08.

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Coringa.

Vacilei feião. Tô ciente dos meus erros e assumo todos, sou homem pra bater no peito e pedir desculpas quando tô errado.

Carol: Oque foi aquilo cara? - me olhou indignada ao sentar na cama.

Coringa: Sei lá oque deu na minha cabeça, fiquei nervoso na hora tá ligado? - cocei a cabeça.

Carol: Tanto tempo da minha filha longe e quando ela consegue voltar pra casa tu dá uma dessas Murilo? Porra meu, você é muito prepotente e não é assim que se resolve as coisas - já levantei nervoso pegando um cigarro e indo pra varanda ignorando ela - Não adianta me deixar na voz, eu sou tua mulher e tudo oque eu achar que é errado vou tentar te corrigir sim pô.

Coringa: Eu já percebi que errei, vai jogar na minha cara mais quantas vezes? - soprei a fumaça olhando pra ela.

Carol: Tá de deboche pra cima de mim é? Ce jura? - cruzou os braços rindo ironicamente - Vou jogar na tua cara até você pedir desculpas pra Gabi. Minha filha não vai se afastar da gente só porque você foi um cuzao.

Coringa: Beleza, vai dormir. - falei pra encerrar o assunto.

Carol: Tu vem junto. - deitou me encarando - Vai Murilo vem deitar. - falou com autoridade

Neguei com a cabeça rindo e apaguei o cigarro. Sou muito cadelinho da minha mulher sim.

Aqui em casa a gente é assim mesmo, surta toda hora, briga quando tem que brigar mas depois de cinco minutos tamo se amando denovo.

Prazer, bandido bobo apaixonado na família.

⏰⏰⏰

TH: Ela tá dormindo - abriu a porta quase me matando pelos olhos - E eu também tava, arrombado.

Coringa: Tu não trabalha não ladrão? - perguntei debochado entrando na casa dele.

TH: Me dei folga, mó paz - olhou pra mim rindo.

Escutei um barulho e olhei pra escada.

Era o pivete da Gabi, grandão pra idade dele pô.

Coringa: Bom dia menô - toquei na sua mão fazendo ele rir.

TH: Tua mãe já acordou Felipe? - perguntou pro pivete.

Felipe: Sim - concordou chupando dedo.

Fiquei conversando com o TH até a Gabi descer.

Gabi: Bom dia - falou com desprezo passando a mão na barriga.

Coringa: E aí, a gente pode trocar uma ideia? - perguntei sem graça vendo ela concordar com a cabeça e ir pra cozinha.

Gabi: Vou fazendo um mama pro Felipe, pode ir falando tá, estou escutando - parecia estar mais tranquila.

Coringa: Queria te pedir desculpas por ter desacreditado de você. Eu não fui criado pra duvidar da palavra de uma mulher ainda mais sendo minha filha. Eu erro bastante todos os dias, mas toda vez eu aprendo com meus erros pra não cometer eles novamente. - encarei ela.

Gabi: Entendo que foi difícil pra você me ver com dois filhos alegando que foi sequestrada. Entendo mesmo, mas pq não conversou comigo sozinha pra eu te esclarecer as coisas? Pai eu jamais mentiria num nível desse, você me conhece desde que nasci, tu sabe a minha índole. - largou as coisas e me olhou - Tá desculpado, só não faz mais isso comigo - começou a chorar.

Puxei ela pros meus braços e apertei bem forte num abraço.

Coringa: Eu sou bandido mas tenho sentimentos tá, num chora na minha frente não - acariciei a sua cabeça.

Anos Luz.Onde histórias criam vida. Descubra agora