Preciso continuar atento a qualquer movimentação estranha, mas nada acontece, parece não haver nada por aqui além de nós. Olho para Misty, que está sentada embaixo de uma árvore a poucos metros do carro, ela parece imersa em pensamentos enquanto olha para uma pulseira em seu braço. Não havia reparado naquele objeto antes.
– Ei, pode me trazer um pouco de água?
– Claro Misty. – Respondo, enquanto pego uma garrafa na caçamba da S10.
Levo a água e ao entregar para ela, quase não acredito no que aquela garota faz. Ela abre a garrafa e joga todo o líquido em mim, encharcando toda a minha camisa.
– Por que você fez isso?!
Ela não para de rir. Qual o problema dela?
– Você está com a maior cara de sono, quem sabe assim desperta um pouco. E também, seu cheiro está dando para sentir a quilômetros de distância.
– Você é louca? Não acredito no que você fez, desperdiçou nossa água!
– Ih, parece que alguém não gostou do banho. – A voz dela é pura ironia.
– Não acredito nisso!
Tomo a garrafa da mão dela e começo a voltar para o carro. No entanto sinto a mão dela pegar no meu ombro, me viro com a intenção de discutir, mas ela é quem fala primeiro.
– Eu só estava brincando, precisava rir um pouco. Sabe como é, me distrair.
– Você podia se distrair de outras maneiras, não fazendo uma coisa idiota dessas.
Continuo andando e volto para perto do carro. Uns 15 minutos depois, ela vem falar comigo.
– Ainda está com raiva?
Não respondo.
– Desculpe, era para ser divertido...
– Mas não foi Misty! – elevo minha voz ao dizer isso, porém é o suficiente para meu pai sair da casa.
– Algum problema por aqui?
– Não pai, está tudo sob controle.
– Ótimo, então entrem no carro, que já iremos partir.
* * *
Estamos começando a descer a estrada, Vamos devagar, pois ela tem centenas de curvas sinuosas.
Depois de terminarmos a descida, percebo que um dos motivos de fecharem essa pista foi à periculosidade dela, mesmo sem pressa de descer e sem nenhum outro automóvel para nos atrapalhar, fizemos curvas de alto risco. Mas o nosso problema não está nas curvas, mas sim no que vamos enfrentar durante a viagem.
Meu pai pega uma estrada alternativa para não passarmos pela avenida principal, onde está um caos completo.
Depois de alguns minutos, conseguimos encontrar a avenida que nos conduzirá para o sul. E estamos com muita sorte, pois não encontramos nenhum perigo iminente.
* * *
Estamos há quatro horas na estrada. As pistas estão completamente vazias, não encontramos nenhum sinal de vida – ou de morte – até o momento. Meu pai acelera o carro em uma velocidade surpreendente. As placas indicam uma cidade chamada Campina Grande do Sul. Estamos há alguns quilômetros de Curitiba. Se for seguro, faremos uma parada lá para procurar suprimentos. Enquanto estamos a caminho dessa cidade, minha mãe procura estabelecer algum diálogo com Misty. Gosto dessa ideia, afinal, mamãe não vem falado muito desde nosso último encontro com os zumbis.
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Sobreviventes do Apocalipse - Livro 1 da Duologia Últimos Dias na Terra
TerrorThomas é um garoto de quatorze anos, que adora filmes de terror. Após mais uma noite cheia de pesadelos, ele acorda e vê um noticiário na televisão: repórteres entrevistam um cientista em frente a um centro de pesquisas no Rio de Janeiro que explod...