Sobreviventes do Apocalipse - Livro 1 da Duologia Últimos Dias na Terra

Capítulo 13

Inclino o corpo para frente já com a intenção de ir atrás dele, mas Denis me segura pelo braço.

– Não, ele precisa ficar sozinho um tempo, está muito nervoso.

– Mas e se ele for embora? E se...

– Você sabe melhor do que ninguém que ele não faria isso, não deixaria a família para trás.

Denis está certo, então me encosto na parede e suspiro, é difícil acreditar em tudo isso, mesmo com todas as provas diante de nossos narizes. Mas não faz diferença. O fato é que esses zumbis já estão soltos e com certeza devem estar aumentando de número a cada dia que passa. Depois de alguns minutos, começam a retomar a conversa, porém ainda no mesmo assunto:

– Não deve ter nem uma semana que essa praga começou, mas imagine, se um zumbi consegue morder duas pessoas... Essas duas pessoas se transformam e mordem outras duas. Em pouco tempo eles se tornam muitos. – Diz Misty, alternando o olhar entre Adrian e eu.

– Ela tem razão – concorda Adrian. – Imaginem quantas cidades já não devem ter sido assoladas? Tudo culpa de quem? Dos próprios seres humanos.

Balanço a cabeça negativamente.

– Mudando completamente o assunto – fala Misty, se ajeitando no sofá. – Anna é mulher do Denis?

– É sim, e a Tina, essa princesinha aqui ao meu lado – diz Adrian, brincando com a menininha e fazendo-a rir. – É irmã dele, eu sou primo, e Geórgia nossa avó, caso essas forem suas próximas perguntas.

– Entendi, gato. – Responde Misty, piscando um dos olhos. Já deu para perceber que ela está encantada pelo Adrian e Julia... Também. Ela parece se derreter com tudo que esse cara diz. E ele? Bem, ele parece estar encantado pelas duas.

Ficamos quietos por um tempo, até que Adrian pede para a Tina ir até o quarto de Geórgia ver se ela precisa de alguma coisa. Ela obedece e vai toda saltitante pelo corredor em direção ao quarto.

Alguns segundos depois, olho de relance para o corredor e vejo uma Tina desesperada saindo pela porta do quarto. Ela se atrapalha e cai tropeçando nas próprias pernas. O barulho faz todos voltarem o olhar para ela. E antes que qualquer um de nós possa fazer alguma coisa, vemos uma zumbi, – que há poucas horas atrás era Geórgia – abocanhando o braço da garotinha.