Minha Kriptonita.

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Assim que recobrei a minha consciência me vi completamente nu, com muitos resquícios  sexuais espalhados pelo meu corpo e em alguns lugares pelo piso, ao redor de mim três alfas igualmente nus dormiam profundamente aparentemente exaustos e cheirando a sexo. Mais uma vez como sempre fiz na presença deles, me encolhi tentando juntar o que sobrava de dignidade em mim colocando minha calça e a camisa, mal vestido, juntando meu terno e sapatos entre as varias peças espalhadas enquanto tentava segurar ao máximo os soluços que insistiam em vir em uma forma desesperada de colocar para fora toda frustração e arrependimento que a situação me provocava, porém falhei miseravelmente nessa tarefa e em segundos me vi ajoelhado com a cabeça entre as pernas chorando compulsivamente e para  aumentar meu desespero o choro serviu de alerta para os alfas que não tardaram a despertar.

-Caralho, ainda estamos presos aqui?  -Murmurou Rafael com tédio aparente mas logo soltando uma risadinha. -Não costumo dividir minhas putas mas essa parece ter sido uma foda muito louca, ótima pra reacender a amizade, vamos repetir no futuro galera. -Acrescentou com seu jeito safado de antigamente.

-Não acredito no que fiz! -Exclamou Gustavo com um fio de voz arrependida. -Isso não pode estar acontecendo...

-Caara... não sabia que um cio de ômega poderia antecipar nossos huts... -Comentou Pedro meio receoso. -Você está bem ômega? - Sussurrou colocando a mão no meu ombro e me fazendo afastar imediatamente por repulsa, assim revelando o meu rosto.

  Rafael parecia surpreso e ao mesmo tempo  mantinha um sorriso depravado, Gustavo estava totalmente assustado além de transparecer muito arrependimento e por último Pedro sustentavam olhar de  incredulidade e ouso dizer que um pouco de felicidade.

-Ômega...zinho? - Questionou os três sussurrando em uníssono.

-Não cheguem perto de mim! -Gritei com o máximo de firmeza possível. -Vistam-se agora!

Ainda em silêncio os três obedeceram ainda que vez ou outra me olhassem de soslaio.

-Confesso que sempre quis saber como era seu gosto "Ômegazinho"... -Comentou Rafael com uma voz melosa chamando minha atenção enquanto abotoava sua calça.  -E agora posso dizer que me surpreendeu, estou fascinado, seu cheiro é maravilhoso, seu gosto então...nem se fala! -Galanteou. 

Após sua declaração ele passou a língua em seus lábios em um gesto sugestivo, finalizando em um meio sorriso que me causou repulsa instantânea.

-Não acredito que trai minha noiva... -Murmurou para si, Gustavo que parecia estar em choque e agora desviava o olhar após perceber o que havia dito.

-Por essa eu jamais esperava... -comentou o Pedro aparentemente nervoso passando a mão na cabeça de maneira eufórica. -Olha Benj...

-Merda! Merda! Merda! -Interrompeu Gustavo já se ajoelhando com as mãos na cabeça visivelmente descontrolado com a situação. -Meu casamento está marcado para daqui há três meses e eu...

-Calma Gustavo... -Ponderou Rafael com tranquilidade. -Encare essa transa selvagem e deliciosa como uma despedida de solteiro entre amigos e além do mais a delicia aí ativou nosso hut com o cio dele, não dava pra resistir, estávamos todos trancados nesse elevador... - Argumentou fingindo possuir sensatez. -Vai, se controla, tenho certeza que seu lobo gostou tanto quanto o meu... -Finalizou com seu velho sorriso sacana expondo quem era de verdade.

-Infelizmente não vai ser tão simples assim Rafael... -Rebateu Pedro me encarando com um olhar triste. -Olhem o pescoço dele e sintam o lobo de vocês... -Murmurou agora se apoiando na lateral do elevador de cabeça baixa, passando a mão no rosto de maneira nervosa. -Não era pra ser assim...Não era... -Murmurou com uma voz pesarosa me provocando uma grande confusão.

Ainda calado, fitando suas reações de espanto, fui alvo de olhares que transpareciam arrependimento ao mesmo tempo que os três levaram as mãos até suas presas como se quisessem confirmar que estavam ali (e estavam), acho que foi a primeira vez que as percebemos apesar de estarem tão aparentes. Temeroso pelo significado de suas ações, resolvi me virar para o espelho, lentamente como se pudesse adiar o que estava por vir mas era inevitável pois a essa altura já sentia as dores recentes... Assim que encarei meu reflexo pude ver duas mordidas fortes de cada lado do meu pescoço e outa no centro igualmente profunda as demais...

De repente meu mundo desabou! A realidade pareceu se quebrar.

-Vocês me marcaram... -Murmurei entre lagrimas enquanto tentava limpar as marcas como se fossem uma sujeira difícil de retirar.

Os minutos que se seguiram foram de completo silêncio a não ser por meu choro descontrolado, mais uma vez diante uma situação difícil clamei a Deusa Luna por salvação e novamente ela veio, o elevador subitamente voltou a subir e me vi ansioso pelas portas que estavam atrás deles enquanto me olhavam atentamente em silencio, cada um com uma expressão diferente como se soubessem das minhas intensões porém não havia forças para me impedirem. Assim que o elevador parou na cobertura as portas finalmente se abriram e eu passei pelos três com toda velocidade que me foi permitido ter naquele momento, desatei a correr deixando para trás inclusive os dois funcionários que aparentemente trabalhavam por nosso resgate, parti em busca de refugio. Quando adentrei a minha sala me tranquei e corri para o wc que mantinha em minha sala retirando as poucas peças que me cobriam com pressa e por fim me joguei em baixo da ducha extremamente quente na esperança de que a água lavasse tudo de ruim que havia acontecido e que eu voltasse a ser como era antes dessa tragédia. Não sei por quanto tempo me lavei, mas quando finalmente desliguei o registro pude observar que o banheiro parecia uma sauna, o vidro do box havia ficado embaçado diferente das minhas lágrimas que haviam se secado já que chorei por todos aqueles terríveis anos novamente. Infelizmente fiquei preso a ilusão de que depois de crescido finalmente estava livre dos três e do inferno constante que transformavam minha vida, porém me vi sem saída e o único caminho que me pareceu possível foi de esquecer, fingir que nunca aconteceu, eu havia crescido e mudado, estava forte e era ate temido por muitos alfas então não permitiria nunca mais que fossem minha kriptonita... e dai que tinham me marcado? Estava feliz sem eles e continuaria assim. 

Quando sai da minha sala já era madrugada e o prédio para meu deleite esteva praticamente vazio, desci rapidamente para o estacionamento e sai em disparada para casa. Já em meu quarto mandei uma mensagem para minha secretária pedindo que desmarcasse todos os meus compromissos pelo resto da semana e avisando que não retornaria ao escritório por estes dias, tomei três doses do meu remédio pra dormir e me chateei por esse numero me prosseguir, então pra mudar resolvi tomar quatro, logo, satisfeito apaguei.

E ai? Como estão? 

Estão gostando da historia?

Beijos pra vocês, nos vemos no próximo capitulo!

<3

Ômega TriOnde histórias criam vida. Descubra agora