s e v e n

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''Kenma - Estou aqui na frente.''

Você arregalou os olhos ao ler a mensagem, terminando de arrumar seus cabelos rapidamente, pegando suas coisas e saindo do quarto de um jeito atrapalhado, tropeçando nos próprios pés pelo corredor do dormitório. Você usava um shorts jeans de cintura alta e uma blusa preta, enfiada dentro do shorts e você a deixou um pouco mais folgada. Não passou maquiagem, ficou com preguiça, só teve vontade de passar um rímel. Saindo do dormitório, você viu o carro de Kenma ali, ele tinha um braço apoiado na porta e mexia no celular, ele usava óculos escuros similares ao que você tinha emprestado - e não devolvido ainda. Uma calça jeans e uma blusa preta, o cabelo preso como sempre, com o que desajeitado e alguns fios soltos em seu rosto.

— Demorei? - você perguntou, entrando no carro e selando rapidamente o canto da boca dele.

— Não, acabei de chegar. - Kenma sorriu de lado, dando partida no carro. No som tocava friends, chase atlantic.

— Onde vamos?

— O que você costuma comer?

— Hm... normalmente o que tiver no refeitório ou algum fast-food. Minha alimentação não é a mais saudável, confesso.

— Nem a minha. - Kenma riu levemente. - Vou te levar em um restaurante vegetariano. Eu não como carne tão frequentemente assim, na verdade, quase nunca, tem problema?

— Nop. - você negou com a cabeça, sorrindo pra ele.

Quando vocês chegaram, sentaram perto de uma janela no segundo andar do restaurante. Você pediu o prato que mais te agradou e um suco de laranja pra acompanhar. Você e Kenma mantinham uma conversa agradável, ele mais ouvia você falar do que proferia alguma palavra, mas você entendeu que era o jeito dele e pra sua felicidade, falar era uma das suas coisas favoritas.

— O plano era abrir uma empresa... de verdade e investir em algumas ações, mas não deu muito certo. - Kenma deu de ombros, colocando uma garfada na boca.

— Posso perguntar... o que aconteceu? - ele assentiu, dando uma golada do suco.

— Foi no último ano do ensino médio, eu queria dinheiro e meus pais não queriam dar. Então Kuroo me disse trabalhava com um cara que precisava de alguém que soubesse informática, e pra minha sorte, eu sou bom nisso, meu primeiro serviço foi invadir as câmeras de segurança de uma avenida, resumindo. E como era dinheiro rápido e fácil, eu não desisti, até que o cara foi preso, consequentemente morto na cadeia e acabou ficando tudo em nossas mãos, já que éramos os mais próximos dele, então continuo aqui até hoje.

— Você se arrepende? - você perguntava normalmente, como se fosse algo monótono.

Ele mantinha a voz baixa e suave enquanto conversava com você, por mais que vocês tivessem se conhecido a poucos dias, você ficava feliz por ele não ter problemas em te dizer essas coisas, mas é um fato que Akaashi sempre apontou sobre você, todos que conversavam com você, se abriam facilmente, Keiji sempre disse que por mais maluca que você fosse, conseguia deixar os outros confortáveis com sua presença. Não era preciso comentar que você ficou completamente boba com o elogio sincero do garoto.

— Um pouco. Não é como se eu tivesse outra opção agora.

— Por que não?

— É complicado. Muita gente conta comigo, não posso largar tudo pra viver a vida como eu quero. Kuro não ligaria mas... eu não posso deixar ele na mão. E eu não posso falar sobre isso, então me conte, o que pretende fazer depois de formada?

𝐃𝐎 𝐍𝐎𝐓 𝐅𝐎𝐑𝐆𝐄𝐓, kozume kenmaOnde histórias criam vida. Descubra agora