três pra tudo funcionar como devia.

Mas teriam que dar um jeito de cuidar de tudo a distância e com segurança. Provavelmente Kenma treinaria Adan pra ficar em seu lugar, ficar mais tempo do que precisava no Japão era arriscado, Ukai tinha olhos em todos os lugares, o único ponto positivo era que não podia sair de casa e ficar em casa sempre foi a coisa favorita de Kenma.

Com a caneca em mãos, voltou para um dos quartos de hóspedes, que agora era seu novo escritório, sentou-se na cadeira, em frente as telas dos computadores e fixou os olhos em uma tela de novo, dando um golada no café amargo. Ele não ligava de ficar acordado, já estava mais do que acostumado, inclusive, mas deixar o cérebro trabalhando sem parar, apenas com pausas para ir no banheiro ou beber algo, era realmente cansativo.

E ele mal tinha te visto nos últimos dias. Você estava se reencontrando com antigos amigos, agora estava na casa de Yachi e Kiyoko, assim que elas souberam que você estava de volta na cidade, haviam te convidado para jantar junto com elas, então você não negou, claro, sentia falta delas, principalmente Hitoka.

Já se passava de uma da manhã, mas você não tinha hora pra voltar e Kenma não sabia quando seria a próxima vez que sairia do quarto, então ele imaginava que não se veriam por enquanto, mas te mandou uma mensagem perguntando se estava bem, você respondeu que estava bêbada e em seguida uma foto sua com as garotas.

Ele sorriu ao te ver com um sorriso bobo nos lábios, respondendo com um emoji de coração e bloqueando o celular. 

As horas se passaram tão rápido que quando ele tirou os olhos da tela de novo, já era dia. Preocupado com você, checou o celular, tinha algumas mensagens avisando que tinha chego e perguntando se ele iria dormir junto à você, haviam sido enviadas três da manhã, soltou um longo suspiro, sentindo-se culpado por não ter respondido antes.

Então se levantou da cadeira, saindo do escritório e indo até o quarto, vendo você ainda de roupas e sapatos, jogada de qualquer jeito na cama. Soltou um riso baixo, tirando seus sapatos e a calça jeans que usava, te colocando deitada apropriadamente na cama. Sorriu pequeno, selando sua testa e te cobrindo, saindo do quarto.

— Volta aqui! - te ouviu chamar em um resmungo. - Kenma! - deu meia volta, entrando no quarto mais uma vez, vendo você com os olhos mais abertos possíveis. - Deita aqui.

— Não posso, amor, preciso terminar de arrumar os...

— Foda-se, deita aqui. - bateu no espaço vazio do colchão ao seu lado, ele assentiu, fechando a porta e se enfiando debaixo da coberta. - Não te vi muito esses dias, então fica um pouco, você ainda tem cinco anos pra compensar.

— Eu sei. - bocejou, esfregando os olhos em seguida. - Ainda tenho alguns dias de serviço, mas quando acabar sou todo seu.

— Eu ia perguntar quando acabaria mesmo. Precisamos ir atrás dele, Kenma. - referiu-se à Kuroo.

— Nós vamos. A primeira coisa que faremos quando eu acabar tudo, vai ser ir até ele. 

— Sabe que ele me odeia agora, né?

— E por que ele te odiaria?

—  Eu fui embora. Anos atrás, eu deixei ele sozinho e eu me arrependo até hoje disso, mas eu nunca tive forças pra voltar.

— Não se preocupe. - soou sereno, acariciando sua bochecha. - Ele vai estar ocupado demais me odiando.

Palmer, Alasca, alguns dias depois

 — Filho de uma puta. - resmungou, limpando a água que havia respingado no rosto. - Fica quieto, cachorro.

Bufou, voltando a passar os dedos por todos os pelos do animal, que não gostava nem um pouco do banho que tomava, então dificultava o que podia para Kuroo desistir. Depois de muito xingamentos direcionados ao cachorro, terminou o banho, começando a seca-lo com um secador, que tinha comprado especificamente para isso. 

Pelo menos ele ficava quieto nessa parte.

Depois que limpou a casa, tomou um banho, acendendo a lareira. Sentou-se na poltrona que ficava de frente para ela, enchendo um copo com uísque e dando um gole na bebida. Já quase nem sentia mais a queimação na garganta. O cachorro se deitou nos pés, tirando uma risada pequena de Kuroo, que fez o máximo pra não se mexer. 

Nunca foi acostumado em ficar sozinho. Sempre tinha alguém, sendo Kenma, Koutaro, ou até mesmo você.

Depois que você se foi, não tinha ninguém. Bokuto estava ocupado demais com Akaashi e com todo o trabalho, que praticamente tinha ficado apenas nas costas dele - algo que Kuroo se culpava - e você se foi e nunca mais tinha voltado. 

Ele não estava bravo com você, estava magoado. 

Mesmo que fosse doloroso ficar em Tóquio, ele ficaria por você, ficou triste em saber que você não faria o mesmo por ele, mas sempre foi uma pessoa de colocar expectativas demais nos outros, sendo que ninguém era obrigado a atingir as expectativas que tinha. E ele também entendia seu lado, Kenma havia praticamente morrido em seus braços, não era só ele que havia perdido uma parte de si.

Os cinco anos que se passaram não haviam sido tão tristes e solitários como parecem, pelo contrário, Kuroo viajou o mundo inteiro e conheceu todo o tipo de gente, indo em todo tipo de festa, era divertido.

Até mesmo namorou com uma garota. Ela era portuguesa, mas no fim, não deu certo, ele nunca foi de se amarrar em uma pessoa só, no entanto, foi bom enquanto durou. Depois disso, continuou indo em festas, pulando de país em país, até que cansou, era sempre a mesma coisa.

Lembrava até hoje da última festa que tinha ido, quando decidiu parar com tudo e tirar um tempo para si. Estava sob efeito de tanta coisa que ainda não conseguia saber como saiu vivo de lá. Assim que ele havia terminado de beber uma garrafa de alguma bebida, que ele não se lembrava qual era, seu corpo parecia pesar, mal se aguentava de pé. Olhava em volta, com um zumbido nos ouvidos, vendo o mar de pessoas a sua volta, percebendo que mesmo com tanta gente, estava sozinho.

Então decidiu ficar literalmente sozinho, isolado.

Mas estava melhor do que pensava que ficaria, na cidade atual, havia pessoas que realmente se importavam com ele. Como uma senhora que ele encontrou, ela precisava de ajuda e então ele se ofereceu, como agradecimento, ele almoçou lá e desde então, ela o chamava constantemente. 

Tinha Clarke, que mesmo que pouca idade, era ótima em conversar e Kuroo sempre se divertia. Poucas semanas atrás, a ensinava dirigir seu carro, o que quase foi um desastre, já que ela foi direto em uma árvore, mas não causou dano nenhum no carro.

Estava sozinho, mas não se sentia solitário.

Dando o último gole no uísque, pensou em servir mais um copo, mas sua campainha tocou, o cachorro latiu em resposta ao som, indo direto cheirar atrás da fresta da porta. Pensou que poderia ser Clarke, mas estava tarde e nevando, a mãe dela não deixaria sair assim. Quando abriu a porta, paralisou, ficando sem reação alguma.

— Como descobriu onde eu estava? 

𝐃𝐎 𝐍𝐎𝐓 𝐅𝐎𝐑𝐆𝐄𝐓, kozume kenmaOnde histórias criam vida. Descubra agora