Não consigo pensar em mais nada, se sairmos, eles vão nos matar, são dezenas deles. E agora?
Olho para meu pai e vejo que ele também não sabe o que fazer. Ao olhar para trás, percebo que os zumbis que estão do outro lado da janela começaram a se levantar de onde estavam fazendo sua refeição. Papai olha para mim.
– Precisamos dar um jeito de sair daqui, agora! – sussurra ele.
Balanço a cabeça em sinal positivo, mas no momento que vamos em direção à porta, ouço alguns tiros. Abro a porta e vejo alguns zumbis caindo, mais à frente consigo ver três pessoas, dois homens e uma mulher. Um deles é negro e alto, está vestido com camiseta de time de futebol, e com short branco de tecido tactel; está com uma submetralhadora Colt Thompson M1. Ele detona os zumbis facilmente e por sua expressão, está se divertindo muito ao fazer isso.
O outro é um rapaz de vinte anos no máximo, é moreno e muito forte, está de calça cáqui e sem camisa. Seus braços são grandes e bem definidos; ele segura uma foice, e com uma velocidade incomum ele vai arrancando as cabeças dos mortos que chegam mais perto deles. A mulher, morena de cabelos encaracolados pretos, que usa um short jeans e uma blusinha branca, segura uma Pistola Colt. 45, ao nos ver aponta a arma para nós, e ao fazer isso meu pai levanta a nossa em direção a ela.
– ABAIXEM! – ela grita. Ao escutar isso nos abaixamos rapidamente, milésimos após nos abaixarmos, ela atira.
Viro-me e vejo um zumbi caindo, em seguida mais dois que estavam saindo de dentro do mercado.
– O que estão esperando?! – grita o rapaz mais novo. – Corram!
Corremos até eles, tento atirar em um zumbi que está mais a nossa frente, mas erro o tiro que passa alguns centímetros de sua cabeça. Meu pai em mais um belo desempenho acerta não somente o que errei, mas também outros que estavam em nosso caminho.
– O que vocês estão fazendo aqui? – agora quem pergunta é o homem mais alto. – Vocês querem morrer?
– Estávamos procurando mantimentos. – Meu pai me olha e percebo que ele reprovou minha resposta.
– E vocês, o que fazem nesse local infestado? – meu pai pergunta, mas não para de atirar em zumbis que estão aparecendo.
– Estávamos procurando remédios e kits de primeiros socorros – a mulher responde. – Tudo que possa nos ajudar... – Ela para e recarrega sua arma.
Ninguém está realmente preocupado com os motivos por estarem neste local, mas sim em sair. Posso ver que ainda tem zumbis indo em direção de nosso carro; mas a grande maioria está tentando chegar perto de nós, mesmo sabendo que vão morrer. Eles não têm medo de morrer? Caçoo de meu próprio pensamento. Como terão medo, se já estão mortos? Meu pai olha incessantemente para onde nosso carro está.
– Temos que sair daqui, vamos Thomas. – Chama meu pai.
– Precisam de ajuda? – pergunta a mulher.
– Não, muito obrigado. – Responde meu pai.
Começamos a correr. Viramos a rua para ir até a estrada que está a mais ou menos duas quadras dali, porém, somos obrigados a parar. Mais mortos aparecem, todos saindo de dentro de um prédio com uma placa que diz Hospital Municipal de Campina Grande do Sul. É provável que as pessoas infectadas que foram enviadas para lá se transformaram também; meu pai dá alguns tiros e voltamos de onde viemos.
As três pessoas ao nos verem correndo, e também os mortos que estão atrás de nós, começam a correr também.
– VENHAM! – berra o grandalhão.
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Sobreviventes do Apocalipse - Livro 1 da Duologia Últimos Dias na Terra
TerrorThomas é um garoto de quatorze anos, que adora filmes de terror. Após mais uma noite cheia de pesadelos, ele acorda e vê um noticiário na televisão: repórteres entrevistam um cientista em frente a um centro de pesquisas no Rio de Janeiro que explod...