Chapter 6 - 3º ano

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O primeiro ano, assim como o segundo, foi tranquilo. Nos dois anos eu apenas estudei muito e consegui passar com facilidade, assim como Tom. Éramos considerados os dois melhores alunos de Hogwarts, por todos os professores e até alunos.

No primeiro ano, eu me afastei de Abraxas sem nem explicar o motivo, eu não consegui explicar que estava fazendo isso por Tom, e nem sabia se aquilo era certo. Tom se tornou muito ciumento nos últimos anos, ele brigava comigo toda vez que eu me aproximava de algum garoto para fazer amizade ou conversar. Tom sempre dava um jeito de aparecer em todos os momentos que eu estava prestes a conversar com algum garoto. Tudo isso estava me deixando incomodada, mas eu não conseguia me afastar dele. No segundo ano, seu ciúme se tornou ainda pior, sendo capaz de bater em um menino que tinha mexido no meu cabelo na hora do almoço. Tom havia levado uma bela detenção por isso. Eu nunca entendia o porquê dele ser tão... protetor. Mas ele estava escondendo alguma coisa sobre isso, sobre esse cuidado extremo diante de mim, e eu iria descobrir.

- Terceiro ano. – Eu disse, suspirando. – Parece que foi ontem o dia em que Dumbledore nos disse que iríamos para Hogwarts. - Tom apenas me olhou, pensativo. – O que foi? 

- Nada. – Ele disse e continuou arrumando sua mala. Eu respirei fundo pelo nariz e fechei minha mala, pegando ela e colocando no chão.

- Venha, Alface. – Eu dei dois tapinhas em cima da gaiola em que ele ficaria até chegarmos no trem. Ele e Angel estavam muito grudentos ultimamente, não se separavam por nada. Alface entrou na gaiola de bom grado e se deitou ali. Eu lhe fiz um pouco de carinho atrás da orelha antes de fechar a gaiola e sair do quarto, deixando Tom sozinho.

- Até daqui a vários meses, senhora Cole. – Eu disse, sorridente, e observei a velha revirar os olhos. Eu adorava irritá-la cada vez mais ao longo dos anos, sei que ela me detesta pelas diversas vezes em que bati em Amy Benson e Dennis Bishop.

Eu caminhei apressada até o beco, sem verificar se Tom me seguia ou não. A essa altura, ele já sabia o caminho até o beco diagonal, então não me preocupei. Assim que entrei no bar, estremeci ao ver que havia ainda mais velhos bêbados do que da última vez, caminhei devagar até a parede de tijolos, rezando para que nenhum deles me notasse.

- Olá, bruxinha. – Ouvi uma voz nojenta e embriagada, pude sentir o cheiro de mofo e cigarro atrás de mim. – Está sozinha...?

- Ela está comigo. – A voz de Tom soou atrás do homem. Mesmo com apenas 13 anos, Tom já havia crescido muito e agora ultrapassava os 1.75, ficando maior que o velho e intimidando o mesmo. – Saia daqui, trasgo. – Ele olhou com nojo para o velho, que saiu bufando. Assim que o velho saiu, Tom me olhou sério, um olhar que dizia mais que mil palavras. Eu apenas dei um sorriso amarelo, mas eu estava grata por ele ter aparecido, seria impossível lutar sem derrubar Alface no chão e acabar machucando ele.

Tom andou na minha frente, colocando sua mala no chão e fazendo o código de tijolos para entrar no beco. Assim que ele finalizou, Tom juntou sua mala e andou até a loja de sempre. Eu o acompanhei rapidamente, temendo que o velho voltasse.

Nós fomos em silêncio até o trem. Nos sentamos em uma cabine vazia e no fundo do trem, como sempre. Assim que eu fechei a porta do compartimento, soltei Alface enquanto Tom soltava Angel. Os dois subiram para o meu colo e deitaram ali enquanto brincavam com a pata um do outro. Eu sorri enquanto observava os dois.

- Posso me s... – Antes que eu pudesse processar o que estava acontecendo, Tom já havia interrompido o garoto que tinha aberto nossa cabine e perguntava se podia se sentar aqui com um "não" curto e grosso. O menino apenas murmurou algo e saiu, fechando a porta com força.

- Porque foi tão rude? – Eu olhei para Tom que apenas lia seu livro tranquilamente. – E porque ele não podia se sentar aqui?

- Porque eu não quero. – Ele disse simples. Eu o encarei por um tempo, tentando entender como ele havia ficado tão frio com o passar dos tempos. Ele estava completamente diferente, como se fosse outra pessoa. Tom já não lia mais comigo na biblioteca como sempre, não conversava até de madrugada comigo falando sobre magia e os feitiços que estávamos aprendendo em Hogwarts. Desde o segundo ano, seu humor vem sendo frio e obscuro, ele havia perdido completamente a essência que ele tinha antes. Eu estava triste com isso, eu sentia falta do Tommy que conheci no orfanato.

Possessive || Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora