f i f t e e n

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Você acordou com a boca seca, o ar condicionado estava forte demais. Se levantou com calma pra não acordar Kenma e pegou uma garrafinha do frigobar, tomando quase por inteira. Voltou pra cama, se se importar com que horas eram. Se enfiou nos braços de Kenma de novo, que resmungou alguma coisa e te abraçou, colocando o queixo no topo da sua cabeça. 

Não adiantava mais negar. Você sabia que estava se apegando demais à Kenma. Não sabia se era algo bom ou ruim, afinal, ele te tratava melhor do que qualquer outra pessoa conseguiria, vocês ficavam abraçados sempre que estavam deitados juntos e ele sempre era carinhoso com você. O problema era, você não tinha ideia se ele era assim só pelo fato de vocês transarem ou se ele realmente gostava de você.

Você suspirou, não iria pensar nisso mais do que devia, apenas aproveitaria cada segundo com ele. Kenma tinha um abraço muito bom pra você se fazer de desapegada, então continuaria com o carinho extra sem reclamações. Você não conseguiu dormir de novo, mas ainda ficou abraçada com ele, sentindo o cheiro de sabonete que ele tinha. 

— Que horas são? - ele murmurou, sem mexer um músculo.

— Não tenho ideia. - você riu anasalado. - Temos que ir embora às nove, não é?

— Não temos que fazer nada, [Nome]. - ele disse um pouco mais alto, a voz ainda rouca por acabar de acordar. Kenma se afastou, se espreguiçando e esfregando o rosto, encarando o teto, ainda com uma mão em você. - Tudo bem? Acordou faz tempo?

— Agorinha. - você suspirou, se sentando e procurando seu celular, pegando ele no chão. - São sete horas ainda.

— Ótimo. Tenho algum tempo de paz, venha cá.

Você rolou os olhos, puxando a coberta mais uma vez e se deitando, sentindo Kenma te puxar pela cintura e deixar a mão ali. Você comprimiu os lábios, não deixando um sorrisinho escapar. Apenas fechou os olhos, enterrando o rosto no peitoral dele. As mãos na sua cintura logo começaram a alisar suas costas, repetidas vezes, estava até carinhoso. Então elas desceram pra sua bunda, fazendo a mesma coisa. Você já sentia seu coração acelerar, ainda mais quando ele passava os dedos pela sua intimidade, fazendo você gemer baixo. E então, as mãos dele voltaram pra sua cintura. Você respirou fundo, o encarando e vendo que ele ainda tinha os olhos fechados, mas um sorrisinho divertido no rosto.

— Desgraçado. - você resmungou.

— Não consigo dormir.

— E precisa me provocar? - Kenma deu risada, abrindo os olhos e se espreguiçando. Ele se sentou na cama, encostando suas costas na cabeceira, gesticulou pra você chegar mais perto e assim você fez, repousando a cabeça em seu peitoral.

— Sim. É divertido de provocar porque é fácil. - você o encarou incrédula, Kenma soltou uma gargalhada rouca, mas ao mesmo tempo, gostosa de ouvir. Era provavelmente a primeira vez que ele ria assim na sua frente.

— Te odeio. - você voltou a deitar em seu peito, Kenma pairou a mão sobre seu cabelo. 

— Eu sei. - ele brincou.

— Meu bem... já praticou BDSM? Tipo... além do bondage? - você perguntou.

— Já. Algumas vezes, por quê?

— Hm... que tal me mostrar? - Kenma te olhou surpreso.

— Quer ir além? - você assentiu. - Precisamos conversar então, estabelecer alguns limites e você precisa confiar em mim antes de qualquer coisa.

— Eu confio. 

Vocês começaram a conversar sobre o assunto, Kenma explicava praticamente todo o protocolo e fazia algumas perguntas, o que você gostava ou não. Você disse seus gostos e desgostos, ele prestava atenção em cada palavra que você dizia. Assim que vocês se entenderam no assunto, ficaram mais um tempo deitados conversando sobre qualquer aleatoriedade até o celular de Kenma tocar, a expressão leve que ele tinha no rosto desapareceu em um piscar de olhos. Ele esperou a ligação encerrar, pegando o aparelho ele parou.

Ele te deu um selinho, se sentando na beirada da cama, deixando toda a visão das costas dele pra você. Tinha vários arranhados e marcas roxas no seu pescoço, o deixava um pouco mais atraente, você tinha que confessar. Você se sentou atrás dele, começando a massagear suas costas, ele soltou um suspiro aliviado, mas ainda sem parar de digitar freneticamente no celular.

— Precisamos ir. - ele disse, jogando o corpo contra o seu e se deitando em você. Você acariciava seus cabelos, que agora estavam mais bagunçados do que nunca.

— Uhum... preciso ir pra aula. - você choramingou.

— E eu preciso trabalhar.

— Uh, me leva. - Kenma te encarou, negando com a  cabeça.

— Precisa ir pra aula.

Você rolou os olhos, mas não contestou, ele estava certo. Vocês se trocaram e saíram do motel, o motorista já esperava na entrada. Vocês entraram e Kenma disse pra ir até seu dormitório. Vocês não conversaram muito no caminho, você apenas tinha a cabeça deitada em seu ombro, Kenma continuava digitando no celular. Pelo jeito ele não ligava que você visse, afinal, você encarava a tela do aparelho descaradamente enquanto ele conversava com Kuroo, mas não entendia muito do que eles falavam e nem deu importância também.

Quando ele te deixou na frente, vocês se despediram com um beijo rápido e você correu pro seu dormitório, colocando outra roupa qualquer que fosse apresentável o suficiente e foi pra sala de aula, recebendo alguns olhares feios do seu professor, mas ele não disse nada.

Já quase a noite, você, Yachi, Akaashi e Bokuto estavam no seu quarto, a loira não ligava quando você levava seus amigos e ela até gostava, ela e Akaashi se davam bem, mas no momento, ela só desenha alguma coisa em seu iPad. Você pintava as unhas de Akaashi e conversavam aleatoriamente, até chegar no assunto que você queria evitar, Kenma.

— Ele te levou pra jantar? - Koutaro perguntou com os olhos arregalados.

— O jantar era ela. - Akaashi brincou, tirando uma gargalhada do namorado.

— Idiota. - você revirou os olhos. - Levou... nada demais.

— Ih, [Nome]... não diria que é nada demais. Kenma nunca se interessa por alguém e se acontece, no máximo é uma ou duas noites.

— Tanto faz. - você deu de ombros. - Eu não sei o que ele pensa, por mais que ele seja extremamente carinhoso comigo, tenho medo de entender errada a situação.

— Se tem medo é porque gosta. - Keiji disse.

— Sim, Kaashi, eu gosto dele, agora vai tomar no seu...

Akaashi te empurrou da cama com os pés antes de você completar a frase, você quase caiu no chão, soltando uma gargalhada, fazendo os outros rirem também.

— Acho que ele gosta de você também. - Bokuto disse.

— Eu não sou de me iludir, então para de falar, corujinha. Se ele não gostar... se foda, ele não é o único. - você deu de ombros.

Os outros três te encararam como se você tivesse dito a maior merda do século. Vocês continuaram o assunto até você dizer chega, mal sabia dos seus sentimentos direito pra falar sobre. Mas era claro que uma parte de você havia ficado feliz com a possibilidade de Kenma também gostar de você.

𝐃𝐎 𝐍𝐎𝐓 𝐅𝐎𝐑𝐆𝐄𝐓, kozume kenmaOnde histórias criam vida. Descubra agora