PRÓLOGO

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PRÓLOGO

Estou apavorado, cansado e sem nenhuma bala no pente; tem cerca de dez canibais atrás de mim, quanto mais fujo e me canso, aparece outro.

Não consigo mais correr, meus batimentos estão muito acelerados, tanto que sinto a camisa – grudada em meu peito suado – pulsando junto com o meu coração. Não aguento mais correr, desisto! Estou pronto para desistir, mas vejo uma luz no fim do caminho: um Celta, com a porta traseira aberta, alguns metros à minha frente. Uso tudo que me resta de fôlego para chegar até ele, entrar e fechar a porta; porém ao batê-la, o vidro que já estava danificado, se quebra de vez. Estilhaços atingem meu rosto, um deles acerta o meu olho esquerdo, me deixando momentaneamente cego de dor. Penso em escapar pela outra porta, mas é tarde, eles me alcançaram e cercaram o veículo. Sinto uma mão gelada, gosmenta e quase toda decomposta agarrar meu braço. É meu fim. Sinto a criatura me puxar para fora com uma força descomunal, não consigo reagir ao seu ataque. Olho de relance para o rosto dele – ou para o que um dia foi um rosto – com meu olho bom e vejo seus dentes pretos, com alguns resíduos de carne recém-mastigada entre eles, vindo em direção ao meu pescoço, minha única opção é gritar.

Sobreviventes do Apocalipse - Livro 1 da Duologia Últimos Dias na TerraOnde histórias criam vida. Descubra agora