Eu já havia acordado há algumas horas, Tom ainda não havia voltado. Eu estava preocupada com ele, para ser sincera. Já estava quase totalmente escuro lá fora. Eu estava andando de um lado para o outro dentro do quarto, mordendo a pele do meu dedo indicador enquanto minha mão tremia. Eu não deveria, mas estava nervosa para saber onde Tom estava. Eu já havia procurado ele por todo o orfanato. Até perguntei para Amy se ela havia visto ele, mas ela apenas fingiu que estava vomitando quando me viu e começou a rir com seus amigos, dizendo algo como "espero que aquele peso morto esteja dentro de um caixão". Ela gargalhou, enquanto eu estava chorando no quarto. Isso era patético, por que eu estava chorando? Com Tom longe, eu não precisaria me preocupar em esconder meus pensamentos dele, em mentir cada vez mais para ele.... a quem eu quero enganar? Eu não consigo viver sem ele.
- Merda! – Eu gritei, socando a parede atrás de mim. Antes que eu socasse mais uma vez, a dor logo se espalhou pelo meu braço inteiro. Eu soltei um praguejo alto de dor e curvei meu corpo para a frente, pressionando minha mão contra o peito. – Porra. – Eu murmurei, fechando meus olhos e esperando que a dor passasse. Após algum tempo, olhei para minha mão e vi que ela estava vermelha e com sangue nas falanges proximais. Bufei, vendo que eu precisaria colocar gelo para desinchar. Pelo menos aquilo me distraiu.
- O que aconteceu? – Ouvi a voz de Tom e logo em seguida a porta foi fechada. Ele colocou uma mala pequena e retangular no chão e veio até mim, suas mãos segurando minha mão machucada e analisando. Eu apenas o encarei.
- Onde, diabos, você estava?! Tem noção do quão preocupada eu fiquei?! – Eu soquei seu peito com minha mão lesionada, me arrependendo logo em seguida. Eu gemi de dor enquanto ele revirava seus olhos e puxava meu pulso para examinar o local novamente.
- Eu estava trabalhando. – Ele disse, com desdém. – E já pedi sua demissão daquele seu trabalhinho furreca, o dinheiro dos dias que você trabalhou está na mala. Aquilo não daria nem para comprar alguma roupa.
- Porque você fez isso? – Eu me afastei dele e cruzei os braços, ignorando a dor. – Era o meu trabalho, eu estava lá para podermos guardar dinheiro!
- Eu não me importo se era o seu trabalho ou não, você não vai sair do orfanato até que seja seguro! – Ele esbravejou, vindo na minha direção e tentando pegar minha mão lesionada mais uma vez.
- E porque você acha que tem o direito de decretar isso? Eu posso ir e voltar a hora que eu quiser. – Afastei minha mão dele, fazendo Tom suspirar de raiva.
- Me dê a porra dessa mão antes que eu machuque a outra. – Ele não teria coragem de fazer isso, mas eu, mesmo assim, desviei o olhar para longe e estendi minha mão em sua direção. – Se tratando de força, eu tenho mais do que você, Ma Belle. Se quiser sair, terá que me derrotar em uma luta. E sabemos que você não consegue fazer isso.
- Idiota. Eu que ensinei você a lutar! – Eu esbravejei, indignada.
- Quer mesmo me testar? – Ele desviou o olhar do meu pulso e me encarou profundamente.
- Quero. – Eu respondi firme, olhando nos seus olhos de volta.
- Ma Belle... – Ele disse, em tom de desaprovação. – Não me provoque. Você não vai sair do orfanato e deu. – Ele soltou minha mão e foi na direção da mala, abrindo ela e pegando sua varinha. Ele voltou até mim e pegou minha mão de volta. – Episkey. – Sussurrou. – Onde fez isso? – Ele mencionou o machucado.
- Obrigada. – Eu murmurei e tirei minha mão da dele, desviando de seu corpo e andando até a prateleira de livros.
- Onde você fez isso? – Ele perguntou novamente, dessa vez com mais firmeza. Eu apenas apontei para a parede com a cabeça, no local em que estava levemente manchado de sangue. – Porque fez isso?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Possessive || Tom Riddle
Fiksi PenggemarApós a morte dos pais, Angel Swan, uma garotinha de apenas 9 anos, passa a morar no Orfanato Wool, onde conhece seu melhor amigo; Tom Riddle. Os dois vivem uma amizade saudável e bela, mas que muda drasticamente assim que Tom descobre ser um bruxo e...