É amor...

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Domingo
Ponto de vista de Tatsuo

Quando voltei para a casa de SuYi o sol já tinha nascido no céu e estava quase na hora de Ayumi acordar. Eu sabia que precisava ter uma conversa com SuYi sobre Arthur e o que aconteceu. Mas também sei que, agora, havíamos finalmente encerrado nossa história. Eu senti, naquele último abraço.

E se eu conhecia bem o Arthur, ele apagou meu número de seus contatos. Eu sei que ele vai ficar bem. Meu problema não é esse. Meu problema é saber que até ele ficar bem, o caminho é longo. Arthur é desses que sente tudo muito intensa e profundamente. Quando ele me disse que me esperou todo esse tempo, eu fiquei chocado. Arthur é o que se poderia chamar de o último romântico do mundo. Quando ele se entrega, é sempre totalmente e sem restrições.

Mas como era possível que um homem como ele não tivesse uma legião o perseguindo? Ele é lindo. E à beleza, junte-se um temperamento afável e um excelente caráter. O melhor que eu tenho a fazer é não procurá-lo. Para não causar ainda mais feridas e desencantos. E torcer para que o amor o encontre logo.

SuYi estava me esperando, andando feito um leão enjaulado no quarto. Quando me viu parado na porta, correu em minha direção e me abraçou.

- "Você voltou!" Como assim, eu voltei? Claro que eu voltei! Para onde mais eu iria?

- "SuYi, você está bem? O que foi?"

- "Eu achei que você talvez não voltasse mais ou que quando voltasse para buscar Ayumi, fosse embora de vez..."

- "Que bobagem é essa?"

- "É um tipo de bobagem que a gente fala e faz quando está apaixonado." Ele me olha sério.

- "Apai... Hein????!!!" E as palavras da Júlia voltam à minha mente "Acredite no amor dele. Ele te ama sim. Lembre-se disso"

- "Tatsuo, eu sei que o cara que fez você sair daqui correndo há várias horas é seu ex. Miguel me contou. Mas eu não posso mais ficar brincando de gato e rato. Estou velho para isso. Eu estou apaixonado por você, desde os tempos de faculdade. E, porque eu te amo, eu não consegui raciocinar direito e meti os pés pelas mãos inúmeras vezes. Te beijei no bar, fiz um contrato sem pé nem cabeça só para te seduzir, deixei você me amarrar com minhas gravatas, quando o que eu mais queria era poder tocar você... Eu te amo. E também amo Ayumi com todo meu coração. Eu quero ser a família de vocês. Se vocês me quiserem..."

Eu o encaro atônito e incrédulo. Que ele me queria, eu sabia. Nossa compatibilidade na cama é sem igual. Mas que ele me amava... e há tanto tempo...

- "Eu também te amo! Desde sempre..." Foi tudo que eu consegui dizer quando, na verdade, eu queria dizer muito mais. Queria dizer o quão importante ele era para mim, que ele já era minha família, que eu e Ayumi jamais conseguiríamos viver sem ele, que eu queria viver ao lado dele para sempre!

Ele me abraça e nós nos beijamos. Sem pressa, mas ainda assim queimando. Até que ouvimos uma vozinha familiar.

- "Okaasan, otousan!!!!"

No segundo seguinte estamos os dois sentados na cama de Ayumi, consolando-a. Tem acontecido cada vez menos, mas é claro que ela ainda vai sentir muita falta de seus pais. Eu e SuYi precisamos ter uma conversa franca, mas parece que vai ter que esperar um pouco.

Quando Ayumi se acalma, sentada em meu colo e segurando a mão de SuYi, volto minha atenção para ele. Como eu pude não perceber que nós já somos uma família?

- "Ayumi, bonequinha, vem com o shushu SuYi? Vamos tomar café? Hoje Dongmei e Meifen não estão, mas podemos fazer o que você quiser! Quer comer o quê?" SuYi pergunta e Ayumi imediatamente estende seus bracinhos para se aconchegar no colo dele.

Persuasão (Livro 2 da Série Akai ito)Onde histórias criam vida. Descubra agora