11.

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Gabi.
Dois dias depois.

Me sinto bem, apesar de tudo estou bem.

Dia da alta hoje, foi cesariana a cirurgia e mesmo prematura a minha filha era linda.

Sei que todos falam que os planos de Deus ninguém entende, mas eu entendo sim. Não era o momento de eu ter mais uma responsabilidade, não era o momento dela vir ao mundo com vida.

Eu tava assinando a alta com a enfermeira quando a médica entra no quarto.

Dr: Já sabe todos os cuidados né? - concordei com a cabeça - É sério, não quero te ver aqui com os ponto inflamados. Então sem pegar peso, evitar comer algumas coisas, e principalmente fazer repouso Gabriela.

Gabi: Parece até a minha mãe me dando bronca antigamente - demos risada. - Já posso ir ne? Tô morrendo de saudade do meu filho.

Dr: Pode. Se cuida viu, boa recuperação pra você. E mais uma vez, meus pêsames pela perda. - deu uma risada de lado, pegou a prancheta e saiu da sala.

Eu como não queria perder tempo e chegar rápido na casa do TH. Peguei minhas coisas e sai dali com pressa. Andando parecendo que eu tava assada, os ponto ardiam demais.

Nem andar eu posso, mas não avisei ninguém que a minha alta seria hoje. Não quero atrapalhar a vida das pessoas, por isso vou me recuperar e ir atrás de um emprego pra conseguir uma casa e sustentar o meu filho com o meu suor.

Não rola ficar na aba dos meus pais. Eu preciso ter uma vida normal de volta.

Fui caminhando devagar subindo aquele morro num sol quente, graças a Deus a rua não estava tão vazia. Me sinto com medo de andar sozinha.

Era uns 15 minutos pra chegar na casa do TH.

Fernanda: E aí mona, sentiu minha falta? - apareceu do meu lado do nada me assustando.

Gabi: Você não - olhei assustada pra ela.

Fernanda: Tá com medo é? - deu risada de lado - Fugiu como quem não quer nada e com a ajuda daquele arrombado né. - falava com ódio na voz.

Gabi: Não faz nada comigo Fernanda por favor, só isso que eu te peço - parei de andar colocando a mão nos pontos sentindo doer. Eu chorava de medo.

Fernanda: Quem tem cu tem medo. Cadê o pato que não atende mais as minhas ligações? - pegou no meu braço apertando.

Ela apertava tão forte pra eu abrir a boca, tava doendo demais.

Gabi: Tá doendo me solta Fernanda, pra que ser ruim desse jeito - as lágrimas não paravam de sair quanto mais ela apertava meu braço. - Eu não sei onde tá o Pato, juro - menti.

GP: Opa, bom dia aí Gabi. Tá tudo bem? - chegou perto me olhando desconfiado e na mesma hora a Fernanda soltou meu braço.

Neguei com a cabeça rapidamente pra ele entender que não estava nada bem.

Gabi: Liga pro meu pai, avisa que ela é a x9 do morro - na hora que ele escutou oque eu falei grudou a mão no cabelo da Fernanda impedindo a mesma de correr.

Fernanda: Se eu morrer, o seu filho também morre. Já fiz pior com você, não duvide da minha capacidade - sussurrou.

GP: Tá ameaçando ela sua vagabunda - lascou o tapa na cara dela. - Família minha ninguém mexe não. - pegou o rádio com a mão que estava vazia - Eae Coringa encosta aqui no beco 12, papo de x9 ameaçando a Gabi.

Essa hora todo mundo do morro já tava olhando.

Anos Luz.Onde histórias criam vida. Descubra agora