17.

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Carol.

Duas horas seguidas de invasão.

Não tenho nem se quer notícias do meu marido! A raiva que eu tenho de mim por viver isso é tão grande.

Eu não me arrependo de absolutamente nada, casaria com o Murilo outras mil vezes se fosse preciso, mas é foda quando as pessoas que amamos é desse meio errado.

Nunca sabemos quando eles voltam pra casa com vida ou dentro de um caixão.

Tentei me acalmar e passar confiança para as minhas filhas, andei pelo corredor de casa abrindo a porta do meu quarto vendo a Gabi falando com o Felipe.

Gabi: Tu precisa ficar tranquilo cara - tocou no rosto dele - Você confia na mamãe?

Felipe: Sim - concordou.

Gabi: Então se acalma e respira fundo. - me olhou - Filho essa é a vida que vivemos, o medo vai te consumir por muitas vezes mas eu tô aqui pra te proteger. Você tem que se acostumar com os barulhos de tiros, vai ser comum no dia a dia.

Falava tudo com muita calma e paciência tentando explicar cada detalhe pro mesmo que assentia e chupava a chupeta quietinho.

Carol: Vamos tomar um banho minha riqueza? - me joguei deitando do lado dele que sorriu e gritou um sim.

Gabi: Pelo menos eu não fiz um filho porco, esse gosta de banho - gargalhei.

Gio: Tá rolando notícias que o pai tá ferido - entrou no quarto eufórica olhando o celular.

Carol: Já conversamos sobre isso né? - dei um encarada boa nela - O povo fala mas não sabe de nada, até porque não estão no meio da trocação de tiros e quem está lá nem tempo de pegar no celular pra fazer fofoca tem. - respirei fundo - Então me deixa com a saúde mental boa em. - sai do quarto indo pegar uma toalha pro Felipe.

Eu odiava uma falsa fofoca, por isso não acredito em nada que tenha nas redes sociais.

Peguei a toalha e voltei pro quarto.

Gio: Esse barulho tá insuportável já - disse sentando na cama. - Invasão que não acaba logo meu pai amado.

Escutamos um barulho lá em baixo como se tivessem arrombado a porta, eu jurava que era meu marido. Desceu eu e a Giovanna correndo e nos deparamos com três homens apontando a arma pra gente.

X: Cala a boca as duas e se ajoelha aqui na frente com a mão na cabeça - disse com a arma apontada ainda. Olhei pra Giovanna que não demonstrava medo algum.

Carol: Chegou aqui como? - perguntei me ajoelhando.

X: Acho que tu não tá no direito de perguntar nada viu - deu risada- Tem mais alguém em casa? - perguntou olhando tudo ao redor.

Gio: Não, só nós duas. - disse com raiva na voz.

X: Não sei se espero o Coringa chegar pra ver vocês duas morrendo, tô em dúvida - falou pensando enquanto os outros dois homens continuavam quietos.

O meu medo era baseado na Gabi e no Felipe.

Anos Luz.Onde histórias criam vida. Descubra agora