32.

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Gabi.

Pagode tava maneiro, praça lotada de gente e o Felipe no meu colo querendo chamego.  Bichinho é pesado demais e não quer ir pro chão não, a dor no braço já tava vindo.

Coringa: Qual é moleque, eu dou meu celular pra você assistir desenho se sair do colo da tua mãe, dá um ar pra ela rapaz - deu um tapa de leve na cabeça dele. 

Gabi: Orra, se for possível e fazer esses esforço pra mãe eu vou amar Felipe - falei com deboche.

Felipe: Só se colocar Princesinha Sofia - falou todo fofo e fez eu me apaixonar mais ainda nele.

Coringa: Que mané princesinha Sofia - repreendeu o Felipe. - Tem que assistir coisa de homem. - entregou o celular na mão dele.

Gabi: Desenho não tem sexualidade, ele é só uma criança que gosta do conteúdo do tal desenho - cruzei os braços encarando meu pai.

Coringa: To zoando fedida - me abraçou cheirando meu pescoço. - Cadê o TH que eu não vi ele ainda - perguntou pra mim.

Gabi: E eu vou saber - mexi o ombro - Não encontrei ele em casa também quando eu saí. - peguei uma cerveja.

Carol: Umas pessoas fedidas nesse samba que só por Deus cara - chegou do meu lado fazendo cara de nojo e eu ri. - Ué gente cadê a Giovanna?

Coringa: Não conhece a filha que tem não? - olhou pra ela com deboche - Deve tá pegando alguém por aí.

Carol: E você - me olhou - Já pegou alguém desde que voltou? - perguntou pra mim oque fez eu engasgar com a cerveja.

Coringa: Engasgou porque? - me encarou sério.

Gabi: Gente que - não sabia oque falar - Quantas perguntas são essas e vocês sabem que não fiquei com ninguém, eu nem penso nisso.  - Deus me perdoa por mentir.

Carol: Sei. - me olhou de relance.

TH: Boa pa nois - chegou cumprimentando o meu pai e eu fiquei do jeito que estava, paralisando olhando pra frente. - E aí Gabi - disfarçou e me deu um beijo no canto da boca.

Meu pai do céu oque é isso e oque ele tá fazendo.

Gabi: Tu tá loco? - perguntei sussurrando só pra ele.

TH: Tem ninguém olhando não maluca - negou rindo.

Gabi: Idai cara, aquilo que aconteceu no baile foi um erro. Pelo amor de Deus Thiago - falei desesperada.

Ele só concordou com a cabeça e na hora a sua expressão mudou pra sério.

O beijo foi bom, eu gostei. Mas não posso me envolver com ele como se ele não tivesse visto eu crescer praticamente.

O problema maior é que por agora eu não quero me envolver com ninguém, eu não quero me apaixonar, não quero me permitir viver esse momento. Não por agora!

Eu entendo que uma hora pode aparecer um cara na minha vida e tudo mudar. Mas não por agora, voltei pra minha vida a pouco tempo e se eu fiquei sequestrada por anos foi justamente por causa de homem. O cara que eu namorava e me envolvi que planejou o meu sequestro.

E sinceramente? Eu só quero aproveitar as fases do meu filho e dar todo amor do mundo só pra ele. Uma mulher não precisa de homem pra ser alguém na vida ou ter algo, eu posso viver sozinha até quando eu quiser, e tá tudo certo!

Parei de pensar e olhei pra frente vendo o grupo de samba dar uma pausa e logo em seguida no intervalo começar a tocar um funk.

Thomás: E aí gata - chegou do meu lado me assustando fazendo eu encarar ele e logo em seguida dar um abraço. - Carai quanto tempo. - retribuiu meu abraço.

Gabi: Tava por onde que sumiu daqui - me soltei do abraço vendo o th encarar a cena.

Thomás: Tava fazendo missão pro seu pai lá pros lado de São Paulo - concordei e ele foi falar com o Felipe e o resto do pessoal.

Gio: Epa voltei - já chegou dançando funk até o chão e eu ri.

Fiquei olhando pra frente até eu enxergar um homem que não era estranho pra mim. Forcei os olhos e fiquei encarando disfarçadamente pra lembrar da onde eu conhecia.

Gabi: Pai vem aqui - chamei de cantinho - Tá vendo aquele homem ali - apontei com a cabeça sem ninguém perceber. - Ele não me é estranho.

Coringa: Tá achando que é um infiltrado? - perguntou já pegando o tadinho da cintura.

Chamei o Thomás que veio na mesma hora.

Gabi: Olha ali, não era um dos seguranças da casa que eu tava sequestrada? - ele olhou pra onde eu apontei com a cabeça.

Thomás: Lógico que é, Bruninho o vulgo dele - falou pro meu pai.

O cara olhava pros lados averiguando tudo, nem percebeu que estávamos falando dele.

Coringa: Jaé - concordou e saiu de perto falando no radinho.

Voltei pra onde eu tava e o pagodinho voltou fazendo todo mundo dançar.

Vi meu pai se aproximar do tal de Bruninho junto com o fininho e o Fabinho filho do TH.

Grudou o cara pelo pescoço e falou alguma coisa no ouvido dele que concordou e saiu dali com o meu pai e os meninos.

Gio: Oxi o pai tava brigando é? - veio do meu lado junto com a mãe.

Gabi: Infiltrado - neguei com a cabeça.

Carol: Oxi eu quero ver a tortura do cara - falou rindo - Fui - se despediu subindo pra onde meu pai foi.

Começaram a cantar uma música que eu amo, já me animei.

TH: Eu me apaixonei pela pessoa errada, ninguém sabe o quanto eu estou sofrendo - cantou baixo do meu lado e me encarou de cantinho querendo me provocar.

Senti a indireta e disfarcei fingindo que nem ouvi. Já pensou eu tendo um romance com meu padrinho? Cada murro na cara que meu pai vai me dar, não tá escrito.

Anos Luz.Onde histórias criam vida. Descubra agora