04.

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Coringa.

Cada dia que passa eu me afundo mais nas drogas.

Eu já nem tenho mais idade pra isso, e a quer momento eu vou morrer.

Carol: Amor para com isso - me puxou pro banho gelado - Eu não aguento mais vê você chegar drogado em casa todos os dias - ligou o chuveiro.

Coringa: Por que não achamos ela ainda Carol? - perguntei chorando.

Carol: É difícil até hoje, eu sei - abaixou a cabeça e vi uma lágrima descer - Mas Gabi nunca nessa vida gostaria de te vê nesse estado.  - passou o sabonete em mim.

Coringa: Eu não sei nem se ela tá viva ainda - neguei com a cabeça - Não recebemos nem o corpo pra enterrar ela com dignidade.

Carol: Minha filha não morreu Coringa, para com isso. - falou por fim e magoada.

Terminei o banho e fui deitar na cama sem roupa mesmo.

Eu tava tão drogado que nem vi a hora que eu caí no sono.

Acordei depois de 5 horas dormindo, com uma gritaria alta lá embaixo.

Peguei minha arma e desci correndo

Coringa: Que porra tá acontecendo aqui? - gritei chamando atenção de todo mundo.

Gio: Esse loco veio aqui bêbado gritando pela Gabi, falou que só saia daqui quando a gente tirasse ela do esconderijo - falou chorando. Quando se tratava da irmã, ela era muito sentimental.

Coringa: Lucas namoral - respirei fundo - Eu realmente não to afim de te matar hoje - me controlei.

Pato: Trás ela de volta pra mim, eu quero minha mulher - caiu de joelhos no chão chorando com garrafa de vodka na mão.

TH: Pra você trair ela como sempre fez né - entrou dentro da minha casa sendo irônico.

Carol: Sai da minha casa Lucas - apontou pra porta e ele não se moveu. Continuei encostado na parede - AGORA - gritou.

Ele se levantou e saiu fora.

Gio: Até quando isso mãe? - chorou no colo da Carol - Desde que ela se foi a minha vida não foi mais a mesma.

Coringa: As nossas vidas não foram mais a mesma filha. - dei as costas e subi as escadas.

Eu procurei ela por todos os lugares, não tinha um sinal possível que me levasse até a Gabi.

Só quem é pai vai entender a minha dor, tiraram uma parte de mim.

Um buraco negro dentro do meu coração, um grande buraco onde só ela cabia.

Todas as noites entro no quarto dela, deito na cama, e choro.

Apenas choro pedindo pra Deus trazer minha filha.

Eu sou um traficante de alta qualidade do rio de janeiro.

Fiz o possível e o impossível, fui atrás de vários contatos meus, pessoas de outras quebradas e até mesmo de outras cidades que nunca viram ela por lá.

Minha mulher nunca mais foi a mesma, anda triste por todos os cantos da casa, não sai mais pra rua, não distrai a mente, se tranca no quarto todos os dias, não dorme, a insônia dela é forte.

E me mata vê minha família se perdendo aos poucos.

Escutei batidas na porta e limpei minhas lágrimas imediatamente.

Coringa: Entra - funguei.

TH: Licença ae irmão - entrou e fechou a porta. - Como cê tá?

Coringa: Perdido - falei na sinceridade.

TH: Eu não desisti até hoje, ela tá viva e eu sinto isso dentro de mim - respirou fundo.

Coringa: Eu quero acreditar nisso também, mas porra Thiago sera que até hoje ela não conseguiu dar um jeito de ligar pa nois? - neguei com a cabeça - Eu não mudo meu número de telefone já faz três anos com esperança.

TH: Que isso pô. Nois é bandido e tem que ter fé sempre - beteu nas minhas costas.

Anos Luz.Onde histórias criam vida. Descubra agora