𝐭𝐞𝐧

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Bogotá, Colômbia, alguns dias depois

Saindo do carro que havia roubado, Adan começou a subir até onde você morava. Com o braço ardendo a dias e sem cuidado algum, tocou a campainha, tentando manter os olhos abertos até você abrir a porta. Quando fez, o encarou de olhos arregalados, vendo o estado deplorável do garoto.

— Adan! – o segurou, caminhando com ele até dentro de casa e o colocando no sofá. – Onde está o Kenma?!

— Precisamos buscar ele. – respondeu fraco. – Eu só tenho que fazer o que ele disse antes aqui.

— Você precisa descansar e... O que aconteceu com seu braço?! – perguntou levemente desesperada, pegando um copo de água pra ele.

O braço dele tinha uma queimadura de terceiro grau, que cobria quase todo o antebraço. Estava horrível pela falta de tratamento, você não conseguia imaginar a dor que o garoto sentia.

— Quem fez isso? Precisamos cuidar disso, puta merda.

— Kenma tem o que precisa na casa dele, eu te digo tudo enquanto você trata essa porra.

— Vou lá pegar, não se mexa! – avisou.

Entrando na casa de Kenma, a qual não estava trancada, você revirou a casa toda, achando debaixo da cama e pegando o soro fisiológico na geladeira. Voltou rapidamente pra casa, começando a tratar a queimadura. Adan não quis ir em um hospital, mesmo você insistindo.

— Quer alguma coisa pra dor? – perguntou quando já tinha feito tudo o que podia, se sentando na mesa de centro, de frente pra ele.

— Não. – disse enfiando a mão no bolso, tirando um baseado de dentro. – Isso é o suficiente.

— Onde ele está, Adan? Kenma se machucou assim?

— Não sei, eu que fiz isso comigo. – você arregalou os olhos. – É pra ser convincente. Vou dizer a todos que Kenma morreu, o que pode ser verdade, eu tive que sair de lá antes... que tudo explodisse. – você o encarava espantada, sentindo seu coração pular uma batida.

— E-explodisse? – perguntou com a voz falha. – Adan...

— É o Kenma. Ele com certeza está bem. – suspirou, desviando o olhar. – Ele teria que ficar aqui por mais um ano, então ele forjou a morte, eu tive que queimar alguma parte do meu corpo pra soar convincente quando eu for explicar as coisas para Miguel e depois que eu fizer isso, precisamos ir busca-lo o mais rápido possível.

Ele continuou falando, dizendo que Kenma havia feito isso pois haviam sido sequestrados por alguns homem no Brasil. Você ouvia cada palavra atentamente, sentindo uma vontade imensa de chorar, não aguentaria perde-lo mais uma vez e não aguentava o fato de Kenma sempre colocar a vida de qualquer pessoa na frente da própria.

— Tem alguma roupa que sirva em mim? Preciso falar com Miguel o quanto antes. – você assentiu, se levantando e indo até o guarda-roupas, pegando alguma roupa velha de Kenma perdida por lá e entregando pro garoto.

— Pode ir tomar banho e você precisa descansar. Não pode fazer nada por enquanto. Onde ele está, Adan? Eu preciso ir atrás dele.

— Ele me disse que iria querer ir sozinha, mas eu não poderia deixar, então iremos amanhã assim que o dia clarear.

— Eu não posso perde-lo de novo. – escondeu o rosto nas mãos, sentindo seu peito doer pela ideia horrorosa.

— Não vai, vamos achar ele. Apenas... Tenha calma.

Rio de Janeiro, Brasil, alguns dias antes

— O que está esperando? Vai! – apressou o garoto, que assentiu, saindo correndo dali.

𝐃𝐎 𝐍𝐎𝐓 𝐅𝐎𝐑𝐆𝐄𝐓, kozume kenmaOnde histórias criam vida. Descubra agora