Sem lei.

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- ...eu sei que não estou lidando com a situação da melhor forma porém como saber o que fazer? Como saber o que é o certo?! - Murmurei para Bianca, minha psicóloga ômega que me atendia em uma sessão de emergência.

- Não á como saber, tentativa e erro é a única opção que temos, ainda que sobre a supervisão da deusa estaremos fadados a errar, porém olhe com atenção para seus erros, colha todas as experiências que puder, use todas como munição para suas próximas decisões... - Argumentou Bianca novamente me trazendo para a realidade da minha situação. - Seu histórico de lutas é impressionante, desde sempre você vem superando adversidades confiando em seu próprio julgamento então não há motivos para começar agora, confie em você e na divindade da deusa que abriga em si. - Finalizou com um sorriso cálido me inundando em pensamentos.

Sendo sincero me sentia mais leve conversando com ela, era possível expandir meus horizontes enquanto me ajudava a dominar meus sentimentos e me livrar de cargas desnecessárias, havia mais sobre mim que precisava descobrir além de deixar de ignorar de uma vez por todas a força que eu tinha, é claro que eu sabia sobre ela mas as vezes duvidava do quão poderosa era, uma força capaz de não me deixar sucumbir... Lunar!
Minha sessão acabou antes da conversa do Matheus com meus alfas, provavelmente iriam gastar um bom tempo por isso me mantive imerso em minhas reflexões e permaneceria assim até que terminassem se não fosse o meu celular estridente que se desatou a tocar.

- Senhor, sinto muito por incomodá-lo mas precisa vir imediatamente até o escritório! - Disparou Carla do outro lado com muita seriedade, eu iria pergunta-la do motivo porém sua respiração agitada do outro lado me fez perceber que não havia tempo a perder com essa pergunta.

- Estou a caminho, até daqui a pouco. - Respondi já me colocando de pé.

- Até, senhor.

Assim que desliguei o aparelho os alfas finalmente saíram da sala do Matheus, se aproximaram com cautela enquanto tentavam disfarçar seus olhos inchados, era possível a qualquer um sentir a energia triste que os cercavam e mesmo assim optei por liberar novamente nossa ligação, só assim seria mais fácil lidar com todos os problemas de uma vez, nossas emoções eram basicamente as mesmas e percebendo minha rendição a situação, sem dizerem uma única palavra vieram até mim e me abraçaram com saudade, era estranho de se assumir mas eu não recusei.

- Olha, nos gostaríamos de dizer que... - Iniciaram em uníssono o diálogo.

- Não aqui, esse não é o momento. - Interrompi, me desprendendo do abraço e caminhando em direção a saída. - Venham comigo? Preciso ir ao escritório antes de ir pra casa.

Em silêncio caminhamos em direção a saída, entrei no meu carro sozinho enquanto eles me seguiam em seus carros e a todo momento sentia que me procuravam através da nossa ligação, preocupados.

- Lunar, como está nossa situação? -Questionei sobre nós e os filhotes enquanto acelerava o veículo, podando o máximo de carros possíveis.

- Vamos ficar bem, restabelecendo a ligação começamos a repor as energias gradativamente... - Respondeu com a voz ainda cansada.

- Desculpa? Mais uma vez ignorei nossa parceria agindo sozinho e graças a isso coloquei nós todos em perigo...

- ... - Ela pareceu pensar sobre porém nada disse.

Assim que chegamos no prédio subimos todos em silêncio no velho elevador onde tudo começou porém não havia clima para nostalgia pois os três se mantiveram tensos e cautelosos, mais a frente encontramos Carla em minha sala com uma expressão preocupada que me preocupou.

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